Ministro Milton Ribeiro participa da abertura das comemorações dos 25 anos do Grupo Uninter, em Curitiba, e fala sobre o ensino pós-pandemia
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse ontem (13), em Curitiba (PR), que a presença do professor na sala de aula é fundamental, mas reforçou que o uso da tecnologia no ensino é irreversível. “A tecnologia e as possibilidades da educação a distância são uma realidade que vieram para ficar. Acredito que, no pós-pandemia, o presencial retornará normalmente, sobretudo na educação básica. O impacto que tem um professor vocacionado na vida de um aluno, de uma criança, é muito marcante. Mas a tecnologia deixou de ser um acessório para ser uma grande aliada no processo de transformação da educação brasileira, mostrando que essas metodologias de ensino são complementares e não concorrentes”, afirmou.
O ministro participou na manhã de ontem do primeiro evento comemorativo aos 25 anos do Grupo Uninter – Centro Universitário Internacional, no campus Garcez, no centro de Curitiba. Ele conheceu as metodologias ativas aplicadas pela instituição, os livros didáticos produzidos pela editora do grupo e os laboratórios portáteis usados em casa pelos alunos de 29 cursos de graduação, incluindo Engenharias Elétrica, Civil, de Computação e de Produção, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, entre outros.
“Instituições que já investem no desenvolvimento da educação a distância, como a Uninter, estão hoje na frente. Tudo o que vi aqui é de muita qualidade. Isso porque o fundador Wilson Picler tem claramente paixão pela educação e quer deixar um legado para a sociedade brasileira”, avaliou o ministro, que também visitou a Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e o Hospital Universitário Evangélico no período da tarde.
Demandas e orçamento – Ribeiro participou de uma teleconferência com os mais de 700 polos da Uninter existentes no Brasil. Ele lembrou que 76% dos cursos superiores existentes hoje no Brasil são oferecidos por instituições privadas ou filantrópicas e que o poder público precisa da iniciativa privada para dar conta de toda a demanda de Ensino Superior, especialmente com a redução do orçamento da União para este ano. Sobre esse assunto, o ministro revelou que encaminhará à Casa Civil um pedido especial de recomposição das verbas discricionárias da sua pasta.
Em sua palestra, ele destacou a seriedade e honestidade com a qual está conduzindo o ministério, lembrando que em dez meses já exonerou seis servidores envolvidos em denúncias de corrupção e levou ao Tribunal de Contas da União mais de 360 prefeituras que não prestaram contas de recursos federais recebidos da Educação.
Propostas para o futuro – O professor Wilson Picler, presidente do Conselho de Administração da Uninter, após contar resumidamente a história dos 25 anos da instituição, pontuando seus principais marcos de inovação, apresentou ao ministro duas sugestões para inovar e melhorar a pesquisa e o ensino superior no Brasil. A primeira é a criação de cursos de pós-graduação stricto sensu autofinanciáveis, com flexibilização do número de orientadores em relação ao número de orientandos. “E quem se declarar autofinanciável não poderá pedir mais dinheiro da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)”, completou.
A outra sugestão foi a de acelerar o Programa Novos Caminhos para a criação de novos cursos de Educação Profissional e Tecnológica no Brasil. “As instituições que têm conceito 5 em educação a distância e já conquistaram a sua autonomia universitária não deveriam precisar submeter seus projetos à análise do Ministério da Educação, pois já fazem isso internamente. A análise dos projetos, que são muitos em todo o Brasil, está trazendo morosidade para o programa e retardando a oferta de novos cursos”, alertou.
Além do ministro Milton Ribeiro e do professor Wilson Picler, o evento que abriu as comemorações dos 25 anos do Grupo Uninter, com transmissão simultânea para todo o Brasil, contou com as presenças do vice-reitor da instituição, Jorge Bernardi, do CEO da Uninter, Marco Eleutério, do presidente do Conselho de Educação do Paraná, João Carlos Gomes, e do presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Oswaldo Ferreira, que compuseram o palco. Os reitores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Marcos Schiefler Filho, também estiveram presentes, além de outros pró-reitores e diretores de Escolas da Uninter, como convidados especiais.
Doação – Ao final do evento, a Uninter doou ao Hospital de Clínicas da UFPR uma tonelada da sopa Nutrizid, desenvolvida por sua Escola Superior de Saúde, em parceria com o Instituto Wilson Picler. Desidratada e de rápido preparo, a Nutrizid é composta por carboidratos, proteínas, fibras, cálcio, fósforo, magnésio, potássio, zinco, ferro, selênio e iodo e enriquecida com vitaminas A, D, E, C e B 1, 2, 3, 6 e 12, além da vitamina K2, que auxilia na fixação do cálcio nos ossos. “O Provopar também recebeu uma doação nossa e está usando a sopa para o atendimento nutricional da população vulnerável em todo o estado. Agora, fazemos essa doação para contribuir com o tratamento e a recuperação da população atendida pelo HC”, explicou Picler. A doação será entregue em três etapas, conforme a produção.
Crédito fotos: Rodrigo Leal