Com uma diversidade de tamanhos e acabamentos, definitivamente o material se tornou uma tendência – que veio para ficar! – na arquitetura de interiores
Na arquitetura de interiores, sem sombra de dúvidas o porcelanato alçou o posto de um revestimento com mil e um atributos positivos. E não é para menos: aliado à alta resistência, durabilidade, baixa absorção de umidade e limpeza fácil e assegurada, o material não parou no tempo. Com o advento da tecnologia da indústria, tornou-se ainda mais leve, com uma diversidade de acabamentos e tamanhos que facilitam as obras e propiciam a realização de ideias inovadoras. “Foi-se o tempo em que o revestimento era dedicado exclusivamente à instalação em pisos. Além de conquistar pisos e paredes, a versatilidade do porcelanato nos abre a oportunidade de colocar em prática ideias incríveis e supereficientes”, atesta o arquiteto Bruno Moraes, à frente do escritório Studio BMA.
E quais são as recomendações do profissional para a especificação de porcelanatos em projetos? Acompanhe a seguir:
O que devemos saber antes de utilizar o porcelanato?
De antemão, ele explica que verificar as informações básicas do material é primordial para a adequação nos ambientes. De acordo com Bruno Moraes, o fabricante sempre informa se o revestimento em questão é indicado para áreas internas ou externas, além de pontuar se é retificado ou com a borda boleada, pois esses fatores registram interferência direta na espessura do rejunte. “Junto com esses referenciais, nossa equipe do escritório ainda avalia outros coeficientes como a metragem correta do revestimento, em função da área onde será colocado, bem como as condições da superfície”, detalha.
Na área do box desse banheiro executado pelo arquiteto Bruno Moraes, a versatilidade e o estilo clean do porcelanato especificado revestiram tanto parede e piso, como delinearam o ralo linear, nicho e o banco. O tom claro aparece como contraponto aos detalhes pretos da esquadria e dos metais | Projeto: BMA Studio | Foto: Guilherme Pucci
Para a instalação, o primeiro passo é verificar se o local exibe uma superfície firme, não oca, e regular. “Comumente em grandes formatos, os porcelanatos necessitam de argamassa no contrapiso ou parede, e também uma outra camada na própria peça. Chamamos esse processo de dupla colagem”, relata Bruno.
Durante a aplicação, o melhor procedimento é utilizar as ventosas, deslizando a peça com a ferramenta para dar mais aderência da argamassa do porcelanato com a argamassa aplicada no piso. “Já foi comprovado esse tipo de teste, mas o que vemos na construção são os profissionais que ainda insistem em instalar grandes formatos com o procedimento do ‘martelinho’. A questão é que antigamente não tínhamos peças com formatos e tamanhos como temos hoje. Portanto, o método de instalação deve ser atualizado também”, recomenda.
Qual a maior vantagem deste tipo de revestimento?
Para o arquiteto, o porcelanato conquistou sua posição conceituada nos projetos devido à sua grande lista de atributos. Junto com as vantagens já relacionadas por ele – incluindo à sua baixa porosidade, quando comparado aos revestimentos cerâmicos porosos, por exemplo –, a capacidade de entregar a estética de outros materiais abriu frente para a implementação de concepções inovadoras.
Ao emular diversas aparências do efeito de cimento queimado e de pedras naturais como o mármore, o morador se encanta com as tantas perspectivas que se pode aplicar nos projetos residenciais. “No caso dos mármores, por exemplo, a reprodução de pedras renomadas no exterior podem marcar presença no revestimento de ilhas de cozinhas, bancadas de banheiros, incluindo a criação da pia esculpida, como também em um painel de TV. Ao olhar, ninguém diz que aquela beleza não é de um mármore e a performance do porcelanato é realmente incrível e para vida toda”, avalia Bruno.
Ainda de acordo com ele, a revolução da indústria cerâmica que produz os grandes formatos abre frente para a realização de movelaria. “Em uma porta mimetizada de madeira, a instalação de dimensões grandes, como vimos atualmente na Revestir, nos permite utilizar um porcelanato e ninguém vai dizer o contrário, por conta da reprodução tão fidedigna do material natural”, refere-se o arquiteto.
Na bancada que começa na cozinha e se estende até a varanda gourmet, o arquiteto Bruno apostou no revestimento porcelanato para o piso, imitando o cimento queimado. | Projeto: BMA Studio | Foto: Guilherme Pucci
E a durabilidade?
A olho nu, muitos ainda podem confundir as tipologias de revestimentos cerâmicos. Conforme determina o arquiteto Bruno Moraes, aqueles de base avermelhada, que seguem vigentes no mercado, são mais maleáveis e menos resistentes, contribuindo para uma baixa longevidade, haja vista que este revestimento é mais fácil de danificar ou mesmo quebrar. O mesmo não ocorre com os porcelanatos, que por conta das matérias-primas utilizadas e as altas temperaturas para a queima que são submetidos, apresentam uma porosidade baixíssima, quase mínima. “Ele é tão mais robusto, tanto é que pode ser adotado em bancadas e fachadas ventiladas”, discorre
Neste lavabo assinado pelo arquiteto Bruno Moraes, o apelo rústico do aço corten marca presença na banca com cuba esculpida. No piso e parede, a predominância do revestimento que remete ao efeito de cimento queimado | Projeto: BMA Studio | Foto: Guilherme Pucci
Como estratégia de assegurar a longevidade do porcelanato, diversos fatores que influenciam em sua vida útil: instalação correta, o uso e hábitos ligados à limpeza e manutenção. “De qualquer forma, podemos afirmar que o porcelanato é um dos revestimentos mais resistentes na construção civil”, enfatiza o arquiteto.
As faces amadeiradas na zona do box são um modelo de porcelanato que chega a ser confundido com o revestimento de madeira natural | Projeto: BMA Studio | Foto: Luis Gomes
Como realizar a manutenção e limpeza do porcelanato?
Quando perguntando sobre procedimentos de manutenção, o arquiteto Bruno Moraes ressalta que frequentemente é necessária a limpeza com pano úmido ou lavagem com sabão neutro. “Para remover resíduos de resto de obra, produtos vendidos em lojas de materiais de construção simplificam a remoção de argamassas e rejuntes”, orienta. Deve-se evitar usar produtos abrasivos ou ácidos, assim como fazer a aplicação de resina para dar brilho, pois a prática pode manchar permanentemente o porcelanato.
Sobre BMA Studio
Criado há 14 anos, o escritório é comandado por Bruno Moraes, arquiteto formado pela Faculdade Belas Artes de São Paulo (FEBASP) e pós-graduado em Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil pela FAU Mackenzie. Bruno já passou por grandes escritórios, como o do arquiteto Siegbert Zanettini. Seu escritório atua nas áreas de gerenciamento e execução de obras, concepção de projetos de casas, reforma de apartamentos, retrofits, espaços corporativos e áreas comuns de edifícios. Dispõe de equipe própria de obra treinada para gerir os trabalhos com processos inteligentes, com diferenciais como um aplicativo personalizado. Entre seus principais clientes estão: o Grupo Volkswagen, as multinacionais Arauco e Fabbri, os escritórios da Tecban (Banco 24h), as Sorveteiras Rochinha, um projeto de revitalização urbana no bairro do Bixiga. Além de obras diversas executadas em todas as regiões do Brasil e uma participação na Mostra Casa Saudável. A marca BMA Studio tem trabalhos e vídeos publicados em importantes veículos de arquitetura do Brasil. Bruno é colunista do Portal PiniWeb, é apresentador do Decora Cast (Podcast de decoração do Viva Decora). E, desde 2019 participa do quadro de decoração do Programa da Eliana, no SBT.
BMA Studio
(11) 2062-6423
www.brunomoraesarquitetura.com.br
@brunomoraesarquiteturastudi