Empresários do mercado imobiliário analisam o ano de 2017 e apontam perspectivas para 2018

2017 foi um ano tumultuado no contexto econômico e político no mundo, que afetou um dos mercados imobiliários que mais crescem entre os compradores latino americanos, Miami. Para 2018, empresários do segmento na região analisam como está o cenário com relação a demanda, a influência das eleições americanas e o perfil do comprador atual.

Projeção do empreendimento de luxo Elysee Miami, em Edgewater Miami. Crédito: divulgação.

O posicionamento de mercado no final de 2017 já apresentava mudanças, quando comparado a 2016, ano da eleição do presidente americano Donald Trump. Taylor Collins, sócio diretor da incorporadora Two Roads Development, de Miami explica: “em 2016, percebemos que a influência do mercado latino-americano para o setor imobiliário da Flórida começou a diminuir, principalmente pelas circunstâncias do cenário político na Argentina, Venezuela e Brasil. Combinado a isso, havia a incerteza do novo governo americano, que gerou muitas dúvidas para compradores e investidores. Durante o ano de 2017, lentamente começamos a ver o mercado crescer novamente; compradores que costumavam ser fundamentais em Miami ressurgiram, como o México e o Brasil.”

Para Sergio Mannarino, Vice-presidente de vendas da One World Properties, a analise de Taylor está correta, diz ele: “um dos fatores mais importantes no mercado foram as eleições dos Estados Unidos e seus resultados, que causaram uma grande distração, em termos gerais. No caso do mercado latino, isso causou uma grande preocupação que afetou as vendas no fim de 2016. No início de 2017, essa preocupação começou a diminuir gradualmente no mercado latino-americano.”

O executivo, que também administra as vendas do segundo maior empreendimento imobiliário dos Estados Unidos, o Paramount Miami Worldcenter, diz que o perfil do comprador também mudou: “outra tendência é que vimos um aumento nos clientes que compram não só para investimentos, mas também para uso pessoal”


Projeção do empreendimento de luxo Paramount Miami Worldcenter, Downtown Miami. Crédito: divulgação.

A América Latina se consolidou nos últimos anos como um dos principais mercados para as construtoras de Miami. A facilidade de acesso, a forte ligação cultural com a comunidade latina, além da crescente oferta de atrativos, como shoppings, restaurantes, centros culturais, incentivada pela própria expansão urbana do mercado imobiliário, mostra que os investidores latino americanos se mantem interessados na região independente do cenário político e econômico.

De acordo com os empresários locais, pagamentos em dinheiro também são uma tendência, que pode ajudar a contornar mudanças cambiais provocadas por fatores econômicos. Normalmente, na planta a construtora exige um depósito de 50% do valor da unidade durante o projeto. Isso é um padrão na cidade, começando com 20% na assinatura do contrato e os 30% restantes em diferentes fases da construção do edifício. “O que temos visto este ano é que a grande maioria dos clientes tem pagado o valor em dinheiro ao final da construção dos projetos, apesar de também termos visto um crescimento notável em operações de crédito conforme os bancos flexibilizam seu acesso”, revela Sérgio Mannarino.

Perspectivas para 2018

O mercado em 2018 começa marcado por empreendimentos que apresentam diferencias na construção e pela variação de preços em determinadas regiões com desenvolvimento mais acelerado. “Esperamos que os preços de imóveis subam nos próximos 5 anos, mas de maneira razoável e de acordo com o desenvolvimento de regiões que vêm se tornando mais interessantes, como Wynwood e o bairro de Downtown. Miami tem se destacado por oferecer opções de luxo. O Elysee é um exemplo nessa categoria e o primeiro na região de Edgewater. Um projeto nosso, de 57 andares, que oferece duas unidades por andar, vendidas a preços que variam de US$ 1,5 milhões a aproximadamente US$ 6 milhões. Um dos diferenciais é a decoração assinada pelo famoso designer francês, Jean Louis Denoir”, diz Taylor Collins.

Para Collins, os compradores hoje em dia estão mais decididos e buscam espaços maiores, já que apesar da maioria adquirir as propriedades como seu segundo ou terceiro apartamento, o objetivo final é de morar nelas.

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