Edição apresenta aspectos inovadores, como unificação das linguagens de fotografia e gravura e obras inéditas dos artistas Alex Flemming, Gabriela Albergaria e Xadalu Tupã Jekupé

A discussão contemporânea cada vez mais ampla acerca da interdisciplinaridade nas artes e das fronteiras entre diferentes linguagens artísticas foi circunstancial para o Museu de Arte Moderna de São Paulo repensar a estrutura do Clube de Colecionadores. Historicamente dividido entre Clube de Gravura e Clube de Fotografia, agora o Clube segue unificado. A instituição anuncia uma nova fase do programa, criado há mais de 35 anos, que tem como objetivo incentivar o colecionismo, torná-lo mais acessível e fomentar a produção artística nacional.

No dia 27 de novembro, sábado, 14h, o curador do MAM São Paulo, Cauê Alves, e os três artistas que compõem essa edição, Alex Flemming, Gabriela Albergaria e Xadalu Tupã Jekupé, participam de uma live de abertura. O bate-papo será transmitido no canal do YouTube do MAM e terá intérprete de Libras.

Dessa vez, o MAM São Paulo propõe a unificação de gravuras e fotografias sob uma única perspectiva. A iniciativa se concretiza sob a ótica de que, atualmente, há artistas que realizam trabalhos em gravuras, mas baseados em fotografias, e que o avanço da fotografia digital pode também interferir nos processos criativos de gravuras. Essa nova orientação representa a consolidação dos questionamentos propostos pelas duas linguagens e estimula o desenvolvimento de obras que superam esses limites.

“O Clube de Colecionadores do MAM está entre os mais importantes do país e mais antigos em atividade até hoje. Há 35 anos, além de incentivar a produção artística, o Clube do MAM fomenta a formação de coleções de arte contemporânea e contribui para a realização da missão do museu”, comenta Elizabeth Machado, presidente do MAM.

“A partir da serigrafia e das técnicas offset, uma série de trabalhos foi editada pelo MAM, indicando um alargamento da definição de gravura e um diálogo mais intenso dela com a fotografia. Imagens fotográficas, fundidas ou não com técnicas tradicionais, abriram caminho para uma noção híbrida de gravura e de fotografia que tende no limite para o múltiplo”, explica Cauê Alves, curador da instituição.

A tiragem da nova edição é de 70 trabalhos numerados, que acompanham um certificado assinado pelo artista. Ao participar do Clube de Colecionadores, o associado não somente leva uma seleção especial de obras para casa, mas passa a ter acesso a experiências de pertencimento ao mundo da arte.

Os associados terão acesso a experiências exclusivas, conforme Programação Anual abaixo:

* recebimento de 3 obras de artistas selecionados, com curadoria de Cauê Alves;

* certificados das obras assinados pelos artistas;

* kit de Boas Vindas ao Clube de Colecionadores MAM;

* 03 visitas virtuais aos ateliês dos artistas da edição;

* 02 palestras sobre colecionismo e mercado da arte;

* 02 visitas guiadas às exposições em cartaz no MAM;

* acesso a conteúdos exclusivos de encontros virtuais (gravações Zoom).

*A agenda da programação anual será divulgada no início de 2022.:

Além da Programação Anual descrita, os membros do novo Clube de Colecionadores MAM têm os seguintes benefícios:

* 02 catálogos de exposições passadas do MAM (conforme disponibilidade de estoque);

* entrada gratuita no MAM, MASP, MAM Rio, Museu Afro Brasil e Instituto Tomie Ohtake, com direito a 1 acompanhante;

* assinatura digital cortesia para Revista Quatro Cinco Um;

* 10% de desconto nos catálogos e produtos institucionais do MAM;

* 10% de desconto Hotel Mercure São Paulo (pelo link);

* 10% desconto nas publicações do Instituto na Livraria Gaudí, localizada no Complexo Aché Cultural.

Valor da associação anual: R$ 6.000,00*
O associado poderá escolher uma das opções da obra de Alex Flemming.

Formas de pagamento:
Pix, transferência bancária, cartão de débito, ou em até 10x no cartão de crédito.

Para garantir a associação ao Clube de Colecionadores do MAM, entre em contato diretamente por esse link.

Outros contatos:
clubes@mam.org.br

55 11 5085-1406
55 11 94368-3988

Sobre os artistas

Alex Flemming (São Paulo, SP 1954 – Vive em Berlim, Alemanha)

Alex Flemming é um artista brasileiro radicado em Berlim, Alemanha. Frequentou o curso de cinema na FAAP nos anos de 1970 e estudou serigrafia com Regina Silveira e Julio Plaza. Desde os anos 1980, realizou uma série de pinturas e fotografias a partir de corpos de jovens, em que aborda áreas de conflitos armados, em especial Oriente Médio e a região de Chiapas, no México.

Entre os seus trabalhos mais emblemáticos estão os painéis da Estação Sumaré do Metrô, em São Paulo, que mesclam retratos de pessoas comuns com poemas escritos em letras borradas e invertidas. Sua produção une aspectos da pintura, da fotografia e da gravura de modo singular e com cores que dialogam com a tradição da pop art.

As obras realizadas para Clube de Colecionadores podem ser classificadas entre a fotografia e a gravura. A peça pode ser exposta na horizontal, sobre uma mesa, ou pendurada de modo vertical na parede. Elas apresentam retratos de afrodescendentes impressos sobre vidros temperados e trazem imagens borradas, como se a impressão estivesse fora de registro, e dá movimento ao rosto. O trabalho aponta para a relevância da valorização de pessoas negras, mais da metade da população do país, que historicamente têm sofrido ofensas racistas, são alvo principal da violência no Brasil e lutam para terem seus direitos reconhecidos e sua imagem respeitada.

Gabriela Albergaria (Vale de Cambra, Portugal, 1965 – Vive em Bruxelas, Bélgica)

Gabriela Albergaria é uma artista visual de origem portuguesa que vive atualmente em Bruxelas, na Bélgica. Licenciou-se em pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. A artista interessa-se pelas relações da espécie humana com a natureza, voltando-se para coleções botânicas, seu processo de institucionalização e de classificação desde o final do século 18.

Em algumas obras, ela alude às chamadas xilotecas: coleções de madeiras de museus de história natural. As devastações crescentes das áreas verdes e as alterações climáticas decorrentes delas são pressupostos em seu trabalho, daí a valorização da natureza. A vegetação é presente, desde elementos factuais, troncos e galhos trazidos para os espaços expositivos, instalados como peças escultóricas melancolicamente secos e desidratados, até singulares representações entre fotografias e desenhos.

Na obra feita para o Clube de Colecionadores do MAM a artista representa um fragmento da paisagem e da flora brasileira, ressaltando as continuidades e descontinuidades entre a imagem fotográfica e a gráfica. Gabriela embaralha propositalmente a oposição entre a pretensa objetividade e exatidão do registro fotográfico e a simplificação e subjetividade dos traços.

Xadalu Tupã Jekupé (Alegrete, RS, 1985 – Vive em Porto Alegre, RS)

Xadalu Tupã Jekupé é um artista mestiço que usa elementos da serigrafia, pintura, fotografia e objetos para abordar em forma de arte urbana o tensionamento entre a cultura indígena e ocidental nas cidades. Sua obra, resultado das vivências nas aldeias e das conversas com sábios em volta da fogueira, tornou-se um dos recursos mais potentes das artes visuais contra o apagamento da cultura indígena no Rio Grande do Sul.

O diálogo e a integração com a comunidade Guarani Mbyá permitiram ao artista o resgate e reconhecimento da própria ancestralidade. Xadalu tem origem ligada aos indígenas que historicamente habitavam as margens do Rio Ibirapuitã. As águas que banharam sua infância carregam a história de Guaranis Mbyá, Charruas, Minuanos, Jaros e Mbones — assim como dos bisavós e trisavós do artista.

A obra feita para o Clube de Colecionadores apresenta uma cabeça indígena, tal como aquelas esculpidas na base na catedral de Porto Alegre, que simbolizam o domínio do cristianismo sobre a cultura indígena e o extermínio dos povos originários. Em guarani, o artista escreve “Existe uma cidade sobre nós”, em clara alusão ao território indígena soterrado e aos vestígios arqueológicos encontrados na região.

Sobre o MAM São Paulo

Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de 5 mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas.

O Museu mantém uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

Localizado no Parque Ibirapuera, a mais importante área verde de São Paulo, o edifício do MAM foi adaptado por Lina Bo Bardi e conta, além das salas de exposição, com ateliê, biblioteca, auditório, restaurante e uma loja onde os visitantes encontram produtos de design, livros de arte e uma linha de objetos com a marca MAM. Os espaços do Museu se integram visualmente ao Jardim de Esculturas, projetado por Roberto Burle Marx para abrigar obras da coleção. Todas as dependências são acessíveis a visitantes com necessidades especiais.

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Crédito da foto: Karina Bacci

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