Prisão de ventre aumenta a pressão intra-abdominal e dificulta retorno venoso, piorando inchaço, dor nas pernas e varizes. Médica explica que a ingestão de fibras pode ajudar

Você já deve ter ouvido falar que o consumo de fibras, a ingestão de água e a prática de exercícios físicos evitam uma série de problemas. Mas o consumo de fibras no Brasil ainda é baixo, cerca de 10 a 15 gramas diariamente, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda consumir de 25 a 35 gramas diárias. “Essenciais para o bom funcionamento do organismo, as fibras fornecem nutrientes e são aliadas na manutenção de uma dieta saudável, inclusive para diabéticos. Além disso, elas estão relacionadas à boa circulação de sangue de uma maneira geral”, explica a angiologista Dra. Aline Lamaita, membro do American College of Lifestyle Medicine.

A médica explica que uma boa maneira de adicionar fibras à dieta é por meio dos grãos e farinhas integrais, das frutas e das verduras. “Elas, por serem ricas em fibras, favorecem o bom funcionamento intestinal, que é vital para se ter uma boa circulação”, diz a médica.

Segundo a Dra. Aline, quando estamos obstipados, aumentamos a pressão intra-abdominal, o que dificulta muito o retorno venoso, piorando inchaço, dor nas pernas e piora das varizes. “Ou seja, por conta da prisão de ventre e inchaço, a circulação nas veias das pernas pode ficar comprometida”, diz.

Além disso, a médica lembra que um bom funcionamento do intestino significa melhora da imunidade e nos protege de quadros infecciosos. “Por isso, acrescente ao cardápio frutas como mamão, legumes, verduras, grãos integrais e sementes. Se não funcionar, os pré e probióticos podem ajudar, desde que bem orientados por médicos ou nutricionistas”, afirma.

Ao ingerir mais fibras, a ingestão de líquidos também deve aumentar. Água, sucos e chás são recomendados para melhorar a circulação do sangue. “Quanto menor a ingestão de água, maior a viscosidade do sangue. Além disso, a desidratação também favorece a queda da pressão arterial, ameaçando vários órgãos. O consumo adequado de água garante que o organismo seja irrigado e bem nutrido de sangue”, enfatiza.

Mais cuidados na alimentação

De acordo com a médica, além de incluir os grãos integrais e alimentos com mais fibras, é necessário frear a ingestão de sódio, bebida alcóolica, alimentos processados e gordura hidrogenada. Ela explica abaixo os principais problemas de cada um:

-Excesso de sal: “Além de usar o saleiro, a maioria dos produtos industrializados tem o sódio adicionado para melhorar sua conservação. Então, no geral, o brasileiro consome muito mais sal do que deveria”, diz a médica. “O sal favorece a retenção de líquido, provoca inchaço e aumenta a pressão sobre os vasos sanguíneos e deixa o sangue mais denso, pesado, podendo favorecer a formação de coágulos”, explica. Também devemos tomar cuidado com doces light e refrigerantes, pois geralmente contém muito sódio. “Quando se fala em sódio, as pessoas automaticamente pensam em salgados e, em boa parte da população, o consumo excessivo está nos doces e produtos industrializados”, afirma a médica.

-Bebida alcoólica: Ao favorecer a desidratação, o álcool pode fazer o organismo reter mais líquidos e aumentar a pressão sobre veias e artérias. Quem gosta de fumar quando está bebendo aumenta ainda mais os riscos, já que a nicotina tem efeito constritor, explica a médica.

-Alimentos processados: Você ama biscoitos, macarrão instantâneo, refrigerantes, refrescos em pó e salgadinhos? Fique atento: “Ricos em sal, açúcar e gorduras, eles favorecem o ganho de peso e também a inflamação, o que pode colaborar para o aparecimento de doenças circulatórias”, afirma.

-Gordura hidrogenada: Fast-foods, sorvetes industrializados e bolos são três exemplos de alimentos que podem contar com esse tipo de gordura, que retarda a circulação e pode agravar a inflamação dos vasos sanguíneos.

FONTE: Cirurgiã vascular e angiologista, Dra. Aline Lamaita é membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, do American College of Phlebology, e do American College of Lifestyle Medicine. Formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a médica participa, na Universidade de Harvard, de cursos de pós-graduação que ensinam ferramentas para estimular mudanças no estilo de vida nos pacientes em prol da melhora da longevidade e qualidade de vida. A médica possui título de especialista em Cirurgia Vascular pela Associação Médica Brasileira / Conselho Federal de Medicina.

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