Atualmente, existem mais de 305 povos indígenas no Brasil, com uma população total de cerca de 1,7 milhão de pessoas, de acordo com o Censo de 2022 do IBGE. Para criar pontes e diálogos com a pluralidade desse universo repleto de simbologia, o Centro Cultural Vale Maranhão foi palco de um encontro inesquecível entre tradição e contemporaneidade na sexta edição do Indígenas.BR – Festival de Músicas Indígenas, que ocorreu em celebração ao Dia Internacional dos Povos Indígenas.

Uma das novidades mais aguardadas da edição 2024 do festival foi a moda indígena, destacada em dois momentos especiais da programação: a Conversa Aberta Estilistas Originários, onde We’e’ena Tikuna, Sioduhi e Patrícia Kamayurá compartilharam suas experiências e desafios como criadores de suas marcas, e o desfile Moda Indígena, que revelou ao público peças que mesclam ancestralidade e modernidade de forma única.

Sob o comando dessas talentosas estilistas, o desfile apresentou uma coleção vibrante e repleta de significados. We’e’ena Tikuna, pioneira em projetar uma grife inteiramente indígena, encantou com criações que refletem a alma de seu povo e a força de suas raízes. Patrícia Kamayurá, do Território Xingu, trouxe ao evento sua marca registrada de resistência e ancestralidade, com vestidos de linho pintados à mão e peças adornadas com grafismos tradicionais. Já Sioduhi, do Território Indígena Alto Rio Negro, no Amazonas, impressionou com o uso da tecnologia Maniocolor, um corante têxtil à base de casca de mandioca, que simboliza a perfeita união entre inovação e respeito ao meio ambiente.

Acompanhado por uma trilha sonora evocativa das paisagens sonoras dos territórios indígenas, o desfile foi um dos momentos mais marcantes do festival.

Com curadoria da musicista e pesquisadora Magda Pucci e da jornalista e cantora Djuena Tikuna, o 6º Festival Indígenas.BR também apresentou documentários inéditos de povos indígenas maranhenses, além de shows, abertura de exposição itinerante, lançamento de dicionário em uma língua indígena e oficina de saberes em extinção.

Em sua sexta edição, o festival desponta como um dos principais espaços de debate sobre cultura indígena no Brasil. “Desde as primeiras edições, pensamos o festival para ser uma constante dentro de nossa programação. É um espaço garantido para que os povos originários se expressem a partir da sua própria lógica de pensar e se relacionarem com o território em que vivem. O festival também é um instrumento de salvaguarda desses conhecimentos, já que conseguimos, para além das atrações ao vivo, gerar conteúdos e registros de memória”, afirma Gabriel Gutierrez, diretor do Centro Cultural Vale Maranhão.

Sobre o CCVM

O Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) é um espaço cultural mantido pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, com o objetivo de contribuir com a democratização do acesso à cultura e valorização das mais diversas manifestações e expressões artísticas da região. Acesse http://institutoculturalvale.org/ para mais informações sobre a atuação do ICV.

Conheça mais sobre eles:

https://www.instagram.com/weena_tikuna/
https://www.instagram.com/sioduhistudio/

https://www.instagram.com/patriciakamajura/

fotos: Jesus Pérez

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