População de São Paulo deve adotar medidas para manter a hidratação diante da classificação do ar como “muito ruim”
A qualidade do ar em São Paulo atingiu níveis críticos esta semana, registrando o pior índice de poluição pelo segundo dia consecutivo entre 120 cidades monitoradas pelo site suíço IQAir. Segundo dados da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), a região metropolitana está classificada como “muito ruim”, o que significa que a população está exposta a altos níveis de poluentes no ar. Esse cenário resulta da suspensão de material particulado, fenômeno intensificado por condições meteorológicas desfavoráveis, como a estiagem prolongada e a baixa incidência de ventos.
Com o ar comprometido, os moradores de São Paulo têm enfrentado desconfortos como ardor nos olhos, nariz e garganta, além de sintomas como tosse seca e cansaço. A Defesa Civil emitiu alertas para toda a população, recomendando medidas como a redução de atividades físicas ao ar livre, especialmente durante os horários mais quentes.
Diante desse cenário, confira algumas medidas que podem ser incorporadas durante esse período no intuito de minimizar sintomas consequentes da mudança climática.
Crises alérgicas
A exposição prolongada à poluição pode agravar crises alérgicas, como explica a bióloga Julinha Lazaretti, cofundadora da Alergoshop. Segundo ela, a alta concentração de poluentes no ar e o clima seco potencializam reações em pessoas sensíveis. “Manter os ambientes bem ventilados, sem acúmulo de poeira, e higienizar frequentemente superfícies e roupas de cama são medidas importantes para evitar crises alérgicas”, aconselha Julinha. A especialista também recomenda o uso de produtos hipoalergênicos, que minimizam a exposição a substâncias irritantes.
Além da prevenção, Julinha reforça a necessidade de tratar os sintomas quando eles aparecem. “Soluções como a lavagem nasal com soro fisiológico ajudam a remover partículas inaladas, aliviando irritações nas vias respiratórias. Manter a hidratação do corpo também é essencial para minimizar os efeitos do ar seco.” A bióloga sugere que, em dias mais críticos, pessoas com histórico de alergias procurem se manter em ambientes internos sempre que possível.
Pele seca
No clima seco e poluído, a pele tende a perder umidade e ficar mais suscetível a ressecamento. Para lidar com isso, Kelly Nogueira, fundadora da Espaço Make, sugere o uso de produtos que formem uma barreira protetora na pele. “Hidratar a pele com cremes que contenham ingredientes como ácido hialurônico ou ureia ajuda a mantê-la macia por mais tempo”, explica. Ela também destaca a importância de reaplicar os produtos ao longo do dia, especialmente em áreas mais expostas, como rosto e mãos.
Kelly alerta que banhos muito quentes podem piorar o ressecamento cutâneo, por isso, é recomendável usar água morna e evitar sabonetes agressivos. “Opte por fórmulas suaves e evite esfoliações intensas nesse período. A pele já está sensibilizada pelo clima, e procedimentos mais abrasivos podem agravar o ressecamento”, afirma.
Cabelos quebradiços
Além da pele, os cabelos também sofrem com o clima seco e poluído. Marina Groke, especialista em beleza da Escova Express, sugere que os fios sejam tratados com máscaras capilares que ofereçam nutrição profunda. “A poluição adere ao cabelo, tornando-o mais frágil. O uso de máscaras com óleos vegetais, como óleo de coco ou argan, ajuda a selar a cutícula dos fios, protegendo-os da quebra”, orienta Marina.
Ela também recomenda lavar os cabelos com menos frequência durante esse período, já que o excesso de lavagens pode retirar a proteção natural dos fios. “Lave os cabelos em dias alternados e use produtos específicos para o tipo de fio. Além disso, evite ferramentas térmicas, como secadores e chapinhas, que podem piorar o quadro de ressecamento”, aconselha a especialista.
Unhas fracas
As unhas também podem ser afetadas pela baixa umidade do ar, ficando mais frágeis e suscetíveis à quebra. Marina Groke, também especialista em beleza da rede Unhas Cariocas, explica que é importante investir em produtos que fortaleçam as unhas. “O uso de bases fortalecedoras que contenham queratina e cálcio pode ajudar a manter as unhas mais fortes e saudáveis”, afirma.
Para prevenir o ressecamento, Marina orienta hidratar as cutículas regularmente. “Óleos vegetais ou cremes específicos para cutículas ajudam a evitar que essa região resseque, o que, por consequência, mantém as unhas mais protegidas.” Ela também sugere evitar o uso contínuo de esmaltes e acetona, permitindo que elas “respirem” e se recuperem.
Atenção aos idosos
Os idosos formam um grupo especialmente vulnerável diante das condições atuais de clima seco e poluição elevada. Jéssica Ramalho, cofundadora da Acuidar, rede de cuidadores, reforça a importância de cuidados redobrados com essa população. “Os idosos, por terem a pele e as vias respiratórias mais sensíveis, sofrem com mais intensidade os efeitos da baixa umidade do ar. Manter uma boa hidratação é essencial, assim como a utilização de umidificadores em ambientes fechados”, afirma.
Jéssica ainda lembra que a atenção deve ser constante, principalmente em relação à alimentação e ingestão de líquidos. “Oferecer água e sucos com frequência é importante, além de evitar que os idosos fiquem expostos ao sol nos horários de pico. O uso de roupas leves e o acompanhamento constante de cuidadores são essenciais para garantir o bem-estar”, conclui.
Necessaire para o dia a dia
Em meio às recomendações de cuidados com o clima seco e poluído, a população tem adotado novos itens no dia a dia. Rogério Zorzetto, da franquia Prioridade 10, comenta que houve um aumento considerável na procura por produtos que ajudem a combater os efeitos do clima. “As pessoas estão buscando toalhas umedecidas, borrifadores de água, hidratantes portáteis e até pequenos umidificadores para uso doméstico ou no trabalho”, observa.
Além desses itens, Rogério destaca a importância de carregar acessórios como protetores labiais e óculos escuros, que ajudam a proteger a pele e os olhos da poluição. “A recomendação é se preparar para o dia a dia, pensando em como mitigar os efeitos do ar seco e da poluição de forma prática e acessível”, finaliza.
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