Evento reuniu importantes atores do ecossistema têxtil e da moda para trocar ideias e fornecer dicas para pequenos empreendedores da área de costura
A maioria dos trabalhadores da moda não são formais e não possuem carteira assinada. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), dos 8 milhões de trabalhadores da indústria têxtil e do vestuário, cerca de 6,5 milhões são informais. A alta taxa de informalidade pode levar a situações de precariedade e vulnerabilidade dos trabalhadores da cadeia produtiva.
Neste contexto, com o intuito de transmitir informações, bem como apontar soluções e dicas de como pequenas oficinas de costura podem se inserir num mercado mais justo e sustentável, a Aliança Empreendedora, em parceria com Instituto C&A, Instituto Lojas Renner e MasterCard Center for Inclusive Growth e apoio da ABVTEX, promoveram, no último mês, a 4ª edição do Encontro Tecendo Sonhos, evento que contou com transmissão no perfil do YouTube da Aliança.
“Poder dar luz a este tema e estimular a troca de ideias e experiências é extremamente importante. A informalidade faz casa virar trabalho. Há diversos exemplos de confecções que se misturam com a vida familiar, além de receberem valores muito baixos por serviço tendo que trabalhar jornadas exaustivas e de forma precarizada. Por isso, procuramos orientar pequenos empreendedores da área da costura, fortalecendo, assim, o setor como um todo.”, afirma Cristina Filizzola, coordenadora do Tecendo Sonhos e da Aliança Empreendedora.
O encontro reuniu importantes atores do ecossistema têxtil e da moda para dialogar e debater sobre a situação das facções de costura. Nesta edição, os painéis contaram com a presença de: Andrej Slivnik (OIT – Organização Internacional do Trabalho); Edmundo Lima (ABVTEX – Associação Brasileira do Varejo Têxtil); Cristina Chiarastella (Estilistas Brasileiros); Verônica Tavares (Sebrae); Lucilene Dancinguer (LAB Moda); Dariele Santos (Alinha) e Daniela Foltran (Aurora, Senhora!).
Entre as dicas para orientar os pequenos empreendedores da área de costura, os especialistas focaram na importância da formalização das pequenas oficinas; na estrutura e organização do espaço físico; qualificação de profissionais; promoção de relações justas de trabalho com seus funcionários; alternativas para uma maior capacidade produtiva e localização da oficina.
Além disso, foi apresentada a Rede Costurando Sonhos, um coletivo de 19 oficinas de costura que estão se formalizando como associação, sendo uma alternativa de organização, inserção em um mercado mais justo e melhores condições de trabalho. Esta iniciativa promovida pelo Tecendo Sonhos, além das organizações já citadas, também recebeu o apoio da OIT- Organização Internacional do Trabalho.
“O Tecendo Sonhos promove tudo aquilo que o Instituto C&A busca fortalecer: a utilização da moda para transformação social e econômica da vida das pessoas. Nosso entendimento, como pilar social de uma grande empresa varejista, é contribuir com a inclusão produtiva na moda e a valorização do trabalho decente. Por isso, um dos nossos objetivos é apoiar empreendedores que lutam para afirmar seus direitos. E fazer isso com o Instituto Lojas Renner torna esse impacto ainda maior”, explica Gustavo Narciso, gerente executivo do Instituto C&A.
“Nosso propósito é transformar a vida de mulheres e suas famílias por meio da moda. Nossa atuação está focada no fomento de ações para o fortalecimento da liderança comunitária e do empreendedorismo, gerando renda e proporcionando condições para que as pessoas possam se desenvolver e viver de acordo com suas próprias aspirações. Por isso, entendemos que nos unir ao Instituto C&A e aos demais parceiros para contribuir com o Tecendo Sonhos era um caminho natural”, relata o diretor executivo do Instituto Lojas Renner, Eduardo Ferlauto.
Tecendo Sonhos
O programa Tecendo Sonhos é uma iniciativa da Aliança Empreendedora, que, desde 2014, atua com o objetivo de promover relações dignas de trabalho na cadeia têxtil com o público de facções de costura por meio do empreendedorismo. O programa já apoiou mais de 2 mil pessoas, em sua maioria, imigrantes bolivianos, mas também chilenos, peruanos, venezuelanos e mulheres do agreste pernambucano.
Sobre a Aliança Empreendedora
Desde 2005, a Aliança Empreendedora sabe que todas e todos os brasileiros podem empreender através de relações justas, e acredita no empreendedorismo como forma de transformar o Brasil. Para isso, capacita e apoia gratuitamente microempreendedores formais e informais em comunidades de baixa renda de todo o país, co-criando protagonismo econômico e social, em parceria com empresas, governos, organizações sociais e interessados na causa. Está presente em todos os Estados brasileiros e já concretizou 271 projetos, treinou 134 organizações e apoiou mais de 128 mil empreendedores.