Mulheres na pós-menopausa e homens acima de 65 anos estão no grupo que pode desenvolver doença responsável por deixar os ossos frágeis e porosos

A população brasileira está vivendo cada vez mais. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em novembro de 2018 mostram que em 2060, 1 em cada 4 brasileiros será idoso, ou seja, com 65 anos ou mais. Nessa idade e até mesmo antes para mulheres, é comum o surgimento da osteoporose, que é quando os ossos ficam mais frágeis e porosos. Essa condição vem associada a um maior risco de fraturas gerais, vertebrais e de quadril.

A osteoporose é uma doença que atinge predominantemente mulheres na faixa etária pós-menopausa (entre 45 e 55 anos) porque é quando há um declínio abrupto na produção do hormônio estrógeno – que, ao longo da vida reprodutiva da mulher, atua na formação, calcificação e manutenção dos ossos.

A doença também é mais frequente em mulheres que não tem hábito de vida saudável, ou seja, que são sedentárias, estão abaixo do peso, têm baixa ingestão de cálcio e vitamina D, que fumam e consome bebida alcoólica em excesso, além de possuir familiares de primeiro grau com osteoporose. Medicações como glicocorticoides, anticoagulantes e anticonvulsivantes também podem desenvolver a condição.

Por ser predominante em mulheres, a osteoporose acaba sendo pouco investigada em homens. De acordo com o Fundação Internacional de Osteoporose, a prevalência da doença no Brasil está em, aproximadamente, 30% das mulheres no período pós-menopausa e de até 16% em homens com mais de 65 anos.

Entretanto, segundo Karina Bonfiglioli, doutora em reumatologia e diretora científica da Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR), observa-se uma alta prevalência em pacientes masculinos acima dos 65 anos, principalmente se existem condições predisponentes ao alcoolismo, tabagismo e diminuição nos níveis de testosterona. Caso o paciente esteja nesse grupo, é indicado o rastreamento através de densitometria óssea, que visa prevenir fraturas por fragilidade óssea.

Prevenção

“As principais medidas preventivas estão associadas a hábitos de vida saudáveis ao longo da vida, pois a massa óssea das mulheres, por exemplo, atinge seu pico por volta dos 30 anos”, explica a especialista.

Também é recomendado dieta rica em cálcio e vitamina D, prática de atividades físicas, além de evitar o tabagismo e alcoolismo. No caso das mulheres, é necessário realizar exame de densitometria óssea quando atingir a menopausa, uma vez que a doença é assintomática e precisa ser investigada quando existem fatores de risco.

Quando procurar um reumatologista?

A área médica da reumatologia cuida de doenças que atingem o tecido conjuntivo e aparelho locomotor, incluindo articulações, ossos, músculos, tendões e ligamentos. Geralmente, as pessoas costumam procurar um ortopedista quando apresentam dor, mas, de acordo com a reumatologista da SPR, existe uma diferença. “Ortopedista tem foco maior em lesões traumáticas e cirúrgicas, mas as doenças autoimunes, degenerativas e inflamatórias são tratadas pelo reumatologista”, explica.

Um dos alertas que as pessoas precisam ficar atentas é com a dor e inflamação em mais de uma articulação, além de sintomas gerais como prostração, febre e perda de peso. “É importante ficar atento com os sinais de inflamação articular: aumento de volume, aumento da temperatura local, sensação de rigidez matinal e dor ao repouso” , diz Karina.

A procura por um especialista deve ser levada em consideração quando o paciente sentir dor nas articulações (mãos, pés, joelho, tornozelos e cotovelos); dor na coluna vertebral; dor difusa pelo corpo; lesões por esforço repetitivo (tendinites e bursites); alterações em determinados exames laboratoriais detectados por outros especialistas e no rastreamento e tratamento de osteoporose (mulheres na pós-menopausa e homens acima dos 65 anos).

As doenças que compõem a área de trabalho de um reumatologista são divididas em grupos de acordo com a natureza. Existem as doenças reumáticas inflamatórias/autoimunes (lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, espondilite anquilosante); degenerativas (osteoartrite ou “artrose” de joelho, quadril coluna vertebral); microcristalinas (gota, condrocalcinose); infecciosas (artrite por gonorreia, artrite em doenças virais como o Chikungunya); “reumatismo de partes moles” (fibromialgia, síndrome miofascial, tendinites, bursites) e osteometabólicas (osteoporose, osteopenia).

A área de estudo é relativamente nova no Brasil, se comparado com outras áreas da medicina mais tradicional. A reumatologia tem 70 anos no país e conta com aproximadamente 3 mil médicos brasileiros, só 800 no Estado de São Paulo.

Fundada em 15 de julho de 1949, na cidade do Rio de Janeiro, a fundação da Sociedade Brasileira de Reumatologia foi um dos grandes impulsionadores da especialidade no Brasil. Entretanto, um dos fundadores, Pedro Nava, em 1939, já realizava palestras e discussões de casos de reumatismo, no Serviço de Clínica Médica do Hospital Carlos Chagas, no Rio.

O Encontro

A osteoporose e outros assuntos relacionados aos estudos da reumatologia serão discutidos no 23º Encontro Rio-São Paulo de Reumatologia, que será realizado em São Paulo, nos dias 14, 15 e 16 de março.

O evento é organizado pela Sociedade Paulista de Reumatologia, em conjunto com a Sociedade Brasileira e do Rio de Janeiro, com intuito de promover a atualização científica dos especialistas, bem como intercâmbio de informações e experiência na área. O encontro vai abordar as principais doenças reumatológicas e os mais recentes métodos diagnósticos, além dos tratamentos disponíveis.

Serão debatidos aspectos referentes ao diagnóstico e tratamento das seguintes doenças: Gota, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, dor, osteoporose, espondiloartrites, vasculites, síndrome antifosfolípide e esclerose sistêmica.

Serviço

23º Encontro Rio-São Paulo de Reumatologia

Hotel Maksoud Plaza: Rua São Carlos do Pinhal, 424 – Bela Vista, São Paulo – SP

Dias 14, 15 e 16 de março 2019

8h às 17h

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