Mudança de hábitos no dia a dia e medidas terapêuticas podem ajudar a controlar os fatores de risco das doenças do coração

Dia 29 de setembro é o Dia Mundial do Coração, data criada para promover a conscientização sobre problemas cardiovasculares. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) estima que, em 2018, quase 400 mil pessoas morrerão por doenças do coração e da circulação no Brasil. Além disso, a SBC ainda estima que as doenças cardiovasculares causam o dobro de óbitos do que todos os tipos de câncer juntos e três vezes mais do que doenças respiratórias, porém muitas dessas mortes poderiam ser evitadas.

“Existem muitos tipos de doenças Cardiovasculares, como por exemplo o Acidente Vascular Cerebral (AVC), a Embolia Pulmonar e a Trombose, patologias ligadas à saúde das veias e artérias e causadas por coágulos sanguíneos”, afirma o Dr. Carlos Scherr, especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.

“O corpo tem um mecanismo natural chamado de coagulação. Durante esse processo, que pode acontecer no interior dos vasos, as células de fibrina e trombina se unem para estancar o sangue e fechar um ferimento, o que desenvolve um aglomerado sólido de células, chamado de coágulo sanguíneo”, completa.

Segundo o especialista, o problema ocorre quando o coágulo se desprende da parede da veia ou dos átrios e passa a circular na corrente sanguínea, bloqueando o fluxo de sangue e comprometendo a oxigenação do cérebro, no caso de AVC; ou do pulmão, em caso da embolia pulmonar; ou de um membro como a perna, no caso da trombose. “Essa condição pode ser ocasionada por uma série de fatores, como tabagismo, colesterol alto e hipertensão”, afirma.

Tabagismo:

Com o consumo de cigarros, a pessoa fica dependente da nicotina, droga que atua no sistema nervoso central. Pesquisas mostram que os fumantes apresentam um risco maior de sofrer infarto e derrame cerebral, além de outras doenças respiratórias.

Colesterol alto:

Colesterol em excesso no sangue é prejudicial para o organismo e aumenta o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Por isso, é indicado uma dieta balanceada aliada à prática de exercícios físicos, além de outros cuidados.

Hipertensão:

A Hipertensão Arterial ou pressão alta (valor maior do que 140/90 mmHg) não tem cura e vários fatores influenciam o desenvolvimento da doença, como fumo, consumo de bebidas alcóolicas, obesidade, grande consumo de sal e etc.

Por isso, é importante fazer check-ups regulares, controlar os fatores de risco e se atentar aos sintomas. “O AVC pode ser identificado por sinais como paralisia, fraqueza, fala arrastada e visão turva. Já a Embolia Pulmonar por meio de tosse e dificuldade de respirar. Por fim, a trombose tem sintomas como o aumento da temperatura e inchaço no membro afetado, que pode ser tanto as pernas quanto as panturrilhas”, explica Dr. Carlos.

Com o envelhecimento da população, aumenta a identificação de indivíduos de risco, que são mais comuns a partir dos 40 anos de idade. Segundo o IBGE, entre 2012 e 2016, o número de pessoas com 60 anos ou mais cresceu 16% no Brasil.

Mudanças simples do dia a dia já auxiliam na prevenção das doenças cardiovasculares, como uma alimentação balanceada e natural, com frutas, legumes, verduras e grãos. Evitar o consumo de cigarro e álcool, além do alto teor de sal e gordura também é importante. Por fim, é possível controlar o estresse com atividades físicas, mentais e recreativas. “Ter uma vida saudável demanda cuidados e é preferível que isso seja feito antes de qualquer problema de saúde ocorrer”, conclui o especialista.

No entanto, para o paciente que tiver predisposição à formação de coágulos, existem os anticoagulantes, usados para prevenir a formação de trombos sanguíneos, mesmo que de forma temporária. Dentre as terapias disponíveis no Brasil está a rivaroxabana (Xarelto®), um anticoagulante oral para o tratamento e prevenção, em adultos, de trombose e embolia pulmonar e para prevenção de AVC em determinados grupos de pacientes com doença cardiovascular.

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