A impermeabilização do solo urbano, promovida pelo desenvolvimento imobiliário e pavimentação excessiva das ruas e calçadas, é o principal causador das enchentes e de estragos importantes, como alagamentos, danos ao calçamento e asfalto, e até assoreamento dos leitos de água. Na cidade de São Paulo, o Código de Obras e Edificações (Lei Nº 11228) procurou minimizar esses problemas, exigindo a reserva de, no mínimo, 15% da área do terreno livre de pavimentação ou construção para garantir as condições naturais de absorção das águas pluviais.

Nesse sentido, os pisos drenantes, que permitem a vazão da água, têm sido uma solução usada pelos construtores para minimizar os impactos negativos das chuvas e reduzir a possibilidade de enchentes. Além de drenar a água, garantindo o seu escoamento, eles atendem à questão ambiental, facilitando a absorção pelo solo e permitindo o retorno da água ao lençol freático. Já existem no mercado soluções que possuem até 90% de permeabilidade.

A utilização desse tipo de revestimento é recomendada para áreas externas, como em calçadas, condomínios e, principalmente, espaços públicos, como praças, parques e áreas livres. Nas indústrias, eles podem atender à exigência técnica de uma área permeável.

Uma solução inovadora nesse mercado é o piso drenante formado por um composto de poliuretano, o Elastopave, que funciona como uma supercola para unir agregados, que podem ser pedras e cascalhos, por exemplo. Eles formam superfícies uniformes, resistentes, duráveis e altamente permeáveis. Esse tipo de material suporta fluxo intenso de pedestres e previne que as raízes das plantas quebrem o pavimento ou o trinquem, garantindo uma excelente durabilidade em ambientes naturais como parques, praças, calçadas, jardins. A superfície monolítica e estável também favorece a acessibilidade de cadeiras de rodas.

Em áreas que exigem maior resistência mecânica, como estacionamentos, a alternativa é o Concreto Permeável. Preparado com aditivos especiais, é um concreto com alto índice de vazios e com baixo consumo de água e de areia em sua produção.

Essas soluções inovadoras e importantes para a construção civil já vêm sendo implementadas e estão se tornando também um recurso para a captação e reaproveitamento da água. Podem ser instalados por cima de um sistema de drenagem e captação para que a água da chuva seja recolhida e armazenada, como é feito na CasaE, da BASF, onde há reservatórios com capacidade de 10 mil litros para serem reutilizados na limpeza da área externa e rega dos jardins.

Segundo a Sabesp, usar mangueira para limpeza de quintal e calçada ou lavagem do carro por meia hora consome 560 litros de água. O uso da mangueira por 15 minutos para a rega de plantas chega a gastar 279 litros de água. Com os pisos drenantes, a água reaproveitada pode assumir essas funções, oferecendo sua contribuição para a sustentabilidade.

Giancarlo Tomazim, gerente de estratégia do Time de Indústria de Construção Civil para a América do Sul da BASF

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