Tumores surgiram no mesmo período, mas não estavam relacionados; falta de sintomas do câncer de pulmão é dificuldade para diagnóstico

“Foram dois baques: primeiro a descoberta de um tumor na mama e, em seguida, outro no pulmão”, conta Simone Barbosa. “Acabei atrasando meus exames de rotina na pandemia da covid-19 e, quando fiz, descobri um caroço no seio do tamanho de um feijão. Durante os exames pré-operatórios para cirurgia de retirada, encontraram uma mancha de 5 centímetros no meu pulmão”, relata. A empresária teve tumores sincrônicos, que surgem no mesmo momento, mas sem relação um com o outro. Realizou duas cirurgias em um intervalo de 30 dias, uma na mama e outra, via robótica, no pulmão.

“Foram dois tratamentos concomitantes, mas em separado pela natureza de cada um. A paciente descobriu o câncer no pulmão graças aos exames para cirurgia da mama e com isso conseguiu tratar precocemente. Mesmo assim, foi necessário retirar uma parte do pulmão esquerdo e ela perdeu uma parcela da capacidade respiratória, que tende a ser recuperada com fisioterapia e reablitação”, explica o cirurgião torácico do Hospital Marcelino Champagnat, Leonardo Rottili Roeder. “Ela não tinha nenhum sintoma da doença e isso faz com que esse tipo de tumor seja descoberto tardiamente pela maioria dos pacientes”, complementa.

Segundo informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 85% dos casos de câncer no pulmão são descobertos em fases mais avançadas. Isso ocorre porque os sintomas da doença são facilmente confundidos com problemas respiratórios, como asma e bronquite. Tosse persistente (com ou sem sangue), falta de ar, dor no peito, infecções de repetição e fadiga também são sinais de alerta.

Robótica

A cirurgia para retirada do lobo superior esquerdo do pulmão da Simone foi feita em janeiro de 2022 por meio da cirurgia robótica, com a plataforma Da Vinci X. Nesse tipo de procedimento, uma pequena câmera é colocada dentro do paciente oferecendo imagens de alta definição em 3D, ampliadas em até 20 vezes, com braços articulados e movimentos mais precisos que o da mão humana. O cirurgião controla, por um painel na sala cirúrgica, um robô com quatro braços mecânicos equipados com diversos instrumentos médicos.

O equipamento robótico é utilizado no tratamento de câncer de pulmão e tumores do mediastino, e também nos casos de alta complexidade em que a cirurgia por vídeo possa vir a ser de difícil execução. “A robótica se destaca por promover maior estabilidade, precisão e movimentos cirúrgicos. É um procedimento com menos cortes, perda de sangue, risco de infecção e, consequentemente, recuperação mais rápida do paciente”, ressalta o cirurgião.

Crédito: Divulgação

Somos um veiculo de comunicação. As informações aqui postadas são de responsabilidade total de quem nos enviou.