Por Tiago Anjos

Nas relações comerciais, é comum que grandes empresas compradoras determinem um prazo para que seja efetuado o pagamento. Sendo assim, o risco sacado trata-se de uma modalidade que prevê a antecipação de recebíveis. Ou seja, o cedente (fornecedor) pode receber o pagamento de forma adiantada acerca dos produtos e serviços vendidos. Ainda neste contexto, o comprador (sacado) pode solicitar um prazo alongado para pagar pela compra, mas, muitas das vezes, o cedente não tem fluxo de caixa para aguardar esse período – tornando necessário antecipar o recebimento.

Nessas operações, a empresa compradora, em conjunto com a sua instituição financeira, oferta o serviço de antecipação de recebíveis para os fornecedores. Deste modo, o cedente emite a nota fiscal constando o prazo solicitado pelo sacado para efetuar o pagamento, enquanto o banco antecipa esse valor tornando-se credora da operação e quem irá receber o pagamento do comprador.

A modalidade é considerada algo vantajoso, pois beneficia as três partes envolvidas: o cedente, que obtém como benefícios maior fomento para atuar com o comprador, garantindo fluidez da cadeia produtiva do seu negócio e ganhando liquidez nos processos; o sacado, que pode estabelecer o prazo visando otimizar seu fluxo de caixa; e o financiador, que terá o valor restituído.

Por sua vez, mesmo essa sendo uma linha de crédito que agrega em ganhos oportunos, ainda assim, é preciso ter alguns cuidados na sua execução. Isso é, antes de investir nessa modalidade, é fundamental avaliar e fazer uma análise correta acerca do cenário atual da empresa, levando em conta se a organização está pronta para executar o risco sacado.

Afinal, uma análise incorreta pode acarretar diversos problemas. Um clássico exemplo disso é o caso da Americanas. O rombo financeiro da empresa estimado em R$ 20 bilhões gerou desconfiança em todo o mercado, e foi constatado que os balanços divulgados não condiziam com a realidade, evidenciando as operações de risco sacado que não constavam corretamente contabilizadas nos relatórios.

Esse caso de tamanha magnitude traz à tona a importância de manter a transparência das operações e utilizar a linha de crédito de forma consciente. Ou seja, da mesma forma que o risco sacado ajuda a empresa a manter suas operações sem comprometer o seu fluxo de caixa, também exige que a organização tenha um rigoroso controle de contabilidade a fim de evitar prejuízos e complicações no negócio.

Quanto a isso, realizar esse processo de forma automatizada e integrada diretamente ao sistema de gestão, é uma excelente alternativa para diminuir erros e dores neste processo que, atualmente, ainda é feito por muitos de forma manual. Dessa maneira, com o apoio de uma ferramenta embarcada no uso da tecnologia e especializada no serviço de risco sacado, pode ajudar a organização desde a ter uma maior conexão com compradores, fornecedores e financiadores, apresentando a melhor linha de crédito adequado ao negócio, até a adquirir uma melhor seleção da menor taxa no mercado.

Certamente, executar todo esse processo pode ser algo trabalhoso e complexo, visto que envolve uma gama de ações. Quanto a isso, ter o apoio de uma consultoria especialista neste tipo de serviço é uma excelente alternativa, ajudando a garantir maior fluidez de toda a operação.

O risco sacado é, sem dúvidas, uma modalidade que tem muito a contribuir com as organizações quando utilizado de forma assertiva. Contudo, é preciso tomar cuidado com o entendimento errôneo que temos na sociedade acerca do uso do crédito. Por isso, antes de aderi-lo, é essencial considerar todas as opções e manter transparência em todo o processo executando sua contabilização corretamente. Afinal, a melhor forma de eliminar os riscos é garantindo a segurança.

Tiago Anjos é Product Owner do Grupo Skill.

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