A aula inaugural abre o semestre do Programa FAE Sênior, projeto de extensão da FAE Centro Universitário para pessoas acima de 60 anos
A população idosa no Brasil está crescendo a cada ano. A parcela das pessoas com 60 anos ou mais subiu para 15,1% em 2022. Há 10 anos esse percentual era de 11,3%. Os dados são da divisão de Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2022 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua. Debates sobre o lugar que a pessoa idosa ocupa no mercado ainda são escassos, porém tornam-se cada vez mais necessários. No dia 1º de agosto, a FAE Centro Universitário promove uma aula inaugural do segundo semestre do Programa FAE Sênior com o tema “Saúde como Equilíbrio de Vida”, ministrada por Tiago Amorim, professor, mestre em Antropologia, psicanalista e homeopata.
O Programa FAE Sênior foi desenvolvido pela FAE Centro Universitário para oportunizar a troca de experiências e aprendizagem entre as pessoas da terceira idade.
Amorim afirma que iniciativas como essa fomentam o debate sobre o lugar que o idoso ocupa na sociedade – ponto central para a mudança cultural que deve ocorrer, ainda, no Brasil, em relação a essa faixa populacional. Essencialmente do ponto de vista mental. “O Brasil ainda é visto como um país jovem, com maior valorização dos valores juvenis, dificultando às pessoas mais velhas se encontrarem dentro da sociedade, se sentirem pertencentes a ela. Por isso é tão importante fomentar esse debate sobre o lugar que os idosos ocupam, qual o seu protagonismo, o que ensinam e o que aprendemos com eles”, avalia o professor.
Segundo Amorim, o grande desafio para essa faixa da população é enfrentar essa questão cultural, enraizada na sociedade, da maneira mais equilibrada possível. “Esperamos que com o envelhecimento geral da população essas crenças sejam alteradas e que todos enxerguem quais os melhores lugares que elas podem ocupar dentro da sociedade para auxiliar no seu desenvolvimento”, completa.
Além do ponto de vista mental, há a questão da saúde física. E ambas, segundo o professor, estão diretamente relacionadas. Amorim afirma que há uma quantidade enorme de pessoas que não apresentam doenças físicas aparentes, mas se sentem mal mesmo assim, pois o problema está no psíquico, no mental, e acaba se estendendo ao físico. De acordo com o professor, já há pesquisas que alertam para isso: o plano mental é responsável por boa parte dos processos de adoecimento. “Se a pessoa com mais de 60 anos não se sente bem fazendo o que deveria estar fazendo, não está bem com sua família, não se sente produtiva, isso tudo pode levar a uma sequência de crenças pessoais, pensamentos negativos, melancólicos, que levam ao adoecimento físico. Não podemos impedir o envelhecimento, mas é possível viver essa fase da vida com qualidade e até retardar esse processo”, avalia. Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 70% dos idosos possuem pelo menos uma doença crônica, como diabetes, hipertensão ou doenças cardiovasculares.
Muito se fala sobre a influência genética. No entanto, segundo Amorim, há estudos que revelam que 70% das doenças estão relacionadas à epigenética, um campo de pesquisa que investiga como o ambiente em que a pessoa vive pode ativar determinados genes e desativar outros. Ou seja: é perfeitamente possível que uma pessoa oriunda de família diabética, por exemplo, não tenha a doença. “Se ela fizer atividades físicas, controlar a alimentação, gerenciar o estresse, entre outras ações, é possível sim que não desenvolva a doença”, comenta.
SERVIÇO
Aula inaugural do FAE Sênior – “Saúde como Equilíbrio de Vida”
Quando: 1º de agosto
Onde: Anfiteatro da FAE Centro Universitário (Rua 24 de Maio, 135, Curitiba – PR)
Investimento: evento gratuito e aberto ao público
Horário: 14h
Mais informações: https://fae.edu/noticias-e-eventos/evento/197891561/saude-como-equilibrio-de-vida.htm
Sobre o FAE Sênior: https://fae.edu/cursos/fae-senior.vm
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