A fundadora da Baskets, plataforma de produtos artesanais, expõe os desafios do empreendedorismo feminino
Criada por uma mulher em 2020, durante a pandemia causada pelo coronavírus, a Baskets é uma plataforma que funciona como um mercado de alimentos e bebidas artesanais brasileiros.
Sua fundadora Kim Machlup é formada em Administração de Empresas pela EAESP-FGV e possui Mestrado em Liderança no Terceiro Setor pela University of Pennsylvania. Ela também já foi Líder de Home Planning e Impacto Socioambiental na Loft e sócia da MOV Investimentos, fundo brasileiro de venture capital para impacto, além de ter trabalhado na International Meal Company e no Morgan Stanley. Hoje, além de estar à frente das operações da Baskets, Kim é diretora do GVAngels e membro do Conselho do Instituto C e do Cenpec.
A Baskets foi criada com o intuito de trazer visibilidade para os pequenos produtores brasileiros, fazendo com que todos conheçam as maravilhas produzidas em solo nacional, além de valorizar esses produtores e seus produtos, abrindo um novo mercado para eles que, de outra forma, teriam muita dificuldade de chegar a esses consumidores.
A ideia era facilitar a jornada de compra, para que seja tão fácil comprar de um pequeno produtor quanto de uma grande marca no supermercado. “Queremos ajudar a mudar o perfil de consumo, mostrando que além de brasileiros e de pequenos produtores, esses produtos são de mais qualidade, mais saudáveis, sem conservantes”.
Mesmo tendo sido fundada em um período de desafios, a Baskets, que têm em seu portfólio pães, cafés, queijos, geléias, méis, kombuchas, cookies, cervejas, vinhos, chocolates, entre outros tantos itens, vem prosperando dia a dia. “No início, nossa expectativa era a de que pelo menos 20 produtores topassem o convite de trabalhar conosco. E, para a nossa surpresa, foram 34 logo de cara. Hoje, já temos no portfólio mais de 450 itens de mais de 50 produtores. E tem mais vindo por aí”, celebra Kim.
Abaixo, a empresária conta como empreender e se destacar no mercado.
Confira as dicas:
Identifique suas habilidades, busque algo que te agrade, com o qual se identifique e que te dê prazer:
Sempre me interessei por alimentação, ela já mudou muito quem sou. Tenho uma relação muito próxima com o que como, adoro explorar novos sabores. Já havia pensado em outras frentes para empreender em gastronomia, mas foi a Baskets que realmente me cativou. Além de gastronomia, gosto muito de poder levar para as pessoas essa filosofia e sinto que consigo fazer isso por meio desse novo projeto: mostrar esse mundo maravilhoso dos pequenos produtores brasileiros para um número cada vez maior de pessoas
Estude o segmento no qual irá investir:
Conhecer o mercado no qual irá atuar é fundamental. Antes de iniciar a Baskets, conversei com vários dos potenciais produtores parceiros. Fiz uma curadoria com muito cuidado e realizei também uma pesquisa com consumidores para tentar entender o mercado consumidor, produtos mais procurados e comportamento de consumo.
Faça contatos:
Faça conexões com pessoas daquele mercado, principalmente se for um segmento extremamente de nicho. Não só pelo fato de que isso pode ser um facilitador para você entender onde está caminhando e como se direcionar, mas, também, porque a verdade é que a união faz a força e só em conjunto com outros profissionais da área é possível fazer com que aquele tipo de produto seja conhecido e consumido por um número maior de pessoas -ou seja, que o mercado como um todo cresça.
Faça um plano de negócios:
O quê? Como? Onde? Por quê? Pra quem? Essas respostas são fundamentais para quem quer abrir um negócio.
Organização e planejamento:
Se planeje, sempre, e se organize! Trabalhar com outras pessoas exige um nível alto de organização para que todas as áreas tenham o melhor desempenho possível. Preveja cenários, se antecipe. Só dessa forma é possível corrigir o máximo de erros antes de executar efetivamente um trabalho.
Valorize o trabalho de outras mulheres:
Em nosso portfólio, na Baskets, fazemos questão de ter muitas pequenas produtoras artesanais, como a Mariana, por exemplo, da É Brownie. Para abrir a sua empresa, Mariana foi em busca da receita do brownie americano original de 1893. Ela trouxe essa receita na mala depois de morar nos EUA e o sucesso por aqui foi imediato.
Do segmento do mel, temos a Sâmia, que saiu do mundo corporativo para trilhar um caminho que a faria se apaixonar do início ao fim. Foi daí surgiu a Artesano: uma curadoria de méis especiais que mudou a vida dela.
Tem, também, a Lu e Tati, da Frutteto Geleias. Elas estão no comando, produzindo geleias inspiradas nas receitas de outras grandes mulheres que as inspiraram: sua mãe, avós e tias.