Radiação ultravioleta B deixa a pele vermelha, inflamada e queimada, danificando a primeira camada. Em casos extremos, podem aparecer bolhas, dores de cabeça, febre e até calafrios e fadiga. Saiba o que fazer
Quem gosta de praia com certeza já sabe o que é ficar com a pele completamente vermelha e queimada pelo sol, seja pelo abuso da exposição ou pelo desleixo ao não aplicar (ou reaplicar) o fotoprotetor adequadamente. “A queimadura solar é mais comum na praia, pois a radiação não vem apenas na exposição direta ao sol: a areia e a água também refletem o UVA e UVB, além do corpo sentir o Infrared por meio do calor”, explica a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A radiação ultravioleta B deixa a pele vermelha, inflamada e queimada, danificando a epiderme e é mais abundante entre às 10 da manhã e as 4 da tarde. Seu grau de proteção é medido pelo FPS e é uma radiação que pode furar o bloqueio dos filtros químicos e aumentar o risco de cancerização”, completa a médica.
O básico para evitar isso é o uso do protetor, mas se você pulou essa parte saiba que é necessário utilizar a loção pós-sol após a exposição solar sempre que a pele estiver avermelhada, sensível, com ardência ou se houve abuso por falta de FPS adequado ou muitas horas em exposição – o que causará desconforto, ressecamento e inflamação. “A sua ação é de promover conforto, hidratação imediata com sensação de frescor, amenizar a inflamação e diminuir a vermelhidão assim como recuperar o tecido cutâneo lesionado pela radiação solar. O pós-sol normalmente tem veículo mais fluido na forma de gel, loção aquosa ou creme gel, rico em anti-inflamatórios e calmantes, esses produtos têm em sua composição extratos como camomila, aloe vera, edelweiss, malva, nicotinamida, Vitamina E, Vitamina B5, hyaxel, arct-alg, calamina, aveia coloidal, entre outros que promovem a recuperação da pele logo após a exposição solar”, afirma a médica. Áreas como a região do peitoral, ombros, costas, braços, mãos e pés devem ser priorizadas. Mas todo o corpo pode se beneficiar destes produtos.
Para a face e pescoço, devem ser utilizados produtos específicos para esta região e no caso de ardência e desconforto, podemos utilizar a água termal para potencializar o efeito na forma de compressas ou jateando sobre a região desejada. Dependendo da gravidade da queimadura, o ideal é consultar um médico. “No caso de receitas caseiras, a Maizena pode ser usada para aliviar o sintoma de ardência, desconforto e vermelhidão: deve ser diluída em água, chamado banho coloidal, em média seis colheres de sopa cheias para dois litros de água”, afirma a médica. Mas o correto sempre é assim que possível buscar ajuda com o especialista. Pomadas à base de vitamina B5 e Calamina assim como aveia coloidal ajudam a acalmar a pele lesionada.
Também é necessário hidratar a pele. “Ativos hidratantes à base de ácido hialurônico e silício, vitaminas e óleos terapêuticos de reparo como de óleo de argan, calêndula, girassol e orquídea melhoram a hidratação evitando que a pele fique ressecada e descame, também promovendo o reparo e regeneração epidermal.”
Tudo isso é necessário, pois a ação da radiação solar na pele lesiona o tecido cutâneo deixando a pele avermelhada, sensível; além disso, pode provocar bolhas, ardência, coceira, desconforto, elevação da temperatura da pele, ressecamento e inflamação. Em caso de queimaduras severas, pode provocar dores de cabeça, febre, calafrios e fadiga – nesses casos o paciente deve procurar um médico imediatamente. A descamação da pele acontece, geralmente, 4 a 7 dias após a exposição solar.
Como prevenir – A principal dica é ir à praia ou estar em exposição solar direta nos horários recomendados: até às 10horas da manhã e depois das 16horas, pois existe uma menor incidência da radiação ultravioleta B. “Existe nesse período das 10h às 16h a combinação da radiação ultravioleta B com a radiação ultravioleta A, de raios mais curtos e mais longos, o que acaba trazendo não só a queimadura como um risco maior de cancerização”, comenta.
Além desses horários, o filtro solar deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição solar direta, além de ter FPS de no mínimo 30 e peles mais claras devem usar FPS 50. “Esse protetor solar deve combinar filtros químicos e físicos. Os filtros físicos são partículas inorgânicas que refletem ou dispersam a radiação, já os químicos são partículas orgânicas que absorvem o fóton de energia. Mas os filtros físicos bloqueadores à base de dióxido de titânio, óxido de ferro e zinco são fundamentais. Eles agem como uma parede de tijolos – onde a luz bate e volta sem absorvência. Os filtros químicos são importantes, mas altamente instáveis; então na sudorese, na água do mar, a molécula fica quimicamente instável e deixa de proteger”, comenta.
Por fim, além do uso de chapéus, bonés e roupas com FPS 50, é recomendada a reaplicação do protetor a cada 2 horas ou após 20 min na água e na quantidade correta.
Fonte: DRA. CLAUDIA MARÇAL – É médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). É speaker Internacional da Lumenis, maior fabricante de equipamentos médicos a laser do mundo; e palestrante da Dermatologic Aesthetic Surgery International League (DASIL). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas – SP.