Paraná tem a 5ª maior prevalência no Brasil

O mês de março foi escolhido para a campanha de prevenção do câncer colorretal porque o dia 27 é o Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino. O alerta tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do câncer colorretal, tipo que abrange os tumores no intestino grosso, nas regiões do cólon, reto e ânus. O Instituto Nacional de Câncer – INCA estima para 2021 em 20.520 o número de novos casos de câncer colorretal em homens e em cerca de 20.470 em mulheres. Esse tipo de câncer é o segundo mais comum em homens e mulheres. O primeiro é câncer de pele não melanoma. No Paraná, o câncer colorretal ocupa a quinta posição, com mais de 2,4 novos casos a cada ano.

Uma das causas da incidência do câncer colorretal, que acomete geralmente pessoas acima de 50 anos, tem estreita ligação com os fatores de risco, como obesidade, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo, consumo excessivo de carne vermelha e de carne processada (embutidos, por exemplo). O histórico familiar é outro fator de risco e por isso a pessoa deve ter a atenção redobrada.

Segundo o oncologista clínico Gustavo Vasili Lucas, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP, os principais sintomas associados ao câncer de intestino, principalmente, envolvem sangue nas fezes, dor ou desconforto abdominal, diarreia/prisão de ventre, fraqueza, perda de peso, fezes com alterações muito finas e compridas, por exemplo, e massa abdominal. A consulta com o médico é fundamental para o correto diagnóstico.

Formas de prevenção

A prática de atividade física e uma alimentação saudável são muito importantes para a prevenção. É indicada uma dieta balanceada, rica em fibras, composta por frutas, verduras, legumes, alimentos integrais, grãos e sementes. “Evitar a obesidade e o sedentarismo e praticar exercícios físicos, 180 minutos semanais, ajudam muito na prevenção desse tipo de tumor”, destaca o médico.

Diagnóstico

Quando diagnosticado precocemente, o câncer colorretal apresenta grandes chances de cura. A detecção do tumor pode ser feita por exames, como colonoscopia, retossigmoidoscopia, pesquisa de sangue oculto nas fezes e teste de DNA fecal. Se necessário, é solicitada uma biópsia para comprovar a lesão.

Tratamento com drogas-alvo moleculares

De acordo com o oncologista clínico Gustavo Vasili Lucas, do Instituto de Oncologia do Paraná – IOP, o tratamento do câncer colorretal vai depender, necessariamente, do tamanho do tumor, da localização e da propagação do câncer. Em geral, é realizada uma cirurgia para remover o câncer e depois se complementa o tratamento com quimioterapia e radioterapia.

“Hoje também temos o tratamento com drogas-alvo para casos mais avançados, que é a terapia-alvo molecular – como inibidores de EGFR – cetuximabe e panitumumabe. Outro exemplo são medicamentos que agem no fator de crescimento endotelial vascular – VEGF, como bevacizumabe, ramucirumabe, utilizados em combinação com quimioterapia. Em alguns casos também podemos utilizar inibidores de BRAF, como encorafenibe e drogas que agem em vários alvos como regorafenibe. Mais recentemente para pacientes que apresentam potencial de resposta à imunoterapia pode ser oferecido em primeira linha com o uso de pembrolizumabe”, destaca o oncologista clínico.

Para conhecer o tumor é necessário que sejam feitos testes moleculares a fim de verificar os marcadores tumorais. Especificamente para o câncer colorretal avançado, os biomarcadores mais utilizados são o KRAS, o NRAS e o BRAF. Com base na análise dos resultados apresentados é possível fazer uma melhor escolha terapêutica a fim de realizar um tratamento mais assertivo, com a combinação de quimioterapia e drogas-alvo.

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