Médicos explicam que técnicas de estímulo de colágeno podem ser induzidas de forma física (com tecnologias) ou química (injetáveis), mas é importante conciliar com consumo adequado de proteínas
ocê já escutou falar de estímulo de colágeno? Conhecido como a proteína da juventude, o colágeno tem como função principal proporcionar suporte estrutural, mantendo a integridade e a firmeza dos tecidos. “Na pele, o colágeno é responsável pela manutenção da elasticidade e da hidratação, contribuindo para a aparência jovem e saudável. Com o envelhecimento, a produção de colágeno diminui, o que pode resultar em rugas, flacidez e perda de elasticidade”, explica a Dra. Lilian Brasileiro, médica membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “No entanto, com o processo natural de envelhecimento, a produção de colágeno diminui, resultando em uma redução da elasticidade e firmeza da pele. Além disso, fatores externos, como exposição excessiva ao sol, poluição, tabagismo e estresse, também podem afetar negativamente a produção e a qualidade do colágeno”, completa a médica.
Existem inúmeros tratamentos para estímulo de colágeno. Seria esse o caminho da beleza natural? Consultamos médicos dermatologistas e cirurgiões plásticos para explicar como é feito o estímulo de colágeno, que pode ser induzido por tecnologias (estímulo físico) ou por injetáveis (químico).
Estímulo físico
Os procedimentos estéticos podem operar por estímulo físico, geralmente por conta do calor, aquecendo a camada da pele onde estão as células responsáveis por produzir colágeno. O ultrassom microfocado, por exemplo, tem ponteiras com profundidade entre 4,5 a 1,5m que, segundo a cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, são capazes de atingir exatamente a derme e a camada logo abaixo para estimular a produção de colágeno. “Através das ondas de ultrassom, a tecnologia cria micropontos de coagulação nessas camadas para tonificar o tecido cutâneo, estimular a produção de colágeno e conferir efeito lifting, o que dá fim à flacidez presente na área tratada”, explica a cirurgiã plástica.
Não é incomum que os lasers sejam usados para essa finalidade. Além de atuar melhorando a primeira camada da pele, eles também ajudam a estimular colágeno. Para isso, podem até ser aplicados dentro da boca, segundo a Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. “A tecnologia Inside-Out ajuda a estimular o colágeno no alvo necessário ao mesmo tempo em que trabalha a musculatura. A redução da produção de colágeno e a diminuição da tração dos músculos com o envelhecimento fazem com que a junção entre pele e músculo se torne mais frouxa. Então é importante agir nesse processo não só de fora para dentro, mas com tecnologias que atuem na mucosa intraoral, atingindo com mais eficiência os músculos faciais, principalmente da região da bochecha”, explica a Dra. Cláudia. A médica explica que a tecnologia exclusiva Inside-Out a laser fornece calor dentro da mucosa oral para ajudar a elevar e sustentar a musculatura da pele. “Os benefícios incluem estímulo da produção de colágeno, fortalecimento dos músculos que sustentam o lábio superior, definição do contorno facial, melhora do bigode chinês e da flacidez de canto de lábio e do lábio superior. Além disso, é um tratamento que complementa a ação de sustentação do ultrassom microfocado”, diz a médica.
Outra tecnologia recente para estimular colágeno é a radiofrequência microagulhada, mais precisamente sua aplicação multidimensional com a técnica Morpheus MD, criada pelo dermatologista Dr. Renato Soriani, expert em tecnologias, ex-coordenador do Departamento de Laser e Tecnologias da Sociedade Brasileira de Dermatologia (2017-2021) e autor da técnica MD Morpheus (aplicação multidimensional) – atualmente utilizada no Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa. “O Morpheus é um aparelho de radiofrequência microagulhada. Isto é, a ponteira do equipamento conta com uma série de microagulhas revestidas em ouro que penetram profundamente na pele e, ao atingirem certa profundidade, emitem radiofrequência para aquecer aquela camada do tecido cutâneo sem prejudicar a superfície da pele. Essa energia emitida internamente promove um aquecimento das camadas da pele para estimular a produção e reorganização das fibras de colágeno e elastina e, consequentemente, melhorar a firmeza da pele e reduzir a flacidez”, explica o Dr. Renato.
Estímulo químico
Para um estímulo de colágeno eficaz e pontual, os procedimentos com agulha também ajudar. “Os bioestimuladores de colágeno, como o Sculptra, geram uma inflamação no local tratado que promove um estímulo gradual e duradouro das fibras de colágeno, responsáveis pela sustentação e firmeza da pele, assim reduzindo a flacidez e melhorando a densidade cutânea”, explica a dermatologista Dra. Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. O colágeno é estimulado gradualmente e, apesar do resultado ficar visível em cerca de 30 dias, o pico da produção ocorre em torno de 90 dias após o tratamento. Outra opção para estimular o colágeno é o biorremodelador facial conhecido como Profhilo. “Trata-se de um ácido hialurônico de alto e baixo peso molecular que não promove preenchimento, mas, sim, espalha-se pelas camadas da pele para estimular as células a atuarem de maneira mais eficaz na produção de ácido hialurônico, colágeno e elastina. Esse estímulo ocorre de maneira gradual, com os resultados surgindo após cerca de 30 dias”, diz a especialista, que explica que o procedimento promove melhora significativa da qualidade da pele, que adquire um aspecto mais hidratado, firme, elástico e com menos sinais do envelhecimento como rugas.
Pode associar estímulo físico e químico? Deve!
É perfeitamente possível somar os dois estímulos, segundo os médicos. “Usamos tecnologias e injetáveis no rejuvenescimento facial para que a pele responda de maneira fisiológica ao estímulo de colágeno, que pode ser químico (no caso de bioestimuladores injetáveis) ou físico (no caso de tecnologias)”, diz a Dra. Cláudia. “O estímulo é o mesmo, mas por vias diferentes. A tecnologia faz isso através do calor. O bioestimulador faz um efeito químico. Desta forma, eles podem ser considerados complementares e aditivos”, acrescenta o Dr. Renato. E o melhor? Os resultados são hiperpotencializados. “As associações permitem resultados maximizados, de forma que 1+1 não é igual a 2 quando associamos as técnicas de estímulo de colágeno. Temos um resultado muito maior”, diz a Dra. Beatriz Lassance.
E os suplementos?
Segundo a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), com o passar dos anos, tanto o aporte proteico suficiente, quanto os níveis adequados de vitamina C circulantes são cada vez mais raros. “Portanto, os suplementos de colágeno são indicados por tempo indeterminado para todas as pessoas que querem garantir a presença desses peptídeos específicos em todos os 27 tipos de tecidos de colágeno, mesmo os menos prioritários como a pele”, destaca a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez. No entanto, segundo a médica, é necessário pontuar que se a necessidade de ingestão proteica, que é individual, não é respeitada, o próprio suplemento de colágeno vai ser quebrado em aminoácidos e pode não ir para a pele, porque o corpo “tem outras prerrogativas”. “Sempre que o aporte proteico não for suficiente para manter a chegada de aminoácidos para todos os tipos de tecidos-alvos, será necessário suplementar com colágeno, além de ajustar o consumo proteico. Caso contrário, o organismo irá priorizar a reposição de fibras de colágeno nos tecidos condicionais à vida, como as paredes de vaso sanguíneos e as estruturas de órgãos vitais. As necessidades de proteínas diárias podem ir de 0,8 a quase 2g por quilograma ao dia e dependem de vários fatores”, explica a médica nutróloga.
Por fim, além do consumo adequado de proteínas e de suplementos de colágeno, é interessante ainda investir na suplementação oral de cofatores do colágeno, como Vitamina C e Silício. “Considerado um nutriente essencial, o Silício colabora com a síntese de colágeno, elastina e a formação de glicosaminoglicanos que compõem a matriz extracelular dos tecidos conjuntivos”, destaca Dra. Marcella Garcez. Mas é importante optar por suplementos que garantam biodisponibilidade. “Para ser biodisponível e ter absorção pelo organismo, o Silício precisa ser estabilizado por outra molécula (colágeno hidrolisado), como é o caso do Exsynutriment. A estabilização impede a polimerização, fazendo com que a molécula de Silício fique protegida. Dessa forma, a molécula ficará pequena e terá alta biodisponibilidade”, conclui Maria Eugênia Ayres, farmacêutica e gerente técnica da Biotec Dermocosméticos.
FONTES:
*DRA. CLÁUDIA MERLO: Médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Diretora da Clínica Cláudia Merlo. Instagram: @dra.claudiamerlo
*DRA LILIAN BRASILEIRO: Médica, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. É coordenadora e palestrante em eventos como Congresso Brasileiro de Dermatologia, Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica e Medical Technology Congress, sobre tratamentos capilares e laser, além de autora de um capítulo do livro Cirurgia Dermatológica Cosmiátrica e Corretiva, publicado no Brasil, sobre rejuvenescimento, dermatologia clínica, laser e tecnologias. CRM 156908 | Instagram @lilianbrasileiro.dermato
*DRA. BEATRIZ LASSANCE: Cirurgiã Plástica formada na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e residência em cirurgia plástica na Faculdade de Medicina do ABC. Trabalhou no Onze Lieve Vrouwe Gusthuis – Amsterdam -NL e é Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da ISAPS (International Society of Aesthetic Plastic Surgery) e da American Society of Plastic Surgery. Além disso, é membro do American College of LifeStyle Medicine e do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida. Instagram: @drabeatrizlassance
*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo. Além disso, é membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento. Instagram: @dra.marcellagarcez
*MARIA EUGENIA AYRES: Graduada em Farmácia Industrial pela Faculdade Oswaldo Cruz com Pós-Graduação em Farmacologia Clínica. Atua no Setor Magistral desde 2000 onde atualmente é Gerente Técnica da Biotec. CRF 33.424.
*DRA. ANA MARIA PELLEGRINI: Dermatologista especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), com especialização também em Medicina Estética e Medicina do Trabalho. Membro da SBD e de diversas outras sociedades médicas nacionais e internacionais, foi presidente da distrital norte-fluminense da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Formada pela Faculdade de Medicina de Campos (RJ), a Dra. Ana Maria Pellegrini é responsável técnica da clínica PELLE e comanda o podcast Questão de Pelle. Embaixadora da Galderma Aesthetics, a médica foi pioneira em procedimentos injetáveis no Brasil. Ex-coordenadora das campanhas de câncer de pele na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), hoje faz MBA em Marketing, Empreendedorismo e Gestão, além de ser participação constante em congressos nacionais e internacionais. CRM 5253066-0/RQE 18927 | Instagram: @dra.anapellegrini.dermato
foto: divulgação