Depois de uma temporada de seis meses na Ásia, o ceramista Jef Castelani lança duas coleções e inaugura novo site. 

O artista mineiro, radicado em São Paulo, é discípulo de Hideko Honma

Jef Castelani se apaixonou pela cerâmica em 2018, quando ainda atuava na área financeira de uma grande empresa em São Paulo. Na época, ele estudava design de mobiliário, mas descobriu na fluidez do barro a versatilidade que buscava para seu trabalho. Desde então, a trajetória dele nessa arte passou por grandes ateliês e trocas de experiências com ceramistas renomadas, como Ivone Shirahata e Hideko Honma.

Agora, depois de uma temporada na Ásia, o ceramista lança duas coleções – Flores e Warung – e inaugura seu novo site. As peças de inspiração oriental revelam a maestria atingida por Jef Castelani na arte de moldar o barro com o torno e traduzir o mundo de forma elegante e única. “Não existe nenhuma peça industrializada que traga algo tão íntimo, amoroso e, no meu olhar, chique como a cerâmica feita por mãos”, garante o artista.

Com o lançamento do novo site, que conta com um e-commerce, o trabalho de Jef Castelani pode ser adquirido com apenas alguns cliques. As entregas são feitas para todo o Brasil.

Coleção Flores

Lançamentos

Na nova coleção Flores, a argila branca, um dos tipos mais complexos de manusear, ganha formas orgânicas inspiradas nas flores da ilha de Bali. Nesses trabalhos, a cor da matéria-prima foi mantida com o uso de esmalte branco fosco rústico, o que gera um efeito minimalista e delicado. A coleção conta com cumbuca, prato principal e prato de sobremesa, mas as peças são versáteis e podem ganhar diferentes usos.

Já a coleção Warung, cujo nome significa “família” em indonésio, traz vasos cilíndricos que transmitem o aconchego do interior da casa. Uma das peças é feita com argila preta rústica, sem esmalte, e conta com duas alças circulares que dão a ela um ar contemporâneo e descontraído. A coleção ainda conta com vaso feito em argila reciclada e esmalte (em várias cores) e uma opção em argila preta rústica sem alça. Todas as peças têm 23 cm de altura e 11 de largura.

Residência artística

A experiência de Jef Castelani no sudoeste asiático é fruto de um convite para uma residência artística feito pelo Studio Rüsters, que fica na cidade de Ubud, na ilha de Bali, na Indonésia. Ele embarcou para a Ásia no início de 2022. Durante o período que passou no Rüsters, ele produziu cerâmicas em parceria com Cheria.

De lá, Castelani partiu para Bangkok, capital da Tailândia, onde passou pelo Studio Poteri Clay Workshop. “Os tailandeses me ensinaram que a argila sempre se transforma no seu estado mental e espiritual”, conta. “No Studio Poteri Clay eles centralizavam a argila no torno com os olhos fechados, e essa ação foi algo que me tocou profundamente. A cerâmica é algo do seu íntimo, do seu coração, que é demonstrado em suas mãos”, explica. Por fim, Castelani foi para Muang Chiang Mai, uma pequena cidade ao norte da Tailândia, onde investigou as práticas tradicionais tailandesas de cerâmica no Studio Inclay.

Trajetória

Natural de Poços de Caldas, Minas Gerais, Jef Castelani teve a infância marcada pelas artes manuais. “Enquanto as outras crianças estavam brincando na rua, eu estava desenhando roupas, personagens e fazendo trabalhos manuais com tecidos”, lembra. Quando cresceu, a arte deu lugar a uma carreira em escritórios. Há 19 anos, Castelani se mudou para São Paulo com o objetivo de concluir a faculdade de administração de empresas. Na capital paulista, ele trabalhou na área financeira de empresas de médio e grande porte durante 11 anos, enquanto acompanhava a arte a uma certa distância, como frequentador de teatros, shows, museus e feiras.

Durante um curso de Design de Mobiliário na Escola Panamericana de Artes, ele descobriu o universo infinito da cerâmica. Foi quando decidiu sair do mercado financeiro para mergulhar no mundo da arte. “Não foi um processo fácil. Quando você se dispõe a fazer tal transição, você tem que estar preparado para desapegar totalmente dos padrões nos quais você estava inserido, mas eu sou um homem muito curioso e, como me apaixonei pela cerâmica, isso me fez ter forças para querer aprender cada vez mais, e acontece até hoje!”, explica.

Jef Castelani teve contato com a renomada ceramista Ivone Shirahata, que lhe apresentou novas possibilidades na arte da cerâmica. Depois, passou pelo ateliê de Cintia Zambianco e pelos estúdios Terra W e Muriqui. Em 2019, ele montou seu ateliê.

Hoje, Castelani aperfeiçoa sua técnica com uma das ceramistas mais importantes do Brasil, Hideko Honma. Recentemente, o artista participou de uma exposição organizada por Hideko Honma e outros ceramistas no Museu da Imigração, em São Paulo, como parte da comemoração dos 115 anos da imigração japonesa.

Além da influência oriental, Castelani investiga em seu trabalho a simplicidade e o retorno ao essencial e ao rústico encontrados na cerâmica tradicional mineira. O legado da arte mineira pode ser observado na coleção Abas, inspirada nas montanhas de Minas Gerais, e na coleção Gastura.

Cerâmicas Castelani

Loja virtual: ceramicascastelani.com.br

Instagram: @ceramica_castelani

Divulgação

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