Pediatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo alerta sobre as doenças que podem surgir nestes locais
Com a chegada do verão, das festas de fim de ano e das temperaturas mais elevadas, as praias são o destino preferido de muitas famílias brasileiras por proporcionarem lazer e diversão. Por isso, é necessário redobrar o cuidado com as crianças nesta época do ano, visto que os pequenos adoram passar o dia em contato com o mar e com a areia. Segundo Wylma Hossaka, pediatra da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo , o primeiro ponto que os pais devem observar ao escolher a praia é checar a balneabilidade, ou seja, a capacidade que um local tem de possibilitar o banho e as atividades esportivas na água, ponto determinado por meio da medição da quantidade de bactérias presentes.
“A balneabilidade das praias pode ser checada no site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) . As praias consideradas impróprias para banho são aquelas que estão com alto grau de coliformes termotolerantes (ou coliformes fecais), uma vez que ele é o principal termômetro para entender se o local é próprio ou não para banho. Fatores como condições ruins de saneamento básico, alto número de frequentadores, coleta de lixo ruim e época de chuva abundante são outras condições que também aumentam o risco de contaminação da água. Por conta desses riscos, durante o verão há uma maior incidência de problemas gastrointestinais, diarreias virais ou bacterianas, conjuntivite, hepatite A, gastroenterites e rotavírus nas crianças, sendo necessário uma série de cuidados importantes”, conta a médica.
E para prevenir as doenças, a especialista dá cinco dicas:
Higiene: sempre higienizar as mãos com água e sabão e não apenas com álcool em gel, principalmente antes de consumir alimentos ou bebidas, pois este é o momento em que a criança leva a mão à boca. “A criança fica sempre em contato com a areia, que apresenta uma série de bactérias que ajudam na transmissão de vírus e, por isso é tão importante lavar as mãos corretamente”, reforça a médica.
Alimentação e hidratação: outro ponto de alerta é evitar alimentos comercializados na rua, com procedência desconhecida. “Se for levar alimentos para a praia, opte por alimentos leves como frutas, sucos e bolachas. Nada de lanches naturais e frios, por exemplo, pois podem ser contaminados facilmente. Se decidir consumir pratos em quiosques ou restaurantes, preze pela segurança e procure aqueles que apresentem bons padrões de higiene. Além disso, é necessário beber bastante água para manter a hidratação”, lembra a especialista.
Proteção contra o sol: a recomendação é usar filtro solar com fator de proteção superior a 50 e, se possível, utilizar camisetas, que protejam contra os efeitos nocivos dos raios ultravioleta, e bonés ou chapéus para não queimar o couro cabeludo. “A hidratação e o cuidado com a pele também são essenciais durante o período. Reaplicar o protetor a cada três horas também é tão importante quanto a primeira aplicação. Além disso, cobrir o couro cabeludo é importantíssimo, pois o local não tem melanina e, consequentemente, as queimaduras nessa região são mais intensas e a área fica mais suscetível a lesões cancerígenas”, afirma. Crianças com olhos mais claros devem usar óculos escuros e ter cuidado redobrado com exposição ao sol, pois podem lesionar a retina.
Horários: aproveite a praia em horários em que o sol está mais fraco (antes das 10h e após às 16h). E em caso de chuvas ou temporais a recomendação é não ficar na água, pois se um raio atinge o mar, acaba eletrocutando quem estiver presente. Portanto, se o tempo fechar, deixe o local.
Cuidados com os sintomas: se a criança apresentar vômitos com mais de três episódios durante o dia e desidratação por meio de diarreia, é recomendado que os pais procurem um serviço médico. “É crítico quando a criança apresenta vômito e diarreia em conjunto, pois fica desidratada facilmente, visto que não consegue ingerir líquidos ou alimentos. Se tiver febre, dores abdominais e sangramento nas fezes, também é necessário procurar um centro médico especializado. Uma alternativa, caso a criança apresente vômito apenas uma vez, é oferecer soro feito com os sais de reidratação oral. Porém, caso o sintoma persista, a recomendação é procurar um médico imediatamente”, finaliza.