Consequências geram danos à saúde a curto e longo prazos
A pandemia do novo Coronavírus e a consequente necessidade de isolamento social mudaram a forma de trabalho de boa parte dos brasileiros. De um dia para outro, o escritório foi para dentro de casa e a mesa da sala de jantar se transformou em mesa de escritório.
No consultório do ortopedista do Hospital Marcelino Champagnat, Antônio Krieger, as queixas de um em cada 10 pacientes são relacionadas a dores na coluna provocadas pelo home office e pelas mudanças nos hábitos. Segundo o médico, móveis e equipamentos inadequados, a jornada aumentada de trabalho (atividades com os filhos, limpeza e tarefas de casa) e o sedentarismo estão aumentando a incidência de dores lombares e cervicais e, a longo prazo, podem gerar problemas ainda maiores, como tendinite, bursite, desgaste da cartilagem das articulações e artrose precoce na coluna, ombros, joelhos e cotovelos.
Segundo ele, a altura da tela de notebooks força a inclinação do pescoço, causando dores na cervical. Se usados no sofá ou cama, provocam ainda a má postura. Banquetas ou cadeiras mais altas não permitem o apoio dos pés no chão, deixando para a coluna toda a tarefa de sustentação do corpo. Se não houver um encosto apropriado, o esforço é maior ainda. Além disso, com toda a família passando mais tempo em casa, as tarefas domésticas aumentaram, sobrecarregando a carga horária de atividades e o corpo.
Somado a tudo isso vem o sedentarismo. A atividade física regular em academia foi temporariamente suspensa e a necessidade de locomoção na rotina de trabalho reduzida. “Além de prejudicar a musculatura da coluna e todo o corpo, o sedentarismo causa diversos danos à saúde em curto espaço de tempo”, revela Krieger. Um artigo científico, publicado no Journal of The American Medical Association (JAMA), avaliou as alterações metabólicas em homens que reduziram a quantidade de passos diários que antes era de 6 mil a 10 mil para até 1,5 mil. Em apenas três semanas, houve perda de massa muscular, aumento de gordura visceral, diminuição da sensibilidade à insulina e piora do metabolismo lipídico pós-prandial (após as refeições).
Dicas para fazer em casa
Enquanto a rotina não volta ao normal, alguns cuidados básicos podem ajudar. É importante providenciar uma cadeira que permita apoiar os pés no chão ou providenciar um apoio que pode ser feito até mesmo com um banquinho ou caixa. O ideal é manter um ângulo de 90º com as pernas. Um apoio para o notebook para que a tela fique na altura dos olhos evitará a inclinação do pescoço.
Intervalos periódicos de hora em hora, para levantar e se alongar, ajudam a relaxar a coluna e oxigenar a musculatura. Alternar as atividades de casa também exige menos do corpo. “Se precisa passar roupa, faça por meia hora e depois varra um cômodo da casa ou prepare o almoço. Nunca fique tempo demais na mesma atividade e postura”, aconselha o ortopedista.
Ficar em casa não pode ser desculpa para o sedentarismo. “É possível contratar aulas e orientações virtuais de educadores físicos e fisioterapeutas para ensinar exercícios seguros, que podem ser feitos com recursos que temos em casa. Vale reforçar ainda que exercícios abdominais ajudam na estabilização da coluna lombar. Precisamos gastar tempo para cuidar da saúde e o exercício físico fortalece a musculatura e previne lesões”, alerta Krieger.
Sobre o Hospital Marcelino Champagnat
O Hospital Marcelino Champagnat faz parte do Grupo Marista e nasceu com o compromisso de atender seus pacientes de forma completa e com princípios médicos de qualidade e segurança. É referência em procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade. Nas especialidades destacam-se: cardiologia, neurocirurgia, ortopedia e cirurgia geral e bariátrica, além de serviços diferenciados de Check-up. Planejado para atender a todos os quesitos internacionais de qualidade assistencial, é o único do Paraná certificado pela Joint Commission International (JCI).
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