De repente as casas se tornaram escritórios, as fábricas reduziram drasticamente a capacidade produtiva ou até fecharam, os países blindaram suas economias tentando minimizar os danos causados pelo tsunami da COVID-19. O mundo todo sofreu e sofre as consequências deste cenário e tenta encontrar o caminho certo para o novo normal.
As empresas também adoeceram, de acordo com o IBGE, 716,4 mil empresas encerraram em definitivo suas atividades, segundo a pesquisa, as empresas de pequeno porte e do setor de comércio e serviços foram as mais atingidas pelo novo coronavírus (Correio Braziliense, 16/07/20). Considerando que as grandes empresas geralmente possuem uma gestão profissional que, por meio de técnicas e ferramentas administrativas, possibilita a sobrevivência no mercado, na contramão estão as micro e pequenas empresas que sentem a falta deste fôlego. Assim, há a necessidade da gestão profissional para as empresas de pequeno porte, de uma reestruturação da empresa, de tomada de decisões assertivas e rápidas.
É necessário investir em qualificação profissional com competências que assegurem a sobrevivência das empresas. Segundo o Fórum Econômico Mundial, os gestores precisam de dez habilidades para prosperar em 2020 e no pós pandemia: capacidade para solucionar problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, gestão de pessoas, coordenação ao lado de outras pessoas, inteligência emocional, julgamento e tomada de decisão, orientação a serviço, negociação, flexibilidade cognitiva, ou seja, a mão do administrador é o respirador para as empresas, ele é o responsável por auferir lucro para as organizações, independentemente do porte, setor ou área geográfica na qual o negócio está localizado.
Para passar por esta crise, o administrador precisa desenvolver competências e habilidades, que o autor Marty Neumeir descreve.
Feeling – sentimentos, empatia, inteligência social;
Seeing – ver, desenvolver pensamento sistêmico;
Dreaming – sonhar, a meta-habilidade da imaginação aplicada
Making – criar ou dominar o processo de design, incluindo habilidades para criar protótipos.
Learning – aprendizagem, capacidade autodidata de aprender novas habilidades.
Esse profissional precisa tomar decisões rápidas que levem a empresa a ter um diferencial competitivo e saia na frente dos concorrentes de tal modo que consiga reduzir os custos, otimizar os processos, melhorar a alocação de recursos, identificar gargalos na produção, desenvolver comunicação eficiente entre pessoas e áreas com o objetivo de obter maior rentabilidade, maximizando a lucratividade para os empreendedores e acionistas.
Uma das competências do administrador é ter visão holística, que significa ter visão ampla de todas as áreas do negócio e do contexto no qual a empresa está inserida, desenvolver esta competência e implantar estratégias para minimizar os riscos inerentes ao cenário de catástrofe, não é tarefa fácil, pelo contrário, é uma árdua tarefa que estes profissionais encaram com muito estudo e dedicação para entender o mercado em ação e prever o desenrolar para um futuro a médio e longo prazo, porém, além do mercado, é preciso saber se relacionar com seus colaboradores, clientes, fornecedores e com seus concorrentes, ter empatia, se colocar no lugar do outro para entender e assim atender às necessidades do seu público-alvo, desta forma, entender de economia, desenvolver e implantar novas tecnologias para se tornar mais competitivo, envolve as áreas de gestão de pessoas, de administração de marketing, marketing de relacionamento, e T.I, sendo estes alguns exemplos das áreas nas quais desenvolve competências para o sucesso de uma empresa.
É sabido que muitas empresas se constituem sem um administrador, porém, em um cenário cada vez mais complexo, com avanços tecnológicos, mudanças culturais por meio de um cenário cada vez mais recheado de incertezas, a figura do administrador torna-se indispensável. Planejar estratégias, organizar os recursos, implantar e desenvolver métricas para acompanhamento e feedback dentro do processo PODC é fundamental para que tais resultados sejam alcançados em um ambiente empresarial de alta competitividade.
Além das competências que o administrador exerce para o sucesso das organizações, ele também é solicitado a contribuir para o desenvolvimento da sociedade, sendo um agente transformador ao tomar decisões baseadas nos princípios da ética, do desenvolvimento sustentável, minimizando as desigualdades, implantando ações, comunicando valores organizações que vão ao encontro do que a sociedade clama, promovendo a conscientização para que, cada vez mais, de reduzam os pré conceitos em relação à opção sexual, cor e raça entre os colaboradores e a sociedade como um todo.
Assim, ser um especialista e um generalista é que faz o Administrador ser um dos profissionais mais requisitados na atualidade, pois é necessário atender a um mercado em ebulição com técnicas de Marketing Digital, e-commerce, omnichannel, novas tecnologias que utilizem realidade aumentada, internet das coisas entre outras e uma sociedade que já não suporta mais as atrocidades cometidas com seus cidadãos.
Portanto, do micro ao grande empreendimento, é preciso deixar as funções administrativas com quem de fato entende do negócio, um profissional que consiga aliar conhecimento e técnicas para trazer resultados e assim a organização caminhe rumo ao sucesso.
Vanessa Estela Kotovicz Rolon é doutora em Administração e coordenadora do curso de Administração do Centro Universitário Internacional Uninter