Professor do ISAE Escola de Negócios dá dicas de investimento para quem não entende muito do assunto

Um novo ano já começou e, junto a ele, as promessas de uma vida mais saudável financeiramente em 2021, incluindo gastar menos e economizar mais. Mas por que parece tão complicado mexer um pouquinho nas finanças para que o ano seja menos apertado? De acordo com o Pedro Salanek, administrador e professor de finanças do ISAE Escola de Negócios, o primeiro e mais importante passo para conseguir progredir com os planos de guardar dinheiro é trabalhar a mentalidade financeira, levando em consideração as dificuldades enfrentadas neste ano de pandemia, e planejar algum tipo de investimento adequado.

“Nosso ciclo financeiro acaba funcionando da seguinte forma: recebemos e pagamos aluguel, prestações, condomínio e diversas outras contas. Acabamos esquecendo de pagar a nós mesmos investindo no futuro”, comenta o professor. De acordo com o especialista, para conseguir economizar – ou mesmo investir – é necessário, antes de tudo, equilibrar presente e futuro. Pensar no dinheiro de agora e traçar uma meta para que ele cresça mais para frente. Por isso, a forma mais prática de dar o primeiro passo é guardar um percentual (por exemplo 10%) do salário no mesmo dia em que ele cair na conta. “Isso faz com que a prática vire um hábito, pois é perfeitamente possível viver com os outros 90% da sua renda”, aconselha.

Feito isso, o dinheiro pode ser inicialmente guardado em uma poupança, apenas para exercer a ação de separar a porcentagem do salário. Porém, se o objetivo é fazer com que as economias comecem a multiplicar, a poupança é o pior dos investimentos, pois é o que menos rende atualmente. “A poupança pode até ser vista como boa opção para uma reserva de segurança, algo em torno de R$ 2 mil a R$ 5 mil para emergências, mas ela é péssima como opção de investimento”, detalha Salanek.

E para facilitar um pouco a vida de quem pretende organizar melhor as finanças, mas não sabe por onde começar, Salanek traz algumas dicas importantes sobre investimentos, que podem inicialmente ser divididos em três categorias: de curto prazo (economia de 12 meses para viajar ou comprar algo no final do ano), de médio prazo (economia de 2 ou 3 anos para comprar algo mais caro como um carro ou dar entrada em um apartamento ou uma casa) e de longo prazo (sem tempo determinado, tem o objetivo de incorporar a aposentadoria. É uma economia para não depender de fundo de garantia ou previdência, por exemplo).

“Para os iniciantes, o mais indicado é buscar investimentos de menor risco, seguindo as recomendações da sua instituição financeira”, sugere o especialista. Atualmente, uma das opções de renda fixa é o Tesouro Direto, um título atrelado à taxa de juros básicos da economia, oferecido pelo Tesouro Direto, que vende títulos públicos federais para pessoas físicas, pela internet. O objetivo deste programa é democratizar o acesso aos títulos públicos, uma vez que a aplicação mínima pode ser de apenas R$ 30. “É uma espécie de empréstimo que você faz para o governo e ele te paga o valor com determinado retorno. Também é uma alternativa interessante, visto que trabalha com a mesma flexibilidade para a inserção e retirada de dinheiro, possui um valor baixo para o investimento mínimo e ainda rende mais do que a poupança”, comenta.

Por outra lado, devido à pandemia e às baixas taxas de remuneração da renda fixa, muitas pessoas têm buscado opções mais arrojadas de investimentos. Conforme dados da Bolsa de valores (B3), aproximadamente 3,15 milhões de brasileiros estão investindo diretamente em ações, um crescimento de 87% em relação ao início de 2020. “O investimento em mercado de ações é considerado de alto risco, da mesma forma que pode render muito, pode perder muito também. A recomendação, portanto, é estudar bem este mercado, iniciar de forma cautelosa e buscar uma assessoria junto a uma corretora confiável”, completa Pedro Salanek.

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