Análise incompleta do ambiente e do usuário, temperatura de cor errada e falta de proteção e manutenção do material estão entre as principais falhas de projeto
A madeira vem cada vez mais ganhando espaço em ambientes residenciais e profissionais, de objetos de decoração a ambientes completos com o material. Essa tendência traz consigo um grande desafio: a iluminação, que pode ser o diferencial no resultado final de um projeto arquitetônico e/ou decorativo.
“Um bom projeto de iluminação precisa atender não apenas às questões estéticas, que estão alinhadas à valorização dos ambientes, dos materiais e dos objetos de decoração através da iluminação, mas também considerar as características técnicas e econômicas dos diferentes tipos de produtos disponíveis no mercado”, afirma a arquiteta especialista em iluminação Juliana Pascoalini, do Gris Lighting.
A profissional, que também é idealizadora do curso Viver de Iluminação, voltado a profissionais da arquitetura, elaborou uma lista com os erros mais comuns cometidos em um projeto de iluminação com superfícies de madeira.
Falta de compreensão do espaço e dos hábitos dos ocupantes
Um dos principais erros ao se projetar ou pensar a iluminação é não levar em conta as diferentes ocupações e atividades que podem ocorrer no ambiente, afirma Juliana. “Portanto, o primeiro passo deve ser a análise do local, do ambiente e suas características, das atividades que acontecerão ali, incluindo os hábitos dos usuários, além das áreas, superfícies e objetos que merecem destaque. Desta forma, a iluminação correta permitirá o aproveitamento do local de forma rica e intensa, já que a iluminação tem o poder de multiplicar o ambiente e flexibilizar o uso do espaço”, diz.
Escolha inadequada de ‘temperatura de cor’
É preciso escolher a temperatura de cor mais adequada de acordo com a demanda do cliente, a atividade exercida no ambiente e o efeito que se deseja criar, porém, de uma forma geral, como a maioria das superfícies amadeiradas têm uma tonalidade de cor mais quente, as temperaturas de cor quentes na iluminação (até 3300 K) são as ideais, pois realçam a superfície e transmitem a mesma sensação de aconchego que a madeira proporciona.
“Em casos nos quais a madeira aplicada tem uma tonalidade mais fria, como acinzentada ou azulada, as temperaturas de cor neutras e frias combinam muito bem e podem transmitir uma mensagem de modernidade e tecnologia”, afirma a especialista.
É importantíssimo também ficar atento ao IRC (Índice de Reprodução de Cores) da fonte de luz, explica Juliana. “O IRC classifica o quão fielmente aquela fonte de luz reproduz as cores dos objetos iluminados. O máximo IRC é 100 e quanto maior, melhor”, afirma. Uma lâmpada com baixo IRC irá distorcer as cores do objeto iluminado e a superfície de madeira não receberá a valorização merecida. O IRC mínimo ideal para aplicações internas é de 80.
Desequilíbrio entre efeito desejado e fonte de luz
É importante observar a proporcionalidade entre o efeito desejado e o tipo de equipamento escolhido. “Numa aplicação de iluminação integrada em marcenaria para iluminação de uma prateleira ou nicho, ao utilizar uma fita LED de potência muito alta, haverá não apenas desperdício de energia elétrica, como também o efeito de realce desejado não será alcançado, por conta do excesso de luz. Neste caso a iluminação irá ‘estourar’, criando um ruído visual e arruinando o objetivo inicial de produzir um efeito elegante”, explica Juliana. Para este tipo de aplicação, uma fita LED de cerca de 5 W/m é geralmente suficiente, enquanto os spots de 3W a 5W geralmente atendem bem.
Instalação incorreta
Outro erro na realização de um projeto é a instalação incorreta de iluminação. “A boa execução de instalação e focalização de luminárias é primordial para garantir que o resultado será correspondente ao idealizado”, diz a especialista.
Entre as falhas mais comuns está a instalação incorreta em sancas (acabamento composto por desenhos e detalhes que fica entre o ponto mais alto da parede e o teto, feita de materiais como gesso e isopor). “Ao utilizar lâmpadas tubulares, fluorescentes ou LEDs, é necessário fazer sobreposição entre lâmpadas. Caso contrário, a iluminação não ficará homogênea e haverá sombra entre as lâmpadas. Ao utilizar fita LED é imprescindível a instalação em um perfil de alumínio, que irá garantir o melhor funcionamento e fixação da fita “, explica.
Falta de proteção e manutenção da madeira
Utilizar produtos corretos de proteção à madeira, como vernizes e stains, é essencial não só para aumentar a vida útil da madeira, como também para oferecer o melhor resultado final, diz Silvio Lima, especialista em tratamento de madeira, gerente da área na Montana Química.
“Como há muitas opções atualmente no mercado, nem sempre é fácil escolher o produto ideal. Usar verniz ou stain? Utilizar acabamento fosco ou brilhante? Qual nível correto de proteção solar, contra fungos e contra cupins? Perguntas como essas devem ser levadas em consideração em um bom projeto de iluminação de madeira”, diz Lima, que ressalta, ainda, que a manutenção periódica não deve ser esquecida para amplificar a vida útil da madeira.
Direcionamento de luz para superfícies brilhantes
Ao direcionar a iluminação para superfícies brilhantes como vidros, espelhos ou madeiras com acabamentos de alto brilho, ocorre a reflexão da luz, que poderá causar consequências indesejadas com a marca de reflexo no teto – o que tem alto impacto estético no projeto – e, em casos piores, incômodo visual por conta do ofuscamento.
“É muito importante conhecer bem os materiais que serão aplicados no projeto de interiores e desenvolver um planejamento amplo e cuidadoso para não cometer erros altamente prejudiciais e facilmente evitáveis”, diz Juliana.
Não diversificar os sistemas de iluminação
A herança clássica de uma iluminação única em um ambiente é um conceito ultrapassado na arquitetura e decoração modernas. A não ser que o projeto seja específico para retomar esse estilo (como um lustre no meio da sala), isso é outro erro na iluminação de ambientes com madeira. “A dica é investir em vários pontos e tipos de iluminação nos ambientes, de forma a criar cenas e adaptar a iluminação ao dia a dia do usuário, flexibilizando a atmosfera do ambiente conforme as necessidades de uso do ocupante”, diz a profissional.
Falta de especialista
“Consultar um especialista é essencial em qualquer projeto da área”, finaliza Juliana. “Só um profissional poderá auxiliar com as principais dificuldades, desenvolver o conceito mais adequado e sugerir os melhores produtos de acordo com a necessidade do usuário e sua verba disponível.”
Sobre a Montana Química
A Montana Química construiu a reputação de especialista no tratamento, proteção e preservação de madeira no mercado graças ao seu principal valor, presente no coração da empresa desde 1953: preservar para o futuro. A multinacional investe continuamente em pesquisa e desenvolvimento, parque industrial e capacitação do seu capital humano para desenvolver produtos e serviços de alta qualidade. A Montana possui duas unidades de negócios: industrial, que abrange a linha de preservação e produtos de alto desempenho para madeira, e varejo, que abrange a linha de acabamentos e complementos.