Julho é o Mês da Conscientização sobre o Câncer de Cabeça e Pescoço. A campanha é conhecida mundialmente como Julho Verde

O Câncer da Tireoide é um dos mais comuns entre tumores de cabeça e pescoço. Nódulos na tireoide irão afetar cerca de 60% da população brasileira durante algum momento na vida, sendo que 15% desses serão malignos. Especialistas alertam que qualquer alteração deve ser investigada, pois havendo algum tipo de anormalidade, o paciente poderá iniciar o tratamento necessário mais rapidamente.

Uma das grandes novidades no tratamento desse tipo de câncer de cabeça e pescoço tem sido o “tratamento individualizado para o câncer da tireoide”. O médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Dr. Erivelto Volpi, explica:

“Antes, todos pacientes com câncer de tireoide eram submetidos a uma tireidectomia total mais tratamento com iodo radioativo. Hoje, devido aos novos conhecimentos adquiridos sobre o comportamento biológico desse tipo de tumor, como por exemplo localização, tamanho e tipo de célula, além das características do paciente, como idade, sexo e antecedentes familiares, é possível estabelecer tratamentos individualizados. Ou seja, definimos os procedimentos de acordo com cada paciente. Após as análises, podemos não operar, realizar uma tireidectomia parcial ou total, utilizar ou não o iodo radioativo ou mesmo fazer uma cirurgia mais ampla do que a tireidectomia, caso seja indicada”.

Mulheres acima dos 35 anos são o principal grupo de risco para esse tipo de câncer, mas também pode ser observado em jovens e em idosos – dos 25 aos 65 anos – e em pessoas expostas à radiação no pescoço e na cabeça. “O Câncer da Tireoide já é o quinto mais frequente entre as mulheres e o 17º entre os homens”, esclarece Dr. Erivelto Volpi.

Dentre os fatores de risco para o câncer da tireoide vale ressaltar o histórico familiar de câncer da tireoide e a exposição à radiação. Em termos de prevenção, é importante que o paciente seja sempre examinado através de exame clínico seguido, quando necessário, de ultrassom. “Seus sintomas são silenciosos e, por isso, é fundamental o autoexame da tireoide sempre que possível. O mais expressivo é a palpação de um nódulo na tireoide, ou seja, na região anterior do pescoço”, explica Dr. Volpi.

Diagnóstico – O diagnóstico de câncer da tireoide é feito através de uma punção realizada por meio de uma agulha fina, aplicada diretamente no nódulo. O procedimento é simples e pouco doloroso. É retirada menos de uma gotinha do nódulo para que seja averiguado o diagnóstico. A punção do nódulo deve ser guiada por uma ultrassonografia.

Tipos – Existem quatro tipos de câncer da tireoide: papilífero (o mais comum e menos agressivo), folicular (também pouco agressivo), medular e anaplásico (bem agressivo e raro, que costuma ter uma sobrevida curta de 6 meses a 1 ano, mas geralmente acomete pessoas mais idosas).

O diagnóstico do câncer de tireoide tem aumentado nos últimos anos devido ao aumento do uso do ultrassom de tireoide, que permite a detecção de pequenos nódulos, que não poderiam ser diagnosticados no passado.

Sobre o Dr. Erivelto Volpi

Dr. Erivelto Volpi é cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professor de medicina da Faculdade de Medicina UNINOVE. Dr. Volpi é um dos quatro especialistas brasileiros a compor o comitê científico internacional da Campanha Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço da International Federation of Head and Neck Oncologic Societies, que acontece em julho (Julho Verde).

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