De acordo com a Fundação Internacional de Osteoporose, estima-se que existam aproximadamente 200 milhões de pessoas no mundo todo que convivem com a osteoporose

Somente no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, com dados de 2020, são 18 milhões de brasileiros que sofrem com a doença. Apesar dos dados alarmantes, boa parte da população ainda desconhece ou não sabe o que é osteoporose.

A osteoporose é uma doença do metabolismo dos ossos que ocorre devido a um desbalanço entre a reabsorção e a formação óssea. Os osteoclastos, que são responsáveis pela reabsorção do osso, estão mais ativos do que os osteoblastos, que formam osso novo, como consequência, os ossos ficam mais porosos e com maior risco de fraturas, principalmente na coluna, quadril e punho.

“A osteoporose está relacionada principalmente ao envelhecimento, pela redução da produção hormonal, mas existem alguns fatores de risco que podem favorecer o seu aparecimento, como história familiar de osteoporose (principalmente pai/mãe/irmãos), tabagismo, etilismo, baixo índice de massa corporal, disfunção da tireoide, deficiência de cálcio, sedentarismo, doenças autoimunes, medicamentos, como, por exemplo, heparina e corticoides”, aponta a reumatologista Maria Gabriela Lang, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP.

A doença começa a se manifestar, em função da redução hormonal, em mulheres na menopausa após os 50 anos de idade e em homens a partir dos 70 anos. Entretanto, se a pessoa tiver algum dos fatores de risco já citados, pode aparecer em idades mais precoces.

Existem duas formas de osteoporose, a primária e a secundária. A primária, também chamada de idiopática, não está associada a nenhuma outra doença e é classificada em tipo I e tipo II. Tipo I – pós-menopausa: ocorre em mulheres recentemente menopausadas. Em geral, acorre rápida perda óssea, que predomina no osso trabecular (mais presente nas vértebras). Tipo II – senil: relacionada ao envelhecimento. Ocorre perda proporcional dos ossos cortical e trabecular.

A osteoporose secundária decorre de algum outro problema de saúde, como doença autoimune (artrite reumatoide); alterações endócrinas, como o hipertireoidismo e desordens adrenais; mieloma múltiplo; em decorrência de etilismo; uso de medicamentos.

Atenção, mulheres!

Uma em cada três mulheres com mais de 50 anos desenvolve osteoporose. A osteoporose pode ocorrer em ambos os sexos, porém é mais frequente nas mulheres, principalmente após a menopausa. Quando a mulher entra na menopausa ocorre uma queda abrupta do hormônio estrogênio, induzindo e acelerando a atividade de reabsorção óssea, o que contribui para a perda óssea excessiva e sustentada. Nos homens, também ocorre uma redução hormonal com o envelhecimento, mas é gradativa e não abrupta como nas mulheres.

Diagnóstico e formas de tratamento

A osteoporose, geralmente, é diagnosticada após a realização de exames específicos, como a densitometria óssea, que permite visualizar a densidade dos ossos e analisar os índices de perda óssea. “Esse exame é solicitado para mulheres a partir dos 65 e homens a partir dos 70 anos ou antes disso, conforme avaliação médica e fatores de risco. O diagnóstico pode ser clínico também, nos casos de indivíduos que apresentam fratura osteoporótica”, cita a reumatologista.

O tratamento é feito com consumo adequado de cálcio e vitamina D ou suplementação em casos de deficiência, associada ao uso de medicamentos que bloqueiam a reabsorção óssea ou estimulam a sua formação. Dentre os tratamentos mais modernos hoje disponíveis temos uma droga chamada Denosumabe, medicação injetável que deve ser aplicada por via subcutânea a cada seis meses. Outro medicamento que é utilizado por via injetável é o ácido zoledrônico, que deve ser aplicado por via endovenosa uma vez por ano.

Prevenção

A prevenção deve iniciar já na infância, pois é importante formar uma boa reserva de osso, para que ao chegar na fase de perda isso não se transforme em risco. E aqui cabe um recado aos pais: “Mudar hábitos e adotar um estilo de vida saudável é um investimento para o futuro”, diz Dra. Maria Gabriela.

Ainda como medidas preventivas, a médica cita uma boa alimentação, com ingestão de cálcio e vitamina D, exercícios regulares, parar de fumar e ingerir bebidas alcoólicas, fortalecer músculos e trabalhar o equilíbrio para a prevenção de quedas. Vale também exposição diária ao sol, entre 15-20 minutos, sem protetor solar, que ajudará na produção de vitamina D. Mas é importante evitar o horário entre 10h e 16h, quando a radiação UV é maior.

A médica alerta ser fundamental evitar quedas, que podem precipitar a ocorrência de fraturas. As complicações clínicas da osteoporose incluem não só fraturas, mas também dor crônica, depressão, deformidades, perda da independência e aumento da mortalidade. “Uma boa forma de prevenir a osteoporose e/ou controlar seu avanço é consultar-se com um médico reumatologista e fazer exames para avaliar a densidade óssea.”

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