Presidente da SBC, Ricardo Antunes, destaca que a colonoscopia é um dos métodos mais importantes na prevenção e detecção precoce do câncer colorretal, que está em crescimento no país com mais de 36 mil casos anuais
No mês em que é conscientizado o câncer colorretal ou de intestino, no Março Azul-Marinho, a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) faz um alerta para a prevenção da doença, que vem crescendo no Brasil e no mundo.
Segundo Ricardo Antunes, cirurgião oncológico e presidente da SBC- Sociedade Brasileira de Cancerologia, o crescimento da doença torna especialmente importante a prevenção, que pode levar a uma significativa diminuição na incidência e na mortalidade. “A prevenção do câncer colorretal é estruturada a partir de três grandes pilares: mudança de comportamento e conscientização populacional, rastreamento do câncer e de lesões precursoras, tratamento rápido e acessível a todos”, alerta o oncologista.
A sociedade Brasileira de Cancerologia destaca que em vista dos custos e a complexidade do tratamento considerando a alta incidência e mortalidade do CCR, a prevenção pelo rastreamento se faz necessária, propiciando o diagnóstico da doença em fases iniciais com maior possibilidade de cura.
As opções disponíveis para o rastreamento do CCR incluem métodos indiretos e diretos. Os métodos indiretos são aqueles que incluem os testes de Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes e os diretos são aqueles que permitem a visualização da mucosa intestinal, como a colonoscopia, que possibilita além do diagnóstico precoce, a identificação e retirada de lesões precursoras, os pólipos, interrompendo a sequência adenoma-adenocarcinoma. Para o presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, a retirada dos pólipos adenomatosos pela polipectomia através da colonoscopia é o melhor método de prevenção do CCR.
A maioria dos casos de câncer colorretal é do tipo esporádico, sem relação genética, e seu aparecimento aumenta com a idade acima de 50 anos em ambos os sexos, são os de risco moderado. Os casos restantes são os indivíduos com história familiar de câncer colorretal e pólipos, onde existe o fator genético, sendo considerados de alto risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer. Nesses casos, o médico recomenda que o rastreamento deve ser iniciado em idade mais precoce, aos 45 anos de idade, como recomenda a Sociedade Americana de Cirurgia e a Sociedade Brasileira de Cancerologia.
A prevenção da doença começa com a diminuição da exposição aos fatores de risco.
Ele também destaca a importância de praticar atividades físicas e ter uma alimentação saudável e manter o peso dentro dos limites da normalidade com o objetivo de evitar o câncer colorretal. Também é importante que as pessoas não fumem e evitem o álcool.
3º tipo de câncer em mortalidade
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o câncer colorretal é o terceiro tipo de câncer letal com maior incidência, perdendo apenas para os cânceres de pulmão e de mama.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa de novos casos, só em 2018, era de 36.360, sendo 17.380 homens e 18.980 mulheres. O último dado divulgado sobre número de morte, em 2015, apontava 16.697 vítimas de câncer colorretal.
Apesar de ser um dos mais letais, o câncer do intestino é uma doença tratável e frequentemente curável dependendo do estágio em que é descoberto.
Tratamento
A cirurgia é o tratamento inicial, retirando- se a parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdômen. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia associada ou não à quimioterapia para diminuir a possibilidade de recidiva do tumor.
O tratamento depende principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor. Quando a doença está espalhada, com metástases para o fígado, pulmão ou outros órgãos, as chances de cura ficam reduzidas.
Após o tratamento é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores.
História
Fundada em 1946, a Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC) é uma entidade civil e científica, de utilidade pública e de direito privado sem fins lucrativos. É a mais antiga instituição no gênero na América do Sul e objetiva estudar e debater todos os problemas de combate ao câncer no Brasil, promovendo campanhas educativas e discutindo em eventos científicos os maiores avanços no tratamento oncológico.