Especialista aponta que a amamentação pode ser uma grande aliada nessa tarefa

Crianças nascem com uma necessidade inerente e inconsciente para succionar. Na grande maioria dos casos, esta ansiedade é naturalmente saciada pela própria amamentação natural da criança. Sim, mamar no peito traz diversos benefícios que já são muito bem conhecidos, como o forte valor nutricional do leite materno. Quem amamenta durante os primeiros meses de vida, assim como recomenda os órgãos de saúde internacional, se beneficia, por exemplo, do aspecto nutricional, emocional, além de criar eficientes mecanismos de defesa do organismo contra agentes externos.

Além de todos esses benefícios, a amamentação natural levada até o 6º mês de vida, pode ainda reduzir as chances de instalação de hábitos orais deletérios. “Segundo vários estudos, o desmame precoce constitui em uma das principais causas da sucção de dedo ou chupeta por crianças”, afirma o professor do Mestrado em Ortodontia da Universidade UNIVERITAS/UNG, Murilo Feres.

É muito comum que crianças façam uso da chupeta nos primeiros anos de vida para se acalmarem, principalmente à noite, antes do início do sono. Mas será que o uso destes dispositivos pode trazer algum mal para a boca da criança, ou para o desenvolvimento da sua mordida? “Trata-se de um hábito nocivo, principalmente se for mantido por períodos prolongados”, afirma o especialista. “O potencial destrutivo de um hábito nocivo, como a sucção de chupeta é muito variável, e pode depender também da intensidade e da sua frequência”., explica.

O tipo mais comum de desvio oclusal observado em crianças que fazem uso prolongado de chupeta é a mordida aberta. Normalmente os dentes da frente superiores devem “cobrir” os dentes inferiores. A criança interpõe a chupeta ou o dedo entre os dentes superiores e inferiores, causando o desvio, que atrapalha muito a fonação da criança, além de ser esteticamente desfavorável.

“A recomendação que a gente transmite aos pais é que se inicie a interrupção gradual da chupeta com um ano e meio a dois anos de idade. É importante que o hábito seja abandonado pela criança aos poucos. Qualquer tentativa abrupta pode ser ainda pior, pois faz com que a criança substitua a chupeta por outro hábito”, indica o Dr. Murilo. “Para isso, os pais devem aprender a negociar com os seus filhos e reforçar qualquer comportamento positivo ou avanço da criança no sentido de abandonar a chupeta”, complementa.

Caso a criança não abandone o hábito até os três anos de idade, aproximadamente, uma ajuda ou uma avaliação profissional pode fazer a diferença. Há exercícios fonoaudiológicos que auxiliam bastante e motivam as crianças a abandonarem o hábito. Até mesmo em crianças ainda mais velhas, com cinco ou seis anos de idade, há disponíveis aparelhos ortodônticos que, de maneira comprovada, são muito eficientes para corrigir o desvio oclusal, e também auxiliam na interrupção do hábito de chupar chupeta.

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