No período de isolamento social, além da organização das atividades é necessário ficar atento às emoções dos pequenos
Mais de 850 milhões de crianças e adolescentes estão sem aulas no momento, devido à pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). Os números foram divulgados pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Com tantas crianças e adolescentes em casa, é comum que algumas perguntas e questionamentos possam surgir. Mas qual a melhor maneira de deixar as crianças expressarem seus sentimentos?
Neste momento, o diálogo é uma ferramenta importante para explicar às crianças sobre o período que o mundo está vivendo, ressalta o psicólogo do Marista Escolas Sociais, Pedro Braga Carneiro. “Não devemos contribuir para que fiquem assustadas, ou em pânico, mas, dentro da capacidade de compreensão de cada faixa etária, devemos manter as crianças cientes e explicar que atitudes diárias podem contribuir para a prevenção e cuidado”, reforça.
Noções de tempo
Uma das perguntas constantes, feitas pelas crianças e adolescentes é: “quando isso vai passar? Quando vamos sair?”. A ideia de tempo é compreendida de formas diferentes por crianças, adolescentes, adultos e pessoas idosas. “É importante sinalizar que teremos um término, por mais que ainda não saibamos ao certo quando tudo isso vai passar. Pode-se usar marcadores como: o seu aniversário ou de pessoas queridas, o inverno, a época das férias. Sinalizar que, nesses marcadores, faremos novas avaliações: talvez tudo já tenha passado, mas pode ser que ainda estejamos lidando com a pandemia”, reforça Carneiro.
Manter atividades e inserir a criança em uma nova adaptação de rotina também é importante. O psicólogo dá dicas de como manter o diálogo e estimular que as crianças expressem seus sentimentos.
1) Atividades escolares
Manter o vínculo com as atividades escolares vai deixar a criança de alguma forma conectada com a sua rotina normal, permitindo que ela possa continuar acessando conteúdos e tirando as dúvidas necessárias. Nas 20 Escolas do Marista Escolas Sociais, por exemplo, as equipes preparam atividades online e impressas para que os alunos possam manter a rotina de estudos durante o período.
2) Atenção com os adolescentes
O diálogo acolhedor e aberto é o melhor caminho nessa fase da vida, perguntar diretamente: “do que você está sentindo falta? O que gostaria de fazer quando tudo isso passar? Como eu posso te ajudar”? A intenção não é resolver os problemas que forem trazidos, mas mostrar a solidariedade, isso já é um grande passo para diminuir o sofrimento. “É bom dar as informações na medida do possível, para que eles também pensem sobre maneiras de colaborar”, aconselha Carneiro.
3) Use a imaginação
Os livros e as brincadeiras lúdicas envolvendo a criação de histórias e o faz de conta também ajudam a criança a expressar o que está sentindo nesse momento diferente que o mundo está vivendo. “Criar e deixar que a criança conduza a narrativa, pode dar boas dicas aos pais e responsáveis de como elas vão falar sobre o que estão sentindo”, reforça.
Marista Escolas Sociais
Marista Escolas Sociais atende gratuitamente 7700 crianças, adolescentes e jovens por meio de 20 Escolas Sociais, localizadas em cidades de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Os alunos atendidos nas Escolas Sociais têm acesso a uma educação de qualidade e gratuita que vai desde a educação infantil até o ensino médio, além de projetos educacionais e pedagógicos que acontecem no período contrário às aulas. https://
Unsplash