Ambientes mais arejados, bem iluminados e com conexão com a natureza são mais procurados diante de momento de pandemia e podem contribuir para bem-estar físico e mental
Casas que promovem a saúde não são assunto novo entre os arquitetos. Mas o tema ganhou relevância após a humanidade precisar do isolamento e do distanciamento social para se precaver da contaminação pela Covid-19. Mais do que nunca, a ventilação natural de um imóvel ganhou relevância, com os perigos de contaminação da Covid-19 pelo ar. Mas, a saúde em quatro paredes não se resume a isso. Casas que não recebem impermeabilização podem ter problemas com o mofo, que repercutem no sistema respiratório. A falta de iluminação dentro de casa pode atrapalhar os moradores a metabolizar a vitamina D, um importante elemento para o organismo.
A pneumologista Fernanda Miranda confirma o quanto o ambiente interfere na saúde. Enquanto os ambientes arejados e iluminados refletem positivamente no organismo, a poluição intradomiciliar pode trazer prejuízos. “O mofo, por exemplo, pode ser a causa de uma doença pulmonar chamada de Pneumonite de Hipersensibilidade, além de ser um desencadeante de crises de asma”, diz. Ela lembra alerta outros cuidados importantes dentro de casa, como evitar fumar em ambientes fechados, evitar o acúmulo de poeira por meio de cortinas, carpetes e tapetes, entre outros. “Livros, por exemplo, devem ser mantidos em estantes fechadas.”
E, pelo andamento, mais gente deve permanecer mais tempo em casa, mesmo após a pandemia. De acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o home office deve crescer 30% no período pós-pandemia. Nesse sentido, os imóveis vem sofrendo adaptações para atender melhor essa nova demanda. “Pode até não parecer, mas as duas coisas estão intimamente ligadas. Uma arquitetura bem planejada pode fazer muita diferença no quesito saúde e bem-estar dos moradores de uma residência”, diz a arquiteta Dihana Kanda, da Tapajós Engenharia.
Os novos projetos imobiliários, diz ela, investiram ainda mais em soluções para garantir o bem-estar dos moradores. “Esse novo modo de vida marcado por um tempo mais intenso em casa, impactou em todo o desenvolvimento dos projetos. Agora, mais do que nunca, projetar espaços mais amplos e que permitam mais ventilação e iluminação natural é fundamental. Isso contribui com o bem-estar físico e até mental dos usuários, pois ambientes mais ventilados têm melhor conforto térmico, melhoria da umidade do ar e se tornam menos propícios à circulação de vírus e demais microorganismos, por conta da renovação do ar no ambiente”, afirma.
Dihana conta que prédios com esse perfil, voltados para a saúde e bem-estar, estão sendo lançados em Goiânia. Ela cita como exemplo, o Blume Apartments, novo lançamento da Tapajós Engenharia com a Town Incorporadora, que será construído no Setor Serrinha. “É um projeto que teve início ainda no começo da pandemia, em março de 2020. Já existia a preocupação da arquitetura com projetos arejados e que proporcionassem mais sensação de bem-estar para as pessoas que passariam a ficar mais tempo em casa, então dedicamos atenção a detalhes como a adoção de janelas em todos os ambientes, inclusive nos banheiros”, ela completa.
Preocupação com a saúde mental
O Blume Apartments desenvolveu plantas flexíveis para o apartamento de 75 m², que pode receber adaptações para dispor de um ambiente de office, variando conforme o tamanho da família, o que possibilita mais privacidade durante os momentos de home office ou homeschooling. Além desta opção, o empreendimento conta apartamentos com 3 suítes plenas de 89 m² e 112 m².
Em relação à área comum do empreendimento, também houve uma preocupação com a questão da ventilação, principalmente a cruzada. Em sua área de lazer, o Blume contará com um rooftop no 33º andar, com espaço Bistrô Gourmet; além de um terraço gourmet, com churrasqueira a carvão e chopeira de torre e o Terraço Bar/Café. O pavimento também contará com ambientes para coworking e home office com duas salas de videoconferência, todas com foco na ventilação cruzada.
Os cuidados com a decoração do ambiente também foram pensados para provocar uma sensação de bem-estar e podem ser adotados pelos moradores. De acordo com Dihana Kanda, os apartamentos decorados acrescentaram a natureza, por meio de flores e plantas, para favorecer o sentimento de conforto. “Com base em estudos sobre design biofílico e a neuroarquitetura, vimos que a adoção de elementos da natureza em um apartamento causa uma sensação de bem-estar nos moradores. A adoção dessa técnica foi bem alinhada com o momento, proporcionando um ambiente que favorece a saúde mental”, afirma Kanda.