Flávio Ítavo, especialista em recuperação de empresas e readequação aos novos tempos do Mercado, indica que é preciso calma e coragem para fazer as mudanças necessárias

Mudanças em culturas organizacionais são ao mesmo tempo necessárias e complicadas de serem feitas. As empresas, como um todo, têm que ajustar suas culturas às condições externas do mercado. Neste movimento, estes ajustes são realizados no dia a dia da corporação. As que falham de maneira mais intensa em se ajustar acabam fazendo parte do time das que estão em crise e com dificuldades.

O especialista em recuperação de empresas e readequação aos novos tempos do mercado, Flávio Ítavo, exemplifica: “Um salão de cabeleireiros que se recusa a usar novos produtos para coloração, decidindo de maneira categórica a utilizar somente aqueles que em algum momento foram um diferencial e apresentaram uma boa aceitação. Culturalmente todos os profissionais deste empreendimento estão acostumados a usar tais artigos e não haverá falhas na aplicação destes. Ao mesmo tempo, se não há atualização no roll de itens, não há necessidade de treinar novos procedimentos. Assim, o processo é sempre o mesmo, com os mesmos produtos e resultados”.

A propensão de uma atitude como esta é se transformar num círculo vicioso, onde a cada período sem o uso de novos produtos aumenta a dependência na utilização dos antigos. Há também a dificuldade em se perceber a oportunidade que novos itens podem representar.

Entretanto, nos negócios, seja de qual segmento for, a inovação é um dos pilares na captação de novos serviços e clientes. Ao desconsiderar esta realidade a empresa coloca sua cultura em oposição a uma tendência de mercado. Ao longo do tempo, esta decisão vai obrigatoriamente afunilar a captação de novos clientes e mesmo a manutenção dos antigos ao perfil de quem será tão conservador quanto a cultura da empresa.

Como mudar a cultura de uma empresa

Ítavo explica que quando há uma situação na qual a cultura tem que ser modificada para que haja a continuidade da empresa, o caminho invariavelmente passa por 4 pontos. Saiba quais são eles:

  1. Achate sua pirâmide hierárquica. Quanto mais níveis hierárquicos existir em uma organização, menor será o controle, mais tempo será necessário para ajustar os comportamentos e mais difícil será sua tarefa. Uma coisa é treinar dois níveis, outra é treinar cinco ou seis níveis hierárquicos;
  2. Empodere (empowerment) seus trabalhadores. Quanto maior for o nível de capacidade de decisão ao longo de toda a cadeia, mais rápidas serão as respostas e melhor será a adesão a novas culturas. Lembre-se, contudo, que dar poder significa correr maior risco e maior necessidade de treinamento;
  3. Se aproxime dos clientes. Quanto maior a distância da gestão dos clientes, menor será o entendimento das necessidades de ajustes de cultura;
  4. Finalmente, o ápice da questão: treinar, treinar e treinar.

Mudanças de cultura, por mais complexas que sejam, fazem parte do controle de crises, assim como fazem parte da gestão de empresas em geral. É importante manter a calma e ter coragem para fazer as mudanças necessárias. “É melhor controlar o processo que ser controlado pela ausência de coragem em mudar”, finaliza o turnarounder.

Sobre Flávio Ítavo

Executivo com 30 anos de experiência em empresas multinacionais e nacionais de grande porte de diferentes segmentos, atualmente, Flávio Ítavo é um dos maiores especialistas em Turnaround, focando seus esforços na recuperação de empresas e readequação aos novos tempos do mercado. Também tem uma carreira sólida como negociador, na criação de alianças, joint ventures, compra e venda de empresas, desenvolvedor de estratégias e táticas de sucesso, criador e iniciador de novos segmentos, produtos e mercados.

flavioitavo.com.br | flavio_itavo@uol.com.br

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