Dermatologista explica tudo sobre a tanorexia, condição que pode levar a problemas como manchas, envelhecimento precoce e até mesmo câncer de pele
Não há quem não goste de tomar um pouco sol, hábito que, se for realizado com moderação, nos horários seguros e com a devida proteção, não tem problema algum. Porém, se você passa longos período exposto ao sol e precisa estar constantemente bronzeado, você pode estar sofrendo de tanorexia. “Tanorexia é um transtorno psicológico que se caracteriza pelo vicio de estar sempre bronzeado, independentemente da época do ano, o que leva a pessoa a passar muito tempo debaixo do sol e até mesmo frequentar ilegalmente câmaras de bronzeamento artificial, já que estas são proibidas no Brasil”, explica o dermatologista Dr. Jardis Volpe, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
Ocorrendo principalmente em mulheres que tem entre 20 e 40 anos, este transtorno tem sintomas bem característicos que, além da necessidade de estar constantemente exposta ao sol, incluem ansiedade e frustação por não estar bronzeada e síndrome de abstinência associada a irritação e raiva quando não há a possibilidade de se tomar sol. “Apesar da causa do problema ainda não ser conhecida, sabe-se que a tanorexia está relacionada a fatores como transtornos depressivos, de ansiedade e dismórfico corporal, além de dependência química, já que a exposição solar é capaz de produzir endorfinas, como a serotonina, que causam sensação de bem-estar e relaxamento nas pessoas”, destaca o médico.
Segundo o Dr. Jardis, o grande problema da tanorexia é que a exposição prolongada e sem proteção ao sol pode causar consequências como manchas, envelhecimento precoce e, em casos mais graves, até mesmo câncer de pele, uma das doenças que mais mata pessoas por ano no Brasil. “Por isso, caso você note que está passando mais tempo do que deveria ao sol e precisa estar bronzeada para se sentir bem consigo mesma, o mais importante é que você procure um médico para iniciar o tratamento da condição, que é feito através de psicoterapia e o uso de medicamentos que ajudam a controlar a obsessão e o comportamento compulsivo do paciente”, completa.
Porém, é importante ressaltar que não é por que uma pessoa adora ficar no sol que ela necessariamente sofre deste transtorno psicológico. Mas, por precaução, o ideal é sempre respeitar a indicação dos dermatologistas com relação a exposição solar. “Antes de tudo é fundamental lembrar que o bronzeamento não é, de forma alguma, um hábito saudável devido aos riscos já citados acima que ele oferece. Mas se você optar por tomar sol é importante fazê-lo sempre antes das 10 horas e após às 16 horas e nunca sem aplicar o fotoprotetor antes, que precisa ter FPS de, no mínimo, 30 e deve ser reaplicado a cada duas horas”, finaliza o Dr. Jardis Volpe.
Fonte: Dr. Jardis Volpe, dermatologista; Diretor Clínico da Clínica Volpe (São Paulo). Formado pela Universidade de São Paulo (USP); Especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia; Membro da Sociedade Americana de Laser, da SBD e da Academia Americana de Dermatologia; Pós-graduação em Dermatocosmiatria pela FMABC; Atualização em Laser pela Harvard Medical School. www.clinicavolpe.com.br