Como os alimentos que consumimos têm influência no nosso humor diário, nesse momento de pandemia é fundamental fazer boas opções para evitar alimentos com altos índices de açúcares que promovem melhora apenas a curto prazo

Aqueles que tiveram sua rotina afetada pelo isolamento social para diminuição do contágio com o Novo Coronavírus sabem que a ansiedade tem afetado demais o humor. “O isolamento social impõe alterações importantes na rotina das pessoas, principalmente com relação às atividades fora de casa, como trabalhar, encontrar outras pessoas, ir à academia, essas são maneiras de distrair a mente e criar estímulos. O fato de ficarmos sem todas estas atividades faz com que a mente seja menos estimulada. Isso somado às incertezas acerca do futuro e das consequências da pandemia, é natural que a ansiedade aumente sobretudo em quem já tem predisposição”, afirma o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University. Mas a novidade é que dá para amenizar a situação com uma alimentação saudável: “Todos sabemos que uma alimentação equilibrada é imprescindível para a construção de uma saúde perfeita. Além disso, temos ciência também que a alimentação possui influência sobre o nosso humor”, afirma Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia.

O Dr. Paolo explica que a ansiedade e a depressão são interligadas. “Os pensamentos causados pela ansiedade normalmente são relacionados às incertezas e inseguranças e, portanto, é normal que promovam impacto negativo no humor, podendo, consequentemente, desencadear ou agravar a depressão”, diz o cirurgião plástico. Segundo a médica nutróloga, pesquisas recentes sugerem que não apenas os alimentos que comemos afetam o nosso humor, mas também o nosso humor pode influenciar na escolha dos alimentos que comemos. “Os nutrientes encontrados em alimentos saudáveis trabalham para que o sistema nervoso e trato gastrointestinal produzam serotonina, popularmente conhecido como hormônio do bem-estar, de forma sustentada. Os alimentos com altos índices de açúcar (doces e carboidratos farináceos), por sua vez, aumentam a energia e promovem uma melhora a curto prazo, mas os efeitos positivos são passageiros”, afirma a médica nutróloga.

Segundo a Dra. Marcella, existem alguns alimentos saudáveis que estimulam a produção do neurotransmissor: “A banana é rica em carboidratos que estimulam a serotonina, além da vitamina B6, que promove energia; o brócolis é rico em ácido fólico, que ajuda a liberar serotonina e renova as células; o espinafre e as folhas escuras, por serem ricas em magnésio, aumentam a produção de energia e possuem potássio e vitaminas A, C e do complexo B, que mantêm o sistema nervoso em tranquilidade; sementes de girassol e abóbora também são ótimas opções, já que ajudam a regular o sono que, por consequência, melhora o humor”, recomenda.

Segundo a médica, também é fundamental verificar se a escolha da alimentação não está sendo afetada pelo mau-humor ou ansiedade, já que alguns recentes estudos mostram que as pessoas com um estado de espírito negativo têm maiores probabilidade de escolher alimentos açucarados, gordurosos ou excessivamente salgados, do que alimentos nutritivos. “Esses alimentos, apesar de contribuírem para uma melhora momentânea do humor, podem gerar, posteriormente, sentimentos indesejados como a culpa, causando degradação ainda maior do estado de espírito. Para evitar esse círculo vicioso, uma boa estratégia é apostar na alimentação saudável, com inclusão de frutas, verduras e legumes, e realizar atividade física moderada e regularmente; isso, além de trazer benefícios à saúde e contribuir para a produção dos hormônios que causam bem-estar, ajuda no controle ao consumo dos alimentos pobres nutricionalmente”, explica a nutróloga. “A prática de alguma atividade física, mesmo em casa, gera a liberação de neurotransmissores responsáveis pelo bem-estar”, acrescenta o Dr. Paolo.

Por fim, a nutróloga ressalta que, nesse momento, o ideal é realizar acompanhamento nutrológico com um médico capacitado e preferencialmente membro da Associação Brasileira de Nutrologia, pois ele fará um plano de alimentação e suplementação de acordo com as necessidades de cada paciente.

FONTES:

*DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.

*DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade, e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP. http://drpaolorubez.com.br/

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