Segundo dados do Ministério da Saúde, houve queda de 84% no número de mamografias realizadas no país em 2020

“Diagnóstico precoce salva vidas. Nos casos de câncer de mama e de colo de útero, quando as causas aparentes e não-aparentes são facilmente diagnosticáveis, o melhor tratamento é manter seus exames em dia”, explica a médica oncologista do IHOC / Oncoclínicas, Maria Cristina Figueiroa.

No mês em que é comemorado o Dia da Mulher (8 de março) e que celebramos também o Março Lilás, que conscientiza mulheres para o câncer de colo do útero, os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) são alarmantes: no Brasil, considerando o ano de 2021, são esperados ao menos 66 mil novos diagnósticos de câncer de mama e 16,5 mil de câncer de colo do útero.

“Porém, durante a pandemia muitas mulheres deixaram de ir ao médico e esse diagnóstico vai ficando para trás. Além disso, as pacientes já diagnosticadas, acabam interrompendo o tratamento continuado, o preocupa muito nós médicos”, frisa a oncologista.

Segundo o Ministério da Saúde, no caso dos tumores de mama, houve queda de 84% no número de mamografias feitas no país em 2020 (dados divulgados em outubro) em comparação ao ano anterior. Na rede privada, a queda registrada, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), foi de 46,4% entre março e agosto de 2020 se comparado aos mesmos meses de 2019. Os exames de mamografia e Papanicolau são essenciais para o diagnóstico precoce de quaisquer cânceres nas respectivas regiões.

De acordo com o Ministério da Saúde, apenas 16% das mulheres de 25 a 65 anos realizam exames ginecológicos no Brasil, mesmo antes da pandemia da COVID-19. Esse número é metade do mínimo indicado pela OMS como sendo essencial para frear os índices de câncer de colo de útero. Sem contar a baixa adesão à vacina contra o HPV, vírus sexualmente transmissível que é a principal causa de surgimento desse tipo de tumor e que, portanto, poderia ser totalmente evitável.

A vacina quadrivalente – para o HPV – é indicada para meninas e mulheres de nove a 45 anos e para meninos e homens de nove a 26 anos. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a imunização apenas para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, os demais, podem procurar uma clínica de vacina privada em qualquer época do ano.

A especialista faz um alerta: o câncer não espera e, mesmo em meio a situação em que estamos vivendo, é preciso procurar um médico especializado ao sentir qualquer sintoma ou qualquer diferença no corpo, além, claro, de manter os exames em dia. “Além disso, cuidado redobrado com a saúde: não fumar, praticar exercícios físicos, adotar uma alimentação saudável e manter todos os exames ginecológicos em dia, são passos imprescindíveis para prevenir quaisquer doenças”, finaliza.

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