O tema “Corpo e Morada” foi escolhido pela CASACOR para orientar a criação dos projetos de todas as edições realizadas ao longo do ano

Ele permite inúmeras interpretações, mas a mais evidente delas é a conexão da casa com as pessoas que vivem nela e vice-versa. A casa deve refletir a personalidade dos moradores e contribuir para provocar boas sensações e acolhimento.

O contato com o meio ambiente se faz cada vez mais necessário para garantir a qualidade de vida das pessoas. Por conta disso, a presença das plantas dentro das casas e no entorno das construções é muito mais que tendência, trata-se uma necessidade. E isso vem contribuindo para alavancar o trabalho dos paisagistas. Mas engana-se quem pensa que a função dos paisagistas está apenas em escolher as espécies adequadas para um determinado espaço ou projeto. Os profissionais dessa área são responsáveis por fazer uma série de interferências na paisagem, entendendo e analisando com precisão a implementação da construção, tirando partido de diversos elementos, como posição do sol, vegetação existente, clima local, tipo de solo, escoamento da água, entre outros fatores. O trabalho consiste em criar uma simbiose entre o ambiente natural, que já existia no local, com as interferências humanas. O paisagista também possui uma importância fundamental: garantir a sustentabilidade do projeto, criando áreas menos impermeabilizadas, possibilitando a drenagem da água no solo, além de garantir a preservação do clima.

A cada edição, a CASACOR Minas conta com a participação de diversos profissionais do segmento. Neste ano, a edição mineira da mostra conta com 5 ambientes desenvolvidos por paisagistas, que também contribuíram em diversos outros espaços da mostra.

Antes de entrar oficialmente na Casa Ferolla, construção que recebe esta edição da CASACOR Minas, o público é surpreendido com Jardim Dulce Ferolla, assinado por Nãna Guimarães e Pedro Moreno. Com uma atmosfera acolhedora, o espaço antecipa o tom nostálgico da visita ao casarão. Criado em homenagem à Dulce Ferolla, a matriarca da família que construiu e viveu na casa, ele acompanha a fachada frontal do casarão, e conta com plantas nativas brasileiras, com ênfase especial nos ecossistemas da Mata Atlântica e do Cerrado, incluindo espécies ameaçadas. Preservando as plantas cultivadas por Dulce Ferolla, o espaço representa sua memória e o legado botânico da antiga moradora. Nãna Guimarães ainda é responsável por mais dois jardins da mostra: um em estilo europeu, na Vila do Vinho, de Silvia Carvalho e o outro é o jardim do Armazém Origem Minas, de Cynthia Silva.

Rico em texturas, volumes e contrastes, o Jardim ARUMde Flávia D’urso, tem projeto paisagístico com inspiração tropical, uma homenagem à rica flora brasileira. Pensado de forma solta, natural e exuberante, ele é repleto de arácias, marantas e outras espécies com folhas largas, criando um ambiente de refúgio e de contemplação. Complementando o projeto, o paisagismo em vasos altos próximo à área gourmet do ambiente Tributo aos 20, de Estela Netto, arremata a cena. De acordo com Flávia, o retorno do público tem sido muito positivo. “As pessoas estão se interessando cada vez mais pelo paisagismo e por estabelecer uma conexão mais próxima com o verde. Mostramos como é possível ter um jardim denso e exuberante mesmo em pequenos espaços”, destaca a paisagista.

No Terraço Bem-Estar, espaço de Andrea Pinto Coelho e Kat Rodrigues, fundadora da Kat Ateliê de Flores e Paisagismo, a proposta foi criar uma área externa com foco no relaxamento. Instalada na área privativa de um dos apartamentos do edifício Casa Ferolla, projeto da F2 Incorporadora e Construtora em parceria com a Arthros Incorporadora, o espaço foi inteiramente pensado para promover o descanso e a contemplação da natureza. Na parte superior do muro revestido em ardósia, a paisagista desenvolveu um exuberante jardim horizontal, que margeia escolhidas obras de arte e, do lado oposto, um bem pensado paisagismo faz fundo a sofás orgânicos e se estende aos grandes vasos com espécies frutíferas, convidando o visitante a fazer uma pausa para desfrutar do contato com a natureza. É o local ideal para aquela pausa durante o percurso. “A jardineira alta foi uma solução criada a partir das minhas memórias afetivas, da época em que minha avó cultivava plantas em latas e baldes. Os vasos dispostos ao longo do muro foram organizados de forma a relembrar essa tradição que faz parte das famílias”, destaca Kat Rodrigues.

Na Varanda Café, de Adriana Gouvea, o paisagismo aparece como uma instalação. A arquiteta criou uma árvore confeccionada com o aço fornecido pela ArcelorMittal. A estrutura recebeu diversas kokedamas, distribuídas como se fossem as folhagens da grande árvore. O resultado surpreende aos olhos.

O paisagista Victor Thauan responsável pelo Refúgio do Mato assumiu como desafio a proposta de criar um espaço que funciona como um convite à paz e à tranquilidade. Para isso, ele investiu no uso de elementos naturais, como o fogo, folhagens, pedra e água. O protagonismo da parede em pedra e do elemento água criam uma conexão de leveza com o verde presente nas plantas e também com a presença do fogo. A proposta do paisagista foi conectar o ser humano com a natureza, contribuindo para promover a qualidade de vida e a saúde daqueles que se permitem a experiência de desfrutar desses pequenos oásis em meio ao caos das grandes cidades.

Localizado dentro do Restaurante O Chef e O Cabra, de Betânia Nascimento, o Jardim das Dobraduras, de Wanderlan Pitangui é outro espaço contemplativo, concebido para complementar a atmosfera e a temática gastronômica do ambiente. Com estética única e uso criativo de materiais e técnicas, destaca o uso das samambaias dispostas em alturas variadas para compor o paisagismo em vasos, combinando a utilização do metal com a delicadeza da arte da dobradura. O resultado é sensação de frescor e vitalidade no ambiente.

O espaço Meu Terraço, de Paula Azevedo, também instalado em uma das unidades do edifício Casa Ferolla(que está sendo comercializado pelas incorporadoras e construtoras durante a mostra), também recebeu um projeto paisagístico especial. A ideia da arquiteta foi integrar cozinha e área com um terraço que pode funcionar como um espaço gourmet e área de descanso, cercado pelo verde.

No Quarto de banho: rosa. Qualquer coisa que faça quase sentir, projeto de Isabela Bethonico e Studio Tertúlia, uma banheira antiga foi transformada em um jardim inusitado e contemplativo, com vegetação inspirada naquelas que podem ser conferidas ao longo do leito dos rios.

A CASACOR Minas Gerais conta com o patrocínio master da Deca. Os fornecedores oficiais desta edição são Tintas Coral, Audi, Divinal e Detronic. O parceiro local de sustentabilidade é a Optpower. Entre os patrocínios locais, estão: BH Airport, Ooh Brasil, Gasmig, ArcelorMittal, F2 Incorporadora e Construtora e Arthros Incorporadora. A mostra ainda conta com o apoio da Portinari, Sebrae, Mall Midia e da Guararapes.

A 28ª CASACOR Minas Gerais vai até dia 03/09, na Casa Ferolla(Rua São Domingos do Prata, 631). Ingressos disponíveis no site(www.casacor.abril.com.br) ou na bilheteria do evento.

créditos fotos: Daniel Mansur/Jomar Bragança/Studio Tertúlia

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