Ao delimitar cenários, elas são recursos do décor que demandam planejamento
Majestosas ou discretas, as portas embutidas transformam o ambiente onde estão inseridas, proporcionando uma compartimentação entre espaços, sem deixar de lado a possibilidade de integração. Com tamanha versatilidade, se tornaram uma ferramenta frequente na arquitetura de interiores, concebendo cenários, estilo e praticidade.
Confira, a seguir, referências onde as portas embutidas protagonizam os espaços, além de acompanhar dicas e orientações de profissionais da área sobre como realizá-las nos mais variados tipos de projetos.
Separando o home office da área social deste apartamento, a porta embutida projetada pelas arquitetas do Studio Tan-gram ganhou um painel de madeira e conferiu toda a privacidade necessária ao ambiente de trabalho | FOTO: Luis Gomes
Por onde começar?
Uma porta embutida é um acesso que veda visualmente os ambientes. Esse recurso é ideal para garantir a privacidade em certos espaços, principalmente aqueles integrados, como sala de estar e cozinha ou living com áreas sociais amplas. Por conta disso, as portas embutidas são versáteis, multifuncionais e, para que possam proporcionar as suas melhores virtudes, é essencial estudar a melhor forma de colocação nos projetos.
“Precisamos prever bem o local desta porta de correr, pois o vão dela precisa ser aberto em seu tamanho dobrado”, explica a arquiteta Daniela Funari, à frente do escritório que leva seu nome. De acordo com ela, uma folha de 62 cm de largura, é preciso abrir um vão com aproximadamente 1,40 m para comportar a estrutura e o espaço para movimentá-la.
Além disso, o interior onde a porta será instalada não pode conter pontos de infraestrutura como os elétricos ou os hidráulicos, pois a porta precisa ter o espaço para correr livremente. É nesse passo da execução que entra outro fator importante: os trilhos. “Como as portas são de correr, elas precisam de um suporte fixado na parte superior ou na inferior”, esclarece Monike Lafuente, arquiteta do Studio Tan-gram. “Essa instalação acontece durante a obra e antes da execução da parede” completa a profissional.
Outro ponto de partida interessante, principalmente para quem procura economizar no projeto de porta embutida é optar pela alvenaria, como aconselha a arquiteta Claudia Yamada, também do Studio Tan-gram: “Normalmente, a execução em alvenaria fica mais em conta quando comparado ao drywall. Além disso, quando a construção é toda feita em alvenaria, incluir o drywall pode deixar o encontro entre materiais esteticamente desconexos e com aspectos destoantes”. Porém, de maneira geral, as portas embutidas podem ser executadas em diversos materiais, sendo as mais comuns em madeira, alumínio, ferro e em PVC.
A importância dos trilhos
No contexto geral, o item trilho não pode ser esquecido e o profissional de arquitetura deve estudar se a instalação acontecerá no teto, no piso ou mesmo em ambos. Para isso, a ideia explorada anteriormente, sobre pensar na porta embutida no momento de criação da planta, é fundamental para garantir que os trilhos também sejam projetados com exatidão e de maneira alinhada com o imóvel.
Além disso, projetos bem-acabados utilizam o trilho como parte do décor, alcançando um efeito cênico, como neste projeto d da arquiteta Daniela Funari, onde a edícula foi dividida em duas através da porta embutida
Os trilhos podem ser executados de maneira discreta, como nesse projeto realizado pela arquiteta Daniela Funari. A fina linha do trilho não destoa na decoração e ainda dividiu de maneira igual o ambiente, que ainda ganha ainda portas de vidros para a área externa da residência | FOTO: Julia Novoa
É importante que o trilho seja bem executado e considerada a realização de manutenção, conforme as especificações do fabricante. O cuidado garante que as portas funcionem com perfeição, sem desníveis, ou que apresentem trechos onde o seu deslizar possa ser prejudicado.
Inovações e personalidade
Para quem busca inovações e personalidade em seus projetos, as portas embutidas são um prato cheio, afinal elas podem ser acompanhadas de diversos recursos estéticos, onde a funcionalidade da porta se mantém mesmo com as variações de estilo.
É importante salientar as diferentes estruturas para o acabamento da porta e que compõem a peça, como tipos de batentes e tipos de puxadores. “De modo geral, o puxador precisa ser tipo Cava para conseguir correr a porta para dentro, assim como os fechos precisam ser diferentes das portas de giro”, adverte Claudia Yamada.
Para essas escolhas é sempre valioso contar com um profissional de arquitetura, que poderá indicar os melhores itens para atender as necessidades da porta e do ambiente onde ela foi inserida.
O planejamento dos trilhos permite, inclusive, que sejam instalados em grandes extensões, como aconteceu nesse projeto da área externa de uma residência de veraneio projetada pela arquiteta Patricia Penna, do escritório Patricia Penna Arquitetura & Design. Separando a varanda entre espaços interno e externo, a partir da compartimentação, a ampla varanda ganhou um novo significado e novas possibilidades de estar | FOTO: Leandro Moraes
No projeto executado escritório Patrícia Penna Arquitetura & Design, a porta de madeira com duas folhas separa a cozinha da sala de estar, sem abrir mão da elegância e sofisticação. O tom escurecido da madeira destaca ainda mais personalidade ao projeto executado com maestria, garantindo uma porta que combina tanto a sala de estar, quanto com a cozinha | FOTO: Leandro Moraes
Com uma mecânica fácil para abrir a porta, os trilhos foram instalados na parte superior e, quando aberta, uma espécie de pórtico convida os moradores e visitantes à uma circulação fluida graças a integração otimizada entre os espaços | Projeto: Patrícia Penna Arquitetura & Design | FOTO: Leandro Moraes
Daniela Funari Arquitetura
@danielafunariarquitetura
danielafunariarquitetura@gmail.com
Patrícia Penna Arquitetura & Design
@patricia_penna_arquitetura
Spaço Interior
@spacointerior
Studio Tan-Gram
