Especialistas em gestão de riscos acreditam que a inovação corporativa e a aproximação com os clientes são o caminho para que empresas sobrevivam

De olho na sustentabilidade e no futuro dos negócios, CEOs do mundo todo estão preocupados com a viabilidade econômica das empresas para os próximos dez anos. O relatório PwC, lançado no Fórum Econômico Mundial deste ano, aponta que mais de um terço dos altos executivos de médias e grandes empresas estão temerosos — e boa parte deles assume que mudanças no modelo de negócios não são prioridades na agenda das organizações e de suas lideranças.

Para especialistas em gestão de riscos corporativos, contudo, esse pessimismo que imobiliza o mercado, comum em contextos de crise, precisará dar lugar para a inovação corporativa e ao “intraempreendedorismo”, criando estratégias comerciais mais criativas e espaços que promovam a colaboração com foco em resultados.

“O caminho para sair da zona de risco e mirar em possibilidades mais prósperas para o futuro está na criação de um processo de inovação sólido, no desenvolvimento da criatividade e na agressividade focada no público-alvo. Essa é uma fórmula potente para reter e atrair talentos, além de conquistar novos clientes”, sugere Guilherme Ferreira, head de benefícios da Magicel, consultoria especializada em benefícios, seguros e riscos empresariais.

De acordo com Guilherme, o primeiro passo para um investimento bem-sucedido em inovação corporativa começa com um diagnóstico do setor, avaliando o momento atual, tendências de consumo e as principais tecnologias e processos disponíveis para facilitar a jornada do consumidor. “Com este diagnóstico em mãos, é preciso investir em marketing e, principalmente, na capacitação da equipe de atendimento. Somente assim é possível garantir que a estratégia comercial tenha êxito, além, lógico, da entrega de soluções e diferenciais”, completa.

O especialista destaca ainda que a tecnologia não é o único ingrediente para garantir negócios mais perenes; para ele, ideias novas e transformadoras surgem apenas a partir de pessoas com vontade de fazer diferente, engajadas com os valores e propósitos da organização. Reconhecer, ouvir e viabilizar mudanças propostas por quem faz parte da empresa é uma alternativa promissora para superar a crise.

Já quando o assunto é atendimento ao cliente, processos mais humanos também são muito bem-vindos. “Ter um atendimento personalizado se tornou um grande diferencial. Obviamente, a inteligência artificial nos dá muitos avanços, até mesmo para que a equipe foque no que realmente importa, mas há coisas que só uma pessoa tem, como empatia pelo problema do outro e um olhar individualizado para cada um. As relações interpessoais sempre serão diferenciadas e insubstituíveis”, aponta Miguel Zaccarias, head de expansão da Magicel.

Por isso, diante da era da inovação e de invenções como o ChatGPT, que parece ter respostas e ideias milagrosas para tantas perguntas, a humanização nunca foi tão importante. Investir no desenvolvimento das pessoas, valorizar o potencial criativo da equipe e estimular ambientes mais inovadores é a chave para diferenciar uma empresa no mercado, aumentar a competitividade e, consequentemente, a viabilidade econômica dos negócios.

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