Desenvolvida pela Startup Laura, P.A Digital tira dúvidas sobre sintomas, orienta pacientes e encaminha casos suspeitos para atendimento médico. Com dados da Laura, poder público pode prever e se preparar para aumento de demanda por leitos

A tecnologia de inteligência artificial criada pela Startup Laura para apoiar o sistema de saúde no combate à Covid-19 já está operando em prefeituras de quatro estados brasileiros. A inovação em saúde faz a triagem digital de pacientes, esclarece dúvidas e orienta o atendimento médico em casos suspeitos. A primeira cidade a se beneficiar do Pronto Atendimento Digital foi Curitiba, onde a Laura atende a população desde o fim de abril. Em Santa Catarina, o município de Piçarras aderiu a solução que também já foi implementada em Cataduva (SP) e Araripina (PE). A expectativa é alcançar 20 municípios nos próximos três meses.

A plataforma tem a interface de uma conversa digital e funciona como um assistente virtual. Assim, o cidadão das prefeituras onde Laura funciona realiza a triagem online e tira dúvidas sobre a doença sem sair de casa. De acordo com as respostas coletadas, o sistema alerta sobre sintomas graves, identifica casos suspeitos de Covid-19 e orienta pacientes que devem procurar atendimento médico. Os procedimentos seguem parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.

A Startup Laura possui experiência no propósito de democratização da saúde por meio do desenvolvimento de tecnologia de assistência hospitalar. Durante a pandemia, Laura passou a oferecer a solução de triagem e previsão da demanda de atendimento de pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus. “Através da tecnologia podemos aproximar a gestão do cuidado do paciente; as prefeituras conseguem conectar os serviços de saúde já existentes, orientando a população, acompanhamento casos mais críticos e se tornando mais presentes na vida do cidadão”, explica Cristian Rocha, CEO da Laura. “A vantagem é uma visão holística dos municípios, com mais dados sobre a taxa de contaminação em cada região e maior controle dos reais riscos da cidade”, completa.

Otimização de recursos

Além de garantir mais segurança à população com atendimento remoto, o PA Digital representa mais eficiência à saúde pública, que consegue prever a demanda e gerir recursos de tratamento com antecedência. “Esses sistemas permitem que se mapeie os recursos, gerenciamento de insumos e medicamentos: sem sistema de informação seria um grande problema”, afirma o Secretário de Saúde de Catanduva (SP), Ronaldo Carlos Gonçalves Júnior. “Robô Laura foi um grande benefício que nós tivemos, ampliando o contato com a população”.

Segundo a Superintendente da Secretaria de Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella Nadas, o desenvolvimento da tecnologia para combate à pandemia agrega um valor importante na integração e tratamento de dados que podem aprimorar a gestão de saúde durante e depois da crise. “Essas informações não poderiam se perder; a integração da inteligência Laura com outras bases de dados que a prefeitura dispõe nos dá possibilidade de fazer um rastreamento e monitoramento dessas pessoas”, afirma. “Neste momento, estamos realmente aprendendo com a Laura e com a autonomia que o cidadão passa a ter. Não se trata de transformar o analógico no digital, mas saber ler os dados digitais com eficácia”.

A plataforma já realizou mais de 10 mil telemonitoramentos. Além de auxiliar as secretarias de saúde municipais, o P.A. Digital funciona em sete hospitais brasileiros, oferecendo a triagem diretamente no site das instituições.

Tecnologia para salvar vidas

O Robô Laura é uma tecnologia implantada em instituições de saúde para identificação precoce dos riscos de deterioração clínica. Por meio de inteligência artificial e tecnologia cognitiva, faz o gerenciamento de dados da rotina hospitalar e emite alertas para a equipe assistencial, o que melhora a capacidade preditiva, com previsões mais estáveis. Ativa desde 2016, o Robô já analisou mais de 8,6 milhões de atendimentos e reduziu em 25% a taxa de mortalidade hospitalar. Além de ajudar a salvar 18 vidas por dia, é um instrumento para otimização de tempo e recursos em saúde.

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