Há mais de quatro décadas, um dos trabalhos da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, FAMBRAS, é desmistificar a religião islâmica por meio de ações sociais, culturais e educativas. País conta com, aproximadamente 1,5 milhão de muçulmanos

21 de janeiro: Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa

Nesta semana, na próxima sexta, 21 de janeiro, é celebrado no Brasil o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. Apesar de o país ter em sua Constituição um artigo que garante a liberdade religiosa – “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias” – não é raro ouvirmos relatos de discriminação com base na religião.

Há mais de quatro décadas, a FAMBRAS, Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, inclui em seu rol de atividades ações sociais, culturais e educativas para combater a islamofobia – o preconceito contra os muçulmanos. “O caminho que escolhemos é o da disseminação de informações corretas sobre a religião islâmica”, diz o vice-presidente da entidade, Ali Zoghbi.

De acordo com a FAMBRAS, existem cerca de 1,5 milhão de muçulmanos no Brasil. O país conta com cerca de 90 mesquitas e mussalas (salas de oração) e 80 centros islâmicos. É uma religião minoritária no Brasil, mas no mundo, são quase 2 bilhões de muçulmanos, ¼ da população mundial.

Zoghbi reforça que o muçulmano sofre por estereótipos criados pela sociedade e que, muitas vezes, são reforçados pela mídia. “Não é difícil encontrar materiais com representações negativas aos muçulmanos e ao Islam, sempre os relacionando à violência e a agressões”, ilustra.

O vice-presidente segue sua análise: “A FAMBRAS acredita que a islamofobia muito se dá por dois fatores: pela desinformação e pela impunidade. E vem trabalhando no sentido de mostrar o que a religião prega em sua essência. Em se tratando dos muçulmanos, o que posso afirmar, sem medo de errar, é que o Islam é uma religião que prega a paz, a caridade e a justiça – além de acreditar que a vida, por ser a mais bela criação divina, deve ser sempre preservada”.

Para Zoghi, vencer a intolerância religiosa, garantindo que cada brasileiro professe sua fé sem qualquer receio, exige leis que reforcem esta liberdade religiosa e que tragam punições a quem vai contra este direito. “Mais do que criar leis, o Brasil também precisa de mecanismos de fiscalização e, claro, de punição rápida e efetiva para os criminosos. Se houver impunidade, de nada adiantarão os esforços dos legisladores”.

Por fim, ele compartilha sua esperança por avanços na sociedade no que diz respeito à intolerância religiosa: “Que possamos viver novos tempos, sem intolerância ou julgamentos feitos com base em religião, etnia, condição social, gênero ou país de origem. É preciso olhar cada pessoa e reconhecer seu direito de viver com liberdade e justiça. ”

Sobre a FAMBRAS

A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS, foi criada há 40 anos. Atua nos âmbitos religioso, social, cultural, econômico e diplomático. Dentro destas esferas, desenvolve projetos que contemplam a divulgação do Islam e ações educacionais, culturais e assistenciais – tanto em benefício dos muçulmanos como das comunidades carentes do Brasil. Outras preocupações da FAMBRAS são ajudar a manter vivas as práticas do Islam e combater o preconceito aos muçulmanos por meio da informação.

O trabalho da Federação conta com o reconhecimento de renomadas instituições nacionais e internacionais. O apoio da FAMBRAS Halal – a primeira instituição certificadora Halal do Brasil, em operação desde 1979 – tem sido determinante para a concretização e ampliação dos projetos a cada ano. A certificadora é líder de mercado e realiza auditorias, abate, inspeção, supervisão de produtos e implantação do Sistema de Garantia Halal junto a indústrias e frigoríficos interessados em comercializar seus produtos especialmente para países islâmicos.

Foto de Abdullah Faraz na Unsplash

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