Entre seus benefícios, eles transmitem aconchego e aquecem o ambiente. Confira as dicas e orientações do ceramista Jef Castelani sobre como usar e combinar os vasos
Parte especial da história da decoração, os vasos de cerâmica estão entre os objetos mais versáteis e desejados do lar. Com diferentes formas e funções, esse elemento apresenta um vasto leque de cores e acabamentos, podendo ser combinado com os mais variados estilos de projeto, principalmente, os que buscam valorizar o trabalho artesanal e a produção brasileira.
“O encantamento com a cerâmica reside no fato de que cada movimento das mãos no barro, por menor que seja, convida (de forma orgânica) ao surgimento de uma peça repleta de histórias e significados”, conta o ceramista e professor Jef Castelani, que à frente da Cerâmica Castelani, transformou a própria casa em ateliê, de onde são confeccionados vasos, pratos, xícaras, boleiras, canecas, sousplats, entre outros itens totalmente feitos à mão. Lá, ele também ministra cursos especiais de torno.
A coleção Chão, da Cerâmica Castelani, dispõe de diversas opções de cores, ideal para combinar com todos os estilos de decoração. Nascido em Poços de Caldas, em Minas Gerais, o ceramista e professor Jef Castelani revela que sua principal inspiração para dar vida a esta linha de vasos foram as montanhas que cercam a sua cidade natal
Escolha do vaso: ponto de partida
Jef Castelani acredita que sempre devemos considerar o ambiente onde o vaso estará inserido ao planejar a decoração, prestando atenção à cor e ao formato da peça para garantir harmonia e equilíbrio. O artesão prevê múltiplos usos com os vasos, ressaltando várias maneiras de incorporá-los aos ambientes.
Como usar
Material extremamente resistente, a cerâmica artesanal ressalta a importância de valorizar a história que cada peça carrega. De acordo com Jef, lascas e marcas em sua superfície são sempre bem-vindas, pois acrescentam charme e autenticidade. “Elas revelam a vivência da casa ou do ambiente onde está inserida”, conta o professor.
Com e sem alça, a coleção Warung, da Cerâmica Castelani, traz uma ampla gama de opções de personalização
Se a intenção for usar a cerâmica para colocar uma planta, ele recomenda sempre começar a partir do vaso e, em seguida, eleger a planta, possibilitando criar uma composição mais harmoniosa entre os dois. Porém, os vasos não se limitam apenas a essa função, uma vez que podem armazenar outros objetos ou ter unicamente o papel decorativo. Independentemente da função que a peça irá exercer, ela tem o poder de harmonizar qualquer ambiente, podendo se adaptar a diferentes propostas.
E o local? Será que existe alguma contraindicação? Segundo Jef Castelani, os vasos podem estar presentes em todos os ambientes, não havendo barreiras que impeçam o uso dessas cerâmicas, o que torna a decoração mais livre para criar composições únicas e notáveis. “Tenho vasos até no meu banheiro, por exemplo”, diz o profissional.
Composições Equilibradas
O profissional é favorável a uma decoração sem amarras, isto é, com a liberdade para poder florescer nos ambientes sem regras fixas a serem ditadas. “Depende do gosto de cada um. Eu, por exemplo, tenho preferência por vasos bojudos, que me remetem aos que minha avó usava no sítio dela em Minas Gerais, onde cultivava hortaliças”, recorda.
Vasos não se limitam apenas ao uso com plantas, mas também podem ser decorados com galhos, arranjos de flores e outros objetos. A linha Warung, da Cerâmica Castelani, apresenta modelos altos e estreitos, ideais para espaços pequenos
Quando se trabalha com mais de um vaso na decoração, já é possível elaborar composições com a coleção de objetos. Para Jef, a escolha dos formatos vai variar conforme o estilo que se almeja alcançar. A depender do caso, pode-se decorar com cerâmicas de formas variadas, como também com formatos similares, se o objetivo for conceber um visual mais alinhado. Contudo, caso a falta de espaço seja um empecilho, há soluções que auxiliam para evitar sobrecarregar o ambiente. O ceramista sugere vasos mais altos e finos, pois transmitem uma sensação de harmonia.
Em relação à escolha das cores e dos acabamentos, a cerâmica apresenta uma veia mais rústica e por essa razão se destaca nesses estilos. “Podemos usar tonalidades vibrantes em um elemento e rústicas no outro, seja no vaso ou ambiente. Assim, os vibrantes se destacam, enquanto os rústicos complementam a composição”, explica o profissional.
Em seu ateliê, Jef usa bastante as cores primárias, como azul, amarelo e vermelho. “Assim como Joan Miró, sou apaixonado por cores primárias e costumo usá-las como ponto de partida na composição”, sugere. Miró, artista plástico catalão, foi um importante nome do movimento surrealista do século XX. Também desenvolvia peças de cerâmica, nas quais o emprego das cores primárias era notável em suas criações.
Plantas
Quando há a intenção de colocar uma planta, os vasos da Cerâmica Castelani admitem qualquer espécie para cultivo. Os modelos já acompanham furo para escoamento da água, assegurando um vaso adequado para o seu crescimento. Jef alerta apenas à questão do tamanho: “O mais importante é que o vaso tenha uma largura adequada para permitir o pleno desenvolvimento da planta”, finaliza.
Sobre Jef Castelani
Natural de Poços de Caldas (MG), o ceramista Jef Castelani reúne experiências vividas em estúdios nacionais e internacionais. Formado em Design de Mobiliário pela Escola Panamericana de Artes, se descobriu posteriormente na cerâmica. A partir de então, realizou sua formação ao dedicar-se, por 8 meses, nos cursos que participou durante as estadas em Bali, na Indonésia, e Bangkok, na Tailândia.
Em 2019, abriu o ateliê Cerâmica Castelani onde vende suas coleções feitas à mão e destina-se a ensinar as técnicas que o conduziram para um novo sentido de vida. Em 2022, convidado pelo renomado Studio Rusters, localizado no vilarejo de Ubud, na ilha de Bali, Jef participou de sua primeira feira fora do país e logo em seguida rumou para Bangkok, em busca de novos conhecimentos no Studio Poteri Clay Workshop.
Além de produzir suas coleções, o artesão ministra suas aulas por meio dos métodos asiáticos que se pautam na sustentabilidade na produção e o permitem produzir os esmaltes que colorem as peças. Seu estilo único resulta do feliz encontro entre a rusticidade, proveniente das suas origens mineiras, e a elegância das formas orientais.
@ceramica_castelani
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fotos: Fifi Tong/Divulgação