O arquiteto explica o que você deve levar em conta antes de comprar as peças, como a cor e o tecido ideal para cada situação
A sala de estar, uma das protagonistas do lar, é o ponto de encontro dos familiares e dos amigos, seja ao redor da TV para assistir um bom filme ou colocar a conversa em dia. “Por isso, o ambiente pede um projeto bem resolvido, que resolva as diferentes funções deste lugar tão especial”, afirma o arquiteto Bruno Moraes, à frente do escritório que leva seu nome. “Trata-se de um ambiente de permanência, portanto é indispensável fazer um levantamento com todas as medidas a fim de descobrir qual o tamanho ideal de itens determinantes para o projeto, como sofá, tapete e cortina”, enumera.
O trio é de extrema importância no projeto, tornando essencial a harmonia entre eles, além, é claro, de considerar o restante do mobiliário da sala, criando um centro de interesse. “Uma das dicas é que o tapete nunca deve ter a largura menor que o sofá, e o estofado deve ficar posicionado de maneira que converse com a circulação do ambiente. Já as cortinas devem ser escolhidas de acordo com a luminosidade incidente da janela, para que seu desempenho seja garantido”, explica Bruno.
Nesta sala integrada, o trio tem cores sóbrias, mas a estampa do tapete de chenile cru e preto sobressai no conjunto.
Sofá revestido de sarja e cortina voil com barra 12cm e trilho embutido no forro de gesso | Foto: Luis Gomes
Além do tamanho do sofá, a escolha entre modelos fixos e retráteis é fundamental para a ambientação. Os modelos tradicionais são ótimos para salas de estar, já as peças retráteis, reclináveis e com chaise são recomendadas para ambientes que funcionam também como sala de TV. Muita atenção sobre a seleção do tecido do estofado. “O suede é bastante popular e utilizado, assim como o linho. Os dois podem ser impermeabilizados o que é interessante para a durabilidade”, fala o arquiteto. Outro material bem bacana é o couro, um clássico de ótima durabilidade, excelente para uso intenso e de fácil limpeza, porém, deve ser evitado em lugares muito quentes.
No caso da cortina, a primeira definição deve ser o tamanho da peça. A altura poderá ser do piso ao forro ou considerar a proporção do vão da janela. Em seguida, após esse levantamento, é imprescindível relacionar as cores e qual o tecido mais indicado para o ambiente. “No caso de cidades com temperaturas altas, vale pensar em tecidos leves, sem sobreposição deles”, sugere Bruno. Os modelos com tecidos menos encorpados proporcionam melhor passagem de ar e consequentemente oferecem respiro ao ambiente, como linho ou voil.
Se a necessidade é de aquecer o espaço para enfrentar os dias frios, convém investir em tecidos mais encorpados, como a sarja. A cor da cortina também afeta a sensação térmica do ambiente. “Quanto mais escura a cor, maior será a absorção de calor, fazendo com que o ambiente permaneça mais quente por mais tempo”, explica o arquiteto. Outra opção, para quem não queira utilizar cortina são as persianas, que oferecem uma boa passagem de ar e de abertura.
Com ambientes contínuos, o tapete de algodão ajuda a demarcar a sala, enquanto a persiana do tipo rolô dribla a entrada de luz.
Sofá revestido de linho cinza claro | Foto: Luis Gomes
O tapete é indispensável na equação que forma uma sala grande ou pequena. Em ambientes menores, Bruno sugere tomar muito cuidado com a cor e estampa escolhida para não trazer muita informação. “O segredo é pensar no tapete como parte integrante de toda a ambientação. Em alguns casos, o tapete em salas pequenas é muito favorável para integrar ambientes, assim como traz aconchego, podendo até diminuir o ruído da pisada”, completa. Em lugares compactos, a espessura do tapete também deve ser levada em conta, sendo que não é recomendado usar modelos felpudos estilo shaggy, pois eles diminuem o ambiente que já é pequeno.
Cores
Ainda para áreas reduzidas, o arquiteto sugere o uso de tons neutros para as peças maiores, como paredes e sofá, como branco, bege, off-white, marfim, e até um cinza claro. “De forma geral, o ideal seria tomar cuidado com cores muito vivas e escuras, pois dessa forma o ambiente parece menor. Vale brincar com itens coloridos, porém em doses homeopáticas, nos itens de decoração”, diz.
Enquanto as salas maiores trazem a flexibilidade para jogar com as cores e até mesmo com estampas. No entanto, atenção com as combinações das cores. “Uma recomendação é priorizar o círculo cromático, dividido entre cores neutras, frias e quentes”, fala Bruno. Um bom passo para combinar cores é partindo daquelas complementares, como amarelo e violeta; azul e laranja; vermelho e verde. Por outro lado, o arquiteto defende que é mais seguro escolher uma única cor e a partir dela usar outras nuances, sempre junto com outros tons neutros, em ambos os casos.
A cortina de linho com um voil e o tapete de kilim agodão, leves e claros, se contrapõem ao sofá capitonê de couro com almofadas de algodão | Foto: Luis Gomes
Manutenção
O cuidado com os tecidos é primordial para a durabilidade das peças. Para a lavagem, indicada semestralmente, o melhor é buscar um serviço especializado, evitando manchas, encolhimento ou outros danos. Os mesmos cuidados são indicados para o estofado do sofá, que deve ser aspirado periodicamente, e lavado por uma empresa expert.
O tapete também deve ser aspirado para tirar a sujeira superficial. “Após esse procedimento, em uma superfície lisa, de preferência onde bata sol, com uma escova com dentes largos, escove no sentido do pelo do tapete uma mistura de água com um pouco de amaciante, repetindo esse processo em toda a sua extensão”, sugere o arquiteto. Assim que acabar, o tapete estará úmido e deverá ser estendido em uma superfície lisa onde bata sol, não podendo ser em um ambiente fechado. Lembrando que não é recomendado dobrar ou pendurar o tapete para a secagem, pois pode haver danos no tecido. Caso não haja espaço suficiente para essa secagem, é recomendado buscar um profissional.
Sobre Bruno Moraes Arquitetura
Criado há 13 anos, o escritório é comandado por Bruno Moraes, arquiteto formado pela Faculdade Belas Artes de São Paulo (FEBASP) e pós-graduado em Gerenciamento de Empreendimentos na Construção Civil pela FAU Mackenzie. Bruno passou por grandes escritórios, como o do arquiteto Siegbert Zanettini, onde participou do projeto de ampliação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), da Petrobras, considerado o maior projeto sustentável da América Latina. O escritório atua nas áreas de gerenciamento e execução de obras, além de se dedicar à concepção de projetos de casas, reforma de apartamentos, retrofits, espaços corporativos e áreas comuns de edifícios. Dispõe de equipe própria de obra, cuidadosamente treinada para gerir os trabalhos com processos próprios desenvolvidos pelo escritório que usa, entre outros diferenciais, um aplicativo personalizado. A marca Bruno Moraes Arquitetura tem trabalhos publicados nas mais importantes publicações de decoração e arquitetura do Brasil. Em 2019, participou do quadro de decoração do Programa da Eliana, no SBT, e em 2020 assina novamente a reforma do ambiente que será destaque da programação.
Bruno Moraes Arquitetura
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