ONU estima que, até 2050, haverá 1,6 bilhão de pessoas com 65 anos ou mais no planeta
O Dia Nacional do Idoso, celebrado anualmente em 1º de outubro, juntamente com o Dia Internacional das Pessoas Idosas, é uma ocasião que nos lembra da importância de valorizar e respeitar os mais velhos em nossa sociedade. No entanto, apesar dos avanços em muitas áreas, o etarismo – a discriminação baseada na idade – ainda é uma questão preocupante que afeta a vida de indivíduos em todo o mundo.
No Brasil, a Lei nº 11.433/2006 instituiu o Dia Nacional do Idoso, determinando que os órgãos públicos responsáveis pela coordenação e implementação da Política Nacional do Idoso fiquem incumbidos de promover a realização e a divulgação de eventos que valorizem a pessoa do idoso na sociedade.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a população global de idosos está aumentando rapidamente, e a estimativa é que, até 2050, haverá mais de 1,6 bilhão de pessoas com 65 anos ou mais no planeta, mais que o dobro da população idosa atual, que é hoje de 761 milhões.
O que é o etarismo?
O etarismo se manifesta de várias maneiras, desde a negação de oportunidades de emprego até o tratamento desrespeitoso e a exclusão social. A discriminação baseada na idade pode ter impactos significativos na saúde mental e física dos idosos, além de minar a autoestima e autoconfiança.
Ana Tomazelli, psicanalista e CEO do IPEFEM (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas), explica como a questão do etarismo em relação à mulher é ainda mais profunda. “A sociedade espera que as mulheres sejam eternamente jovens e atraentes, tornando-se invisíveis ou menos valorizadas à medida que envelhecem. Além disso, as mulheres idosas podem enfrentar discriminação no mercado de trabalho, com dificuldades em conseguir emprego mesmo que queiram continuar trabalhando, falta de promoção e salários mais baixos em comparação com homens na mesma faixa etária. Também é preciso ressaltar que as mulheres podem ser vítimas de violência baseada na idade, incluindo abuso físico, emocional e financeiro. Além disso, ficam vulneráveis ao abandono e à falta de cuidado: se outra mulher não cuidar dela, quem o fará?”.
A violência contra idosos é uma preocupação crescente no Brasil. Segundo o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, apenas nos cinco primeiros meses do ano, houve um aumento de 57% no número de denúncias e de 87% no de violações dos direitos do idoso, em relação ao mesmo período do ano passado.
Uma pesquisa da Ernst & Young realizada em quase 200 empresas no Brasil mostrou que a maioria das companhias pesquisadas têm de 6% a 10% de pessoas com mais de 50 anos em seu quadro funcional. Segundo o estudo, 78% das empresas consideram-se etaristas e têm barreiras para contratação de trabalhadores nessa faixa de idade.
É o que explica Jheny Coutinho, CEO da Plure, primeira plataforma de vagas exclusivas para mulheres no Brasil. “Os profissionais a partir dos 40 anos frequentemente enfrentam discriminação no mercado de trabalho por conta da suposição de que são menos produtivos ou que sua saúde pode apresentar algum problema. Isso pode resultar em dificuldades na obtenção de empregos ou até na aposentadoria forçada. Além disso, eles podem ser subestimados no local de trabalho, o que tende a prejudicar sua autoestima e bem-estar emocional”.
Conforme Jheny ressalta, o envelhecimento da população pode e deve ser visto como um ponto positivo no mercado de trabalho, derrubando os estereótipos. “Com mais pessoas vivendo vidas produtivas e saudáveis em idades avançadas, a coexistência de várias gerações na força de trabalho e nas comunidades pode promover maior compreensão e respeito mútuo. Já está mais do que na hora das empresas adotarem políticas que valorizem a diversidade etária e incentivem a contratação e a retenção de funcionários de todas as idades”.
7 dicas para combater o etarismo
Neste Dia Nacional do Idoso, apresentamos sete dicas essenciais para combater o etarismo em nossa sociedade.
1) Eduque-se sobre o etarismo: a primeira etapa para combater o etarismo é entender o que ele é e como se manifesta na sociedade. Conhecer os estereótipos associados aos idosos é fundamental para desafiá-los e rompê-los.
2) Promova a conscientização: compartilhe informações para educar amigos, familiares e colegas sobre a importância de combater a discriminação baseada na idade.
3) Combata a linguagem discriminatória: evite usar linguagem que reforce estereótipos relacionados à idade. Seja consciente da forma como se comunica sobre as pessoas mais velhas. Além disso, não permita que piadas ou comentários preconceituosos em relação aos idosos passem despercebidos. Conscientizar as pessoas com esse tipo de comportamento é mais um passo em direção a uma sociedade mais acolhedora para as pessoas idosas.
4) Combata a invisibilidade: valorize as contribuições dos idosos em sua comunidade e sociedade em geral. Sempre que possível, incentive a interação entre gerações para promover a compreensão mútua e a troca de experiências, e se abra às amizades intergeracionais, aprendendo com pessoas mais jovens e mais velhas.
5) Incentive a inclusão no local de trabalho: empresas e empregadores podem desempenhar um papel fundamental na luta contra o etarismo. Se você tem uma empresa ou um cargo executivo ou de recursos humanos, incentive a diversidade etária no local de trabalho e promova oportunidades de aprendizado e desenvolvimento para os funcionários mais velhos.
6) Promova a autoestima e a autoimagem: incentive a autoestima positiva entre pessoas mais velhas, ajudando-as a se sentirem valorizadas e confiantes.
7) Conheça as políticas voltadas ao idoso: busque informações e apoie políticas que protejam os direitos dos idosos, incluindo políticas de saúde, previdência social e acesso a cuidados de saúde adequados.
O etarismo é uma barreira que pode ser superada com esforços coletivos, para a construção de um futuro mais inclusivo e justo.
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Ipefem
Fundado em 2019, o Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas – Ipefem atua em três pilares, que podem acontecer coordenadamente ou individualmente: pesquisa, educação e terapia. Em Pesquisas, considera-se todas as modalidades técnicas de pesquisa que considerem recortes por gênero, orientação sexual e saúde mental. Em Educação, o instituto tem a Comunidade Ipê, uma plataforma de educação à distância, baseada em Lifelong Learning, dedicada a aulas expositivas e micro conteúdos de impacto. Em Terapia, o instituto já atendeu milhares de pessoas, oferecendo apoio terapêutico individual ou em grupo, podendo ser atendimentos gratuitos ou com valores simbólicos acessíveis. Saiba mais: https://ipefem.org.br/
Ana Tomazelli, psicanalista e CEO do Ipefem (Instituto de Pesquisas & Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas), uma ONG de educação em saúde mental para mulheres no mercado de trabalho. Mentora de Carreiras, Executiva em Recursos Humanos, por mais de 20 anos, liderou reestruturações de RH dentro e fora do país. Com passagens pelas startups Scooto e B2Mamy, além de empresas tradicionais e consolidadas como UHG-Amil, Solera Holdings, KPMG e DASA (Diagnósticos da América S/A). Mestranda em Ciências da Religião pela PUC-SP e membro do grupo de pesquisa RELAPSO (Religião, Laço Social e Psicanálise) da Universidade de São Paulo, também é pós-graduada em Recursos Humanos pela FIA-USP e em Negócios pelo IBMEC-RJ. Formada em Jornalismo pela Laureate – Anhembi Morumbi.
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Instagram @ipefem
Plure
A Se Candidate,Mulher!, agora com o nome Plure, é uma HRtech de recursos humanos especialista em conectar empresas a mulheres incríveis e plurais. A startup já impactou mais de 50 grandes companhias – incluindo players como Heineken, Samarco, Volvo, Ambev e PAM Saint-Gobain – oferecendo soluções Recrutamento e Seleção, Marca Empregadora e Educação Corporativa para contratação de mulheres Negras, PcDs, LGBTI+, +50, Mães e mais recortes. A plataforma da Plure é a única no mercado de contratação que conta com uma comunidade com mais de 250 mil mulheres. O objetivo da HRtech é levar Diversidade & Inclusão como estratégia de negócio para mais empresas, além de empregar meio milhão de mulheres até 2030. Saiba mais: https://plure.io/
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