Crescimento do faturamento das empresárias chega a ser três vezes maior do que o dos homens, segundo levantamento
A participação feminina no empreendedorismo digital brasileiro tem registrado aumento nos últimos anos. De acordo com um levantamento da Hubla, o faturamento das empresárias do setor cresceu em um ritmo três vezes maior do que o dos homens. Os dados são referentes especialmente ao primeiro trimestre de 2024.
Durante esse período, o ticket médio das empresas lideradas por mulheres alcançou R$ 764,49, enquanto o dos homens ficou em R$ 203,89. Essa tendência reflete a força das empreendedoras em um segmento que valoriza inovação, adaptabilidade e engajamento.
O alto engajamento é um diferencial
Este é um aspecto que diferencia as empresárias digitais. O CEO e cofundador da Hubla, Arthur Alvarenga, afirma que as mulheres tendem a criar comunidades altamente engajadas, principalmente nas redes sociais. Elas incentivam outras mulheres a empreender e serem mais ativas, o que resulta em uma base de seguidores mais comprometidos.
Uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), em parceria com a FGV, aponta que 71% das mulheres utilizam redes sociais, aplicativos ou a internet para comercializar seus produtos. Entre os homens, esse índice é de 63%.
Para se destacar em um mercado competitivo, é fundamental que as empreendedoras estejam atualizadas sobre as práticas para fortalecer suas presenças online. Dentre as alternativas estão: investir em link building ou comprar backlinks brasileiros para se destacar entre as primeiras posições dos buscadores.
Além disso, investir em estratégias de relações-públicas digitais, como contratar digital PR, pode ser um diferencial para atrair novas oportunidades de negócios.
Mulheres têm se destacado no marketing digital
O mercado de marketing digital é uma das principais áreas onde as mulheres têm conquistado destaque. No search engine optimization (SEO), por exemplo, dos 40 principais profissionais indicados pela Niara em 2024, 16 são mulheres.
Entre elas está a CEO e fundadora da Experta, Flávia Crizanto, que conta que quando ingressou nesse ramo eram quase inexistentes as mulheres fundadoras de agências de SEO. “No decorrer da minha trajetória, fui me conectando e conheci outras mulheres que começaram a fundar suas próprias empresas”, acrescenta.
Segundo Crizanto, o empreendedorismo digital oferece, em muitos casos, a flexibilidade necessária para que as mulheres possam se adequar e permanecer no mercado. Ele permite um modelo que se ajusta aos desafios, como as jornadas duplas e triplas de trabalho.
Ela evidencia o quanto é importante não apenas inserir as mulheres no meio corporativo, mas também estruturá-las para se adaptar à realidade feminina. Além disso, ela ressalta que tais mudanças só são possíveis quando as mulheres estão diretamente envolvidas nesse processo de transformação.
Apesar da expansão da presença feminina, desafios ainda persistem
Embora o empreendedorismo digital ofereça novas oportunidades, ele não está imune aos desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho. A disparidade salarial é um deles, como aponta um estudo da Squid e da YouPix. Mesmo em um setor dominado por mulheres, como o marketing de influência, os homens chegam a ganhar em média 20% a mais – diferença que pode dobrar em alguns nichos.
A desigualdade de gênero é ainda mais acentuada em áreas estruturantes, como as chamadas STEMs (ciência, tecnologia, engenharia e matemática). Nesses espaços mulheres são minoria, conforme indica Crizanto. Segundo a profissional, o problema é que esses setores estruturam outros, inclusive o do marketing digital. Isso acaba excluindo as mulheres da criação e reprodução de modelos que as incluam.
Por outro lado, Flávia Crizanto acredita que a simples presença feminina nesses espaços já transforma o mercado. “Trazemos nosso olhar, vivências, idiossincrasias e particularidades. Mesmo que não tenhamos a intenção de transformar esse mercado, nossa presença já provoca algum tipo de mudança”, destaca.
Para quem deseja se destacar, ela sugere construir uma rede de apoio, buscando grupos, conectando-se com outras mulheres e procurando aliados. Isso vale tanto para mulheres quanto para homens – que estejam dispostos não apenas a incentivar, mas também a abrir portas.
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