O mercado do artesanato brasileiro é promissor, mas cheio de desafios
Atentos a isso e engajados no trabalho artesanal, um grupo de lojistas identificou a necessidade da criação de uma rede de profissionais empenhados na criação de ações conjuntas, buscando fortalecer e valorizar a arte e o artesanato popular do país. Especialmente com a pandemia mundial, necessidades específicas surgiram para os artesãos e comerciantes, e isso impulsionou a criação da Associação Coletivo de Fato.
Essa ação é inédita, criada por lojistas focados e alinhados às atuais necessidades, cientes de que são os principais agentes na cadeia de comercialização e conscientização do trabalho artesanal. Acreditando que só com a união dos comerciantes é possível modificar, alinhar e fortalecer ainda mais o papel nesta rede, a Associação Coletivo de Fato tem chegado direta e indiretamente em dezenas de milhares de pessoas, promovendo o empreendedorismo, a sustentabilidade e o futuro de muitas comunidades brasileiras que dependem do trabalho artesanal para sobrevivência.
O Coletivo de Fato fomenta o artesanato e sua economia produtiva através de uma série de ações, como as Compras Coletivas, Rodada de Negócios em regiões diversas, promovendo compras em maior quantidade para as comunidades, artistas e indígenas; descobertas de novos artistas e localidades; promoção de eventos em que o Artesão e seu trabalho sejam sempre protagonistas, além do lançamento, em maio, do Marketplace, com produtos de todos os associados para que as pessoas tenham referência e comprem de lojistas que trabalhem com Respeito, responsabilidade e Ética.
Atualmente são mais de 30 lojistas espalhados pelo Brasil, associados ao Coletivo de Fato, unidos para posicionar e dar vida a uma cadeia nunca antes promovida de forma tão inovadora, empática e justa para o lojista e artesão, elevando o status da Artesania Brasileira ao seu local de pertencimento. “Encaramos todas as dificuldades e estamos trabalhando visando ao aperfeiçoamento do comerciante e do artesão. O nosso diálogo com os artesãos, que sempre foi bom, agora com o Coletivo de Fato está melhorando e progredindo”, comenta Ochin Mosditchian, propiretário da loja Galeria Ponto das Artes e associado ao Coletivo.
Lançamento
Com uma estrutura bem definida, a Associação se apresentou oficialmente com o lançamento do site institucional e também do Marketplace, uma das ações do Coletivo. O marketplace é uma plataforma inédita que reúne os lojistas associados em um só lugar, com o propósito de valorizar e ampliar o mercado de consumo para produtos com alto valor cultural e social agregado.
Da mesma forma que encontramos na cidade São Paulo pólos comerciais que atraem consumidores em massa na busca por produtos específicos, como confecção no Bom Retiro e Elétrica e Eletrônica na Rua Santa Efigênia, por exemplo, o marketplace do Coletivo de Fato vem com a proposta deste tipo de pólo, mas de forma virtual, contextualizada para a realidade atual do país. Anny Darakjian, idealizadora do projeto e proprietária da loja FUCHIC BRASIL PRESENTE, explica que “Muitos lojistas ficaram ressabiados no começo, com o fato de termos concorrentes juntos na plataforma, mas formatamos o projeto e apresentamos a ideia de que o modelo é ser justamente um polo de diversidade de arte brasileira”.
Lojas associadas ao Coletivo de Fato têm acesso livre à plataforma e muitas já estão cadastradas com produtos, apresentando uma curadoria especial genuinamente brasileira. Para Odile Sarue, proprietário da loja Ponto Solidário e associado ao Coletivo, “o Brasil tem uma riqueza e variedade enorme de artesanato, com isso, o marketplace facilita a busca e até o conhecimento popular brasilero para clientes em geral e profissionais de decoração em especial”. O site da Associação e o marketplace são como uma vitrine nacional e internacional do trabalho artesanal do Brasil, e ainda vão gerar dados importantes para instituições que também trabalham em prol do artesanato popular como o Sebrae, Programa de Artesanato Brasileiro (PAB) e demais órgãos.
A Associação Coletivo de Fato entende que lojistas fortalecidos, com seus negócios em expansão, retroalimentam toda a cadeia produtiva, pois absorvem cerca de 90% da produção artesanal dos artesãos mais estruturados do país. Desta forma, se esse agente está enfraquecido, todos os elos perdem, principalmente os artesãos,que são o elo mais vulnerável. Por isso a ação de lançamento da Associação Coletivo de Fato e do marketplace é importante para a economiaprodutiva de arte e artesanato popular do Brasil, especialmente na realidade atual.
Foto 1: Artesã do Vale do Jequitinhonha moldando flor de parede/ Créditos: Loja Paiol
Foto 2: Rodada de Negócios – Sebrae AM/ Créditos: Sebraeam