Criado em 1967, o Movimento busca disseminar o amor próprio e a inclusão de corpos fora do padrão
De alguns anos pra cá, muitos movimentos ganharam força, com destaque àqueles que buscam conscientizar sobre a inclusão da diversidade. Um dos que mais ganharam notoriedade foi o Movimento Corpo Livre que, apesar de parecer novo, tem seu nascimento em 1967, nos Estados Unidos, onde é conhecido como Body Positive.
O movimento busca conscientizar a população, principalmente feminina, de que todos os corpos são bonitos, ao contrário do que prega a indústria da moda.
Como todos sabem, um movimento não nasce sozinho, faz-se mais do que necessária a presença de porta vozes para amplificar a potência do tema. E, com o Movimento Corpo Livre não foi diferente. Uma das principais figuras responsáveis por disseminar essa corrente no Brasil é a modelo e influencer Rita Carrera. É ela quem está presente num momento histórico na moda, a capa da Vogue de novembro, ao lado de Preta Gil e Duda Beat, que faz ode ao Movimento Corpo Livre. Com 143 mil seguidores no Instagram, Rita busca debater e desconstruir padrões impostos pela sociedade aos corpos femininos e compartilhar sua história como modelo Plus Size.
A influencer busca abordar temas de aceitação, amor próprio e ativismo negro em suas redes sociais. Ela é um representante chave na inclusão de diferentes tipos de corpos na indústria da moda e afirma que é fundamental se sentir representado. A carreira de Rita não começou cedo nas passarelas, por muito tempo ela ouviu frases do tipo”emagreça que você conseguirá ser modelo”. Porém, a modelo-influencer não se rendeu aos padrões impostos pela sociedade e escreveu uma nova página na própria vida e na de outras jovens que procuram alguém a se espelhar. Rita hoje é modelo agenciada pela FORD Models, estrela campanhas como Monte Carlos Joias, Eurico Calçados, Haskell cosméticos, é colunista da VOGUE Brasil e muito mais.
Rita não é a única a passar maus bocados com os padrões impostos pela sociedade, existem várias influencers como Ju Romano, Fluvia Lacerda, Mel Soares, Manuh Rubi, Alexandrismo, Caio Revela, Thaís Carla, Isabella Trad, Luiza Junqueira e Carla Lemos que debatem sobre o mesmo tema. Se a lista de influencers que debatem sobre o assunto é grande, imagine a quantidade de pessoas comuns que sofrem com o mesmo problema.
Foi o que mostrou uma matéria de 2013 do G1 Paraná, na qual duas mulheres que calçavam 31 e 41 relataram a dificuldade e constrangimento de encontrar calçados. O que para grande parte da população é um momento de descontração e lazer acaba sendo um pesadelo para quem não se encaixa nos padrões.
Porém, e ainda bem, existem marcas que pensam na inclusão de corpos fora do padrão há anos. É o caso da Eurico Calçados. A Casa, fundada em 1936 pelo casal de alemães Erich e Leonie Rosenthal na capital paulista, é especializada em calçadosmasculinos e femininos com numerações tidas como fora dos padrões. Os sapatos femininos vão da numeração 40 a 43, já os masculinos vão do 44 ao 48, abrangendo toda a parcela “esquecida” por boa parte da indústria de sapatos, sem abrir mão do design e do conforto.
Os clientes da marca relatam uma felicidade sem tamanho ao encontrar calçados de sua numeração. Muitos deles queriam um calçado para se formar, se casar ou apenas para sair de casa usando algo que não machucasse seus pés.
Devido a força do Movimento Corpo Livre e outros fatores de mercado, cada vez mais marcas inclusivas estão surgindo e mudando a história da moda.