A Erosão Dentária é uma das doenças de maior incidência na boca do ser humano. Segundo estudos, oito em cada dez crianças e jovens sofrem do problema. Especialista do Ateliê Oral aponta hábitos diários em sua higiene bucal que podem ser corrigidos para evitar ou controlar esse mal.

Você sabia que a Erosão Dentária é uma das doenças de maior incidência na boca do ser humano, chamada de “Mal do Século”? Sendo uma das consequências naturais do envelhecimento dos dentes, o problema vem se antecipando inclusive na boca de crianças e adolescentes – estudos realizados em diferentes países, e também no Brasil, com essa faixa etária apontam índices significativos de prevalência que alcançam 80%.

A Erosão Dentária é a perda ou o desgaste da camada externa que reveste e protege os dentes devido ao amolecimento do esmalte. A diminuição ocorre de maneira discreta e indolor. Mesmo de forma gradativa, pode causar danos – a curto prazo – para a saúde física. E para a autoestima, o impacto é visível a longo prazo pelo aspecto deteriorado do sorriso.

Marcelo Kyrillos, sócio fundador do Ateliê Oral e especialista em saúde e função dos dentes, esclarece que mesmo sem a presença de uma patologia bucal, como cárie ou inflamação gengival, a erosão dentária leva os dentes a um severo colapso, uma vez que a perda do esmalte acarreta um grave problema de mordida que prejudica diretamente o engrenamento dos mesmos. Sensibilidade e fraturas dentárias também estão entre os estragos causados pela doença.

Quais são as causas e como evitar? Kyrillos explica que a Erosão Dentária é fruto de uma combinação de diversos fatores, entre eles o consumo de alimentos e bebidas ácidosestresse e ansiedade, além dapertamento dentário ou ranger dos dentes, para ele, consequência do ritmo de vida atual.

Após a pandemia: aumento de 70% na procura por tratamentos para casos de erosão

Com relação a fatores como estresse e ansiedade, o especialista conta que a busca por restauração dentária no período pós-pandêmico aumentou em cerca de 70% no Ateliê Oral. “Ainda na pandemia, pacientes chegavam com dentes trincados ou até mesmo quebrados de tanto apertar pelo nervoso e estresse. Outros, progressivamente apresentavam desgastes provenientes de fricção ou de distúrbios adquiridos no período de isolamento, como bruxismo. A conta chegou para eles e chega até hoje. É significativo o número de atendimentos a pacientes que perderam ou desgastaram o esmalte dentário e que hoje nos procuram para reconstruí-lo com restaurações de cerâmicas dentais”, destaca.

Já o apertamento dentário ou ranger dos dentes, outro gerador da erosão dentária, é frequentemente relacionado com a tensão emocional e denota um apertamento excessivo dos dentes. Surge de um hábito parafuncional diurno e noturno, que pode ser classificado como doença psicossomática (influência da parte psíquica na parte física do organismo). Pode ter o grau aumentado em pessoas que tomam medicamentos antidepressivos, ocorrendo com uma intensidade maior durante o sono, período em que não existe um controle dos mecanismos conscientes.

Sobre a dieta ácida, antes de começar a citar os alimentos e as bebidas com potencial erosivo, o especialista faz um alerta: no consumo desses alimentos, escovar os dentes de imediato não é recomendado. O ideal é esperar 30 minutos para a escovação. Isso porque eles possuem alto índice de acidez e fazem com que o pH da boca passe de 6,4 para 5,5. Neste momento, a flora bacteriana e as enzimas presentes na saliva ficam em níveis mais elevados dentro da boca. Escovar os dentes logo em seguida pode ocasionar um desgaste acelerado. Exemplos desses alimentos e bebidas: refrigerantes, bebidas energéticas, frutas ácidas e sucos de frutas naturais ou industrializados.

Alguns cuidados que você pode ter em sua rotina para fugir da erosão dentária:

  • Evite bebidas ácidas antes de dormir, quando os efeitos protetores da saliva estão reduzidos;
  • Recomendamos o uso de placas protetoras para dormir e em momentos que desencadeiam tensão entre os dentes (durante exercícios físicos, por exemplo);
  • Evite fazer refeições com alto índice de acidez e, também, escovar os dentes imediatamente (evite). É indicado esperar 30 minutos para a escovação depois de consumir produtos ácidos, reduzindo ou eliminando a ação abrasiva das pastas dentais na superfície ainda amolecida do dente;
  • Prefira usar pastas dentais com fluoreto de amina (que ajudam a endurecer o esmalte do dente). E, para pessoas com maior sensibilidade nos dentes, pastas com a tecnologia CalSeal (desenvolvida para melhorar a resistência dos dentes a alimentos ácidos). Para ambas, checar no rótulo da pasta dental que irá comprar.

“Pessoas que sofrem de refluxo também são vítimas da erosão, devido a reações químicas provocadas pelo contato do ácido gástrico com a estrutura dental. Portanto, é importante que elas tenham em mente cuidados reforçados”, finaliza Kyrillos.

créditos fotos: Freepik/Ateliê Oral

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