Exposição no Museu Oscar Niemeyer celebra a trajetória da marca e do desenvolvimento da indústria e design no país
Em 1870, o português José Antonio Coxito Granado dava início a um promissor negócio no Brasil: a manipulação de extratos vegetais de plantas, ervas e flores brasileiras para a fabricação de cosméticos e medicamentos.
De 21 de setembro a 6 de novembro de 2022, o Museu Oscar Niemeyer recebe a exposição ‘A história da botica mais tradicional do Brasil”, que conta os pontos altos dessa história que já passou o marco dos 150 anos. O público vai conhecer mais de 300 itens que fazem parte do acervo inédito da Granado.
Na exposição se entrelaçam o crescimento da cidade do Rio de Janeiro, o desenvolvimento da farmácia e da publicidade. O passeio começa pela origem da marca com seus rótulos, embalagens e impressos de diferentes épocas.
O visitante é convidado a fazer uma viagem no tempo por meio de produtos icônicos, registros de clientes ilustres, condecorações nacionais e internacionais. Ao final, tem a chance de conhecer a produção e o desenvolvimento dos produtos e visitar uma sala interativa sobre o universo da perfumaria.
Fonte de inspiração
Para as historiadas Ana Maria Pereira de Almeida e Jacqueline de Araujo, responsáveis pela pesquisa e preservação do acervo Granado, as peças formam um conjunto dinâmico: “Cada embalagem, identidade visual ou novo produto é incorporado à coleção após seu lançamento”, explica Jacqueline. E servem como fonte de pesquisa e inspiração para o desenvolvimento de novos produtos e comunicação da marca.
“Granado participou de várias fases da história do país. É muito bom poder comemorar esse momento dividindo a riqueza do nosso acervo com o público”, diz Sissi Freeman, diretora de Marketing da empresa.
Como tudo começou
Em 1870, o português José Antonio Coxito Granado funda a botica Granado no Rio de Janeiro (RJ), então capital do império, na antiga Rua Direita – atual Rua Primeiro de Março.
Em seus primórdios, a ‘pharmácia’ manipulava produtos com extratos vegetais de plantas, ervas e flores brasileiras, cultivadas no sítio do seu fundador, em Teresópolis (RJ). Coxito ainda importava produtos da Europa e adaptava suas fórmulas para os padrões locais.
A qualidade e eficácia dos produtos da Granado logo conquistaram a corte de Dom Pedro II e, em 1880, foi conferido à empresa o título de Farmácia Oficial da Família Imperial Brasileira.
Já no século XX, a empresa seguiu conquistando espaço: inaugurou novas lojas na cidade do Rio e adquiriu uma fábrica em Belém (PA), onde passou a produzir os sabonetes em barra.
O português Coxito também se aventurou no ramo de publicações. Entre os anos de 1887 e 1940 editou o almanaque anual “Pharol da Mdicina”, no qual médicos, farmacêuticos e público eram informados sobre os novos produtos da sua farmácia.
Em meados dos anos 1990, após três gerações na família, a farmácia passou a ser presidida pelo inglês Christopher Freeman. Em 2004, a Phebo foi incorporada à empresa, bem como os produtos que fabricava.
A empresa modernizou seu complexo industrial e chega hoje a mais de 80 lojas pelo país. Possui três lojas na França, em Londres e ampla distribuição de produtos na Europa e Estados Unidos através do ecommerce internacional.
Serviço
Exposição “A história da botica mais tradicional do Brasil”
Abertura: 21 de setembro
Período: 21 de setembro a 6 de novembro de 2022.
Local: Museu Oscar Niemeyer – R. Mal. Hermes, 999 – Centro Cívico, Curitiba
Visitação: terça a dom, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Entrada gratuita, mediante apresentação de documento comprovatório: menores de 12 anos, maiores de 60 anos, grupos pré-agendados de estudantes de escolas públicas do ensino médio e fundamental, guias de turismo acompanhados de grupos, jornalistas, taxistas credenciados à URBS, membros da Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Paraná (APAP), membros do International Council of Museums (ICOM).