O Brasil, como um dos países em maior desenvolvimento na área da construção civil, é também um dos países com maior potencial para se tornar cada vez mais sustentável por meio da utilização de matérias-primas renováveis e ecológicas

De acordo com o Ministério das Cidades, estima-se que os resíduos de construção e demolição representem de 51% à 70% dos sólidos urbanos que, se mal gerenciados, degradam o meio ambiente. Esse volume de poluentes pode ser amenizado se o atual modelo de construção passar a levar em consideração o uso de materiais como a madeira. Com o avanço de métodos construtivos no uso desta matéria-prima como parte da estruturação de prédios, possibilita-se, por exemplo, oferecer uma maneira mais rápida, mais barata e ecológica para o desenvolvimento urbano.

Para o Luis Zertuche, Diretor do American Hardwood Export Council para América Latina, o papel da madeira em construções, embora ainda esteja em passos iniciais em países como o Brasil, tem muito a ser explorado. “O American Hardwood Export Council tem mapeado países ao redor de todo o mundo onde existe um mercado em potencial para o uso de madeiras em construções que levem em consideração o impacto ambiental. Já temos parceiros na Austrália, índia, Europa, Estados Unidos, onde fica a nossa sede do AHEC, e agora estamos atentos ao Brasil. Notamos que, no país, o setor da arquitetura e da engenharia são áreas que se preocupam cada vez mais com o meio ambiente e, além disso, o Brasil é um dos cinco países no mundo com o maior número de projetos sustentáveis”, observou.

Além da redução do impacto ambiental causado pelas construções com madeira engenheirada, o que chama a atenção de engenheiros e arquitetos é a maleabilidade do material, já que permite que os construtores sejam mais ousados em suas criações. Conheça quatro grandes projetos arquitetônicos que foram construídos com madeira de lei americana ao redor do mundo:

Bloomberg – Londres (Reino Unido)

Projetado pela Foster + Partners, liderada pelo próprio Norman Foster, a sede europeia da Bloomberg, em Londres, já foi cotada para prêmios de arquitetura. Além disso, alcançou uma classificação BREEAM recorde para um desenvolvimento de escritórios de 98,5% e recebendo o título de edifício de escritório mais sustentável do mundo.

O arquiteto do projeto, Michael Jones, disse que a madeira não é usada de forma simbólica e decorativa. É fundamental para a estética interior e para cumprir os objetivos ambientais. No projeto, a madeira se mostra um material renovável, energeticamente eficiente, rico em carbono e também ajuda a alcançar a sustentabilidade no sentido mais amplo. Isso é, a sustentabilidade de um edifício também tem a ver com o bem-estar das pessoas – e as pessoas se sentem melhor em um lugar com materiais naturais.

Madeira utilizada: Carvalho vermelho (do inglês, red oak)

Spens Garden cafe & Winkel gift shop – Western Cape (África do Sul)

O Spens cafe and Winkel gift shop, projeto finalista em premiações internacionais, possui formas arquitetônicas simples inspiradas nas cabanas dos San chamadas ‘Matjieshuis’ (Casa Mat), de origem holandesa. No projeto, a inspiração resultou em estruturas de treliças de carvalho branco americano intrincadamente curvadas, que servem como um foco visual que guia os visitantes para dentro e depois se retorce para criar os espaços do café/restaurante e loja de presentes. Na estrutura, que possui aproximadamente 750m2, foi utilizado o carvalho branco americano devido à sua durabilidade combinada com as propriedades que ele contém quando aquecido e, mesmo quando resfriado, a forma é mantida.

Madeira utilizada: Carvalho branco (do inglês, white oak)

Brighton House – Melbourne (Austrália)

A propriedade construída na cidade costeira de Melbourne, tem uma proposta estética com o exterior de madeira manchada, para contrastar e destacar o paisagismo verdejante planejado para a propriedade. Embora o revestimento de madeira possa ser um desafio em ambientes costeiros australianos como este, as madeiras tratadas termicamente foram consideradas devido à sua resistência às intempéries e aos requisitos mínimos de manutenção. A tulipa americana não era apenas uma opção econômica, mas também leve, o que a tornava ideal para a extensão do revestimento necessário.

Madeira utilizada: Tulipa Americana (do inglês, American tulipwood)

KOA Canvas – Dubai (Emirados Árabes)

Com um design único, o projeto KOA Canvas possui mais de 750 m² de tulipa americana termicamente modificado (TMT) para criar o revestimento da construção e foi a primeira vez que a TMT foi utilizada nestas quantidades na região. De acordo com os arquitetos, o material é agradável de trabalhar, pois era fácil de cortar e os métodos de fixação mecânica eram simples. Devido ao seu peso leve, também era fácil de transportar, e o armazenamento para aclimatação era feito no local. Isso permitiu que eles permanecessem no caminho certo com relação aos cronogramas do projeto.

Madeira utilizada: Tulipa Americana (do inglês, American tulipwood)

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