Em pesquisa mais recente feita pelo IBGE, o país registrou 386,8 mil processos de divórcio em cartórios, simbolizando um aumento de 16,8%, quando comparado ao ano anterior (55,6 mil, em números concretos), sendo a maior alta desde 2011

O principal fator que leva a este desfecho é a dificuldade de diálogo e comunicação. Quando esse aspecto do relacionamento fica em declínio, antes que o resultado seja pior do que o esperado, uma das formas de buscar ajuda é por meio de terapia. Nesse caso, terapia de casal. Apesar de muitas vezes ser vista em tom jocoso, principalmente por meio de filmes e séries, o tema é bem sério e precisa ser visto com melhores olhos, pois é uma prática que pode ajudar a salvar um relacionamento.

Essa modalidade de atendimento é feita pela presença do casal, que irá discutir tudo o que os aflige na frente de um psicólogo, que servirá de mediador do debate, possibilitando uma maior troca de informações, importantes para o desenvolvimento da comunicação dos pacientes.

Para que a busca pela terapia ocorra, muitas vezes a relação já pode estar com problemas sérios. Segundo o psicólogo e presidente do IBFT – Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas, Jair Soares, “a medida é tomada por aqueles que sentem que o relacionamento está na fase de desgaste, quando o número de brigas, xingamentos e acusações aumenta consideravelmente”.

Em geral, o tempo de “tratamento” do casal com o terapeuta tende a ser de três meses. Nesse período, o objetivo é fazer com que o diálogo melhore e o comportamento responsável pelo desenvolvimento dos conflitos possa ser mudado.

Porém, por mais que o objetivo seja a melhora da relação, há casos em que o resultado seja exatamente o término ou divórcio. Nesses casos, como explica Jair, é recomendado que o período de três meses se prolongue.

“Continuar na terapia por mais tempo é imprescindível para que a questão seja superada pelos dois. É preciso manter uma relação respeitosa após a decisão, respeitando-a e com o propósito de compreensão dos motivos. Caso ainda haja uma criança envolvida nesse processo, essa modalidade clínica pode ajudar a entender as necessidades de cada um e estabelecer um contato amigável, em prol do bem estar da criança”, relata.

É importante reconhecer que, para a busca de uma terapia de casal, não há faixa etária nem tempo de relacionamento que seja padrão. Assim como os conflitos e traumas podem ser gerados a qualquer momento, a busca pela ajuda também não deve ser delimitada para determinadas ocasiões.

Apesar de ser de grande ajuda, um dos empecilhos para a busca pelo tratamento é quando um dos dois quer ajuda profissional e o outro pensa que não precisa. Infelizmente, alguns dos motivos se assemelham à não busca pela terapia individual também, como o incômodo de se abrir para alguém que não conhece ou o ceticismo perante a eficácia de um psicólogo.

Além disso, há casos onde a pessoa que não quer ajuda pensa não ter responsabilidade pelo distanciamento ou desgaste e casos onde a esperança de salvar o relacionamento seja o problema, quando um dos dois já não vê mais salvação.

Mesmo assim, Jair ratifica a importância da modalidade e de um conhecimento maior sobre o assunto. Para ele, “é bom que a pessoa esteja aberta e disponível para ouvir os motivos de se fazer a terapia, compreender essa necessidade e poder estabelecer uma noção de respeito e empatia pelo desejo da outra”. Dessa forma, os efeitos do tratamento podem ser significativos, independente de como caminhe o relacionamento.

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