Apesar de ser uma técnica menos invasiva que a rinoplastia tradicional, com resultados mais rápidos e recuperação mais tranquila, rinoplastia de 5 minutos não é indicada para todos os casos e tem efeito temporário, exigindo manutenções constantes
Ultimamente, temos visto um aumento significativo na busca por rinoplastia, cirurgia que visa modificar a aparência e melhorar a funcionalidade do nariz. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, um total de 352.555 rinoplastias foram realizadas em 2020, mesmo com todo o cenário de pandemia. E agora, uma alternativa menos invasiva ao procedimento, que vem sendo chamada de rinoplastia de 5 minutos, tem se tornando tendência nos Estados Unidos. Mas, ao contrário do que o nome possa indicar, a rinoplastia de 5 minutos não é uma rinoplastia propriamente dita, tratando-se, na verdade, de uma rinomodelação. “A rinomodelação é uma técnica menos invasiva que usa preenchedores como o ácido hialurônico para modificar o nariz sem a necessidade de bisturi. Como o nariz tem grande influência na harmonia da face, essa técnica tem sido muito realizada por aqueles que ainda não se decidiram pela cirurgia”, explica o cirurgião plástico Dr. Mário Farinazzo, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Além disso, a “rinoplastia de 5 minutos” é, na verdade, um pouco mais demorada. “O procedimento dura, em média, uma hora. Mas não tem downtime, ou seja, o paciente pode retornar às atividades logo após o tratamento. Alertamos apenas que fica limitada a prática de exercícios no dia”, explica o médico.
A popularidade do procedimento se deve, na verdade, não ao fato de ser rápido, mas sim por garantir resultados praticamente imediatos e uma recuperação mais tranquila. Apesar disso, a “rinoplastia de 5 minutos” não substitui a rinoplastia convencional, possuindo limitações quanto à sua indicação, uma vez que não tem capacidade de fazer correções na funcionalidade do nariz e tem sua ação restrita ao tratamento de leves assimetrias e imperfeições no nariz. “O tratamento colabora para disfarçar a giba óssea (o calombo do nariz), corrigir a assimetria das laterais e levantar a ponta. Entretanto, é necessário muito cuidado por parte do cirurgião para não provocar exageros ou atingir estruturas importantes como nervos e vasos”, completa o médico.
Outro fator que faz com que essa técnica seja limitada é o fato de seu efeito ser passageiro, exigindo manutenções constantes. “Isso porque que as substâncias injetáveis são reabsorvidas pelo organismo com o passar do tempo, o que tem feito com que muitos pacientes desistam desse tipo de procedimento não invasivo e apostem em cirurgias plásticas que realmente têm um resultado definitivo”, afirma o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Logo, antes de seguir as tendências americanas e apostar na rinoplastia de 5 minutos, é importante conversar com o cirurgião plástico para discutir as possibilidades no seu caso e entender qual q melhor alternativa para você. Hoje já existem, inclusive, técnicas cirúrgicas de rinoplastia com menor trauma e tempo de recuperação, sendo assim excelentes alternativas à rinomodelação, porém, com resultados duradouros. É o caso da rinoplastia ultrassônica, que visa tratar a parte óssea do nariz através de um aparelho que, por meio de vibrações, permite ao cirurgião realizar a fratura nasal necessária para o procedimento de forma menos traumática. “Realizada sob o efeito de anestesia e indicada para qualquer paciente que tenha necessidade de tratar a parte óssea do nariz, essa técnica tem como vantagem o fato de ser mais precisa e preservar estruturas importantes do nariz, como cartilagem, mucosa e vasos sanguíneos presentes na região, resultando em menos inchaço, sangramento, hematoma e inflamação no período pós-operatório. Isso faz com que o processo de recuperação do procedimento seja mais rápido e mais tranquilo, permitindo ao paciente retornar às atividades rotineiras mais rapidamente”, destaca o Dr. Paolo, que explica que, por ser mais precisa, os resultados da rinoplastia ultrassônica também são mais previsíveis, além de ocasionar cicatrizes menos aparentes, já que, nesse procedimento, não há necessidade de incisões na parte externa do nariz.
Outra técnica cirúrgica revolucionária é a rinoplastia preservadora, que também tem como objetivo corrigir problemas estéticos e funcionais do nariz de maneira menos agressiva que a rinoplastia tradicional. “A cirurgia, que dura de 3 a 4 horas, é realizada sob efeito de anestesia geral e através de cortes internos, o que resulta em cicatrizes menos aparentes. Por meio desses cortes internos, o cirurgião identifica e separa as estruturas chaves do nariz, moldando cartilagens e estruturas ósseas. A sustentação é feita através de ligamentos naturais presos à pele e, como resultado, o nariz fica com uma aparência mais natural e harmônica, além de preservar quase que completamente sua elasticidade e mobilidade originais”, explica o Dr. Mário Farinazzo. Segundo o especialista, é principalmente nesse ponto que a rinoplastia preservadora se diferencia da rinoplastia tradicional, pois na técnica tradicional o nariz é completamente desmontado e ao ser remontado, o que é feito por meio de enxertos de cartilagem retirados do próprio septo, tende a se tornar mais rígido. “Garantindo resultados excelentes com menor trauma cirúrgico, pois conserva ligamentos e tecidos, o que significa menos inchaço e hematomas e menor tempo de recuperação, a rinoplastia preservadora também possui menor chance de complicações e, caso seja necessária uma nova intervenção no nariz, a cirurgia é mais simples. Por esses motivos, a técnica é principalmente indicada para pacientes que vão realizar a rinoplastia pela primeira vez”, afirma o médico, que ainda ressalta que, por ser menos agressiva, o pós-operatório da rinoplastia preservadora é mais rápido e tranquilo. “O paciente tende a não sofrer com dores, sentindo apenas uma sensação de pressão sobre a face, e os hematomas são menos frequentes do que na rinoplastia estruturada, o que possibilita ao paciente retornar à rotina mais rapidamente”, completa o Dr. Mário.
Porém, é importante ressaltar que, assim como a rinoplastia de 5 minutos, esses novos métodos não necessariamente substituem a rinoplastia tradicional, já que a abordagem escolhida dependerá de cada caso. “Por isso, o mais importante é que você converse com seu cirurgião plástico, pois apenas ele poderá realizar um diagnóstico e indicar a técnica mais adequada para você”, finaliza o Dr. Paolo Rubez.
FONTES:
*DR. MÁRIO FARINAZZO: Cirurgião plástico, membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e Chefe do Setor de Rinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o médico é especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Professor de Trauma da Face e Rinoplastia da UNIFESP e Cirurgião Instrutor do Dallas Rinoplasthy™ e Dallas Cosmetic Surgery and Medicine™ Annual Meetings. Opera nos Hospitais Sírio, Einstein, São Luiz, Oswaldo Cruz, entre outros.
*DR. PAOLO RUBEZ: Cirurgião plástico, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da International Society of Aesthetic Plastic Surgery (ISAPS), Dr. Paolo Rubez é Mestre em Cirurgia Plástica pela Escola Paulista de Medicina da UNIFESP. O médico é especialista em Cirurgia de Enxaqueca pela Case Western University, com o Dr Bahman Guyuron (em Cleveland – EUA) e em Rinoplastia Estética e Reparadora, pela mesma Universidade, e pela Escola Paulista de Medicina/UNIFESP.